“Slay in Hell” é o segundo álbum de estúdio da STEEL BEARING HAND, grupo norte-americano de Thrash Death Metal formado em Dallas, no Texas, em 2009, quando ainda utilizava o nome LIVE BY THE SWORD.
Houve uma série de alterações na formação desde seu início, o lineup atual é um quarteto que conta com “Wyatt Burton” nos vocais e guitarra, “Chris Bonner” no baixo, “Anthony Vallejo” na bateria e “Parker Turney” na segunda guitarra.
A Carbonized Records, também norte-americana, ficou responsável pelas versões físicas do álbum, e vem comercializando os CDs, vinis (edição limitada de 12 polegadas) e fitas cassete, além do merchandising da banda.
O logo da banda e a arte da capa dão uma saudade enorme da era de ouro do Thrash e Death, anos 80 e início dos 90. Um cenário bárbaro de campo de batalha em preto e branco, com muitos detalhes, o tipo de ilustração que fica incrível numa capa de vinil. O desenho é obra do indonésio “R. Yudha Saputra”, que costuma assinar trabalhos sob o pseudônimo “Vrugarthdoom”.
Sonoridade interessante demais, a do STEEL BEARING HAND. Não me lembro de muitas bandas que misturem com bom gosto, e de forma efetiva, Thrash agressivo com Death tendendo mais ao Doom. O fato é que funciona, e muito bem. Vamos às seis faixas do álbum:
“Command of the Infernal Exarch”é total Thrash raiz, sujão e agressivo, aquele que conclama o ouvinte a sair chutando tudo. A banda mostra muita habilidade e precisão no instrumental, os riffs são todos sólidos, os solos velozes e criativos (com direito a um belo duelo dos guitarristas durante um dos solos), ótimas linhas de baixo e bateria.
“Lich Gate” muda um pouco o sabor do Thrash, injetando uma dose maior de melodia e acrescentando fortes elementos de Crossover e Death. A exemplo da anterior, é uma faixa rápida, caótica e contundente.
“Tombspawn” primeiro contato com a face Doom da banda. Os riffs mais pesados e lentos, megalíticos, conduzem a faixa com orgulho. Quando a música muda de direção voltando ao Thrash Death, os vocais são guturais, porém duram pouco. O som é quase que só instrumental, e dos bons. Os solos da seção final são excepcionais.
“Per Tenebras Ad Lucem”o título em Latim pode ser traduzido para algo como “através da escuridão, para a luz”. Retorno glorioso ao Thrash técnico, agressivo e sujo dos texanos, beirando o proto-Death do final dos anos 80. Impossível destacar um dos músicos, a performance da banda impressiona pela coesão, sincronismo e gosto refinado nas composições. Novos solos em profusão e altamente empolgantes surgem e persistem duelando, acrescentando em brilho. Fantástica faixa.
“’Til Death and Beyond” é mais um convite ao moshpit, trazendo até os vocais em coral típicos de Thrash e Speed dos velhos tempos. A pegada é bruta, há poucos momentos em que o ritmo se torna mais lento dando um respiro ao ouvinte. Trabalho incrível do baterista “Anthony Vallejo”, membro mais recente da formação (entrou em 2017). A aceleração final desse som é absurda, apoteótica, triunfante.
“Ensanguined” um monstro de doze minutos que encerra a obra, e se inicia com jeitão de SLAYER antigo. Uma longa passagem completamente Death Doom, com odor de campo de batalha medieval e muita qualidade, dá as caras e confirma a versatilidade da banda. O som sofre uma transmutação e toma a forma mais constante, hostil e veloz, para morrer lentamente sob um riff sorumbático.
Disco excelente dos texanos, muito recomendável a qualquer Metalhead que curta os clássicos dos americanos SLAYER, DECEASED, AUTOPSY, RIGOR MORTIS e POSSESSED.
A duração total de 39:24 minutos está dividida entre apenas seis faixas:
1 – “Command of the Infernal Exarch”
2 – “Lich Gate”
3 – “Tombspawn”
4 – “Per Tenebras Ad Lucem”
5 – “’Til Death and Beyond”
6 – “Ensanguined”
Destaques: Missão difícil, pela qualidade do trabalho. Talvez a quarta música com o título em latim, por representar em pouco menos de seis minutos as melhores características e executada com muita perícia e técnica pela banda.