Foi lançado no último dia 15 de Outubro esse “Sol Sistere”, que é o terceiro álbum de estúdio da banda de atmospheric black metal chilena SOL SISTERE. Seria ser repetitivo dizer o quanto a cena extrema chilena evoluiu em todos os níveis na última década. Isso se evidencia no trabalho de inúmeras bandas daquele país e também nesse novo trabalho da banda de Santiago. A sonoridade do SOL SISTERE é puro feeling. O clima que envolve o ouvinte durante a audição do álbum é palpável.
Com menos de 10 anos de formação, a banda entrega um terceiro álbum que é realmente uma obra madura, pensada em seus mínimos detalhes e que mostra um grupo que se preocupa com a qualidade de sua obra. Musicalmente o black metal do grupo não investe em um som árido. Prefere se utilizar do sentimento, de sonoridades mais épicas, quase como o post black metal. Música é algo que deve te tocar, seja por causa da brutalidade, seja por causa do sentimento que transmite e aqui esse segundo realmente se destaca. Ambos estão presentes, por exemplo, na faixa de abertura (depois da Intro “The Shimmer Pt I”) “The Narrow Path”. É possível perceber que o som do SOL SISTERE tem inspirações que abraçam sim o post black metal, mas flerta com o som mais carregado de grupos como MGLA, UADA e dos portugueses do GAEREA, além de grupos do black metal nórdico mais atuais.
Mas obviamente o SOL SISTERE segue um caminho onde a melodia acaba sendo mais importante na sua estrutura musical. “Ashes” é uma música onde esse feeling melódico é fenomenal. É uma interpretação épica realmente tocante. Nesses momentos menos metálicos a banda se permite viajar em interpretações emocionantes. Soou para mim como a atmosfera criada em alguns álbuns do Anathema de suas fases mais recentes. Uma das minhas faixas favoritas é “Nothofagus”, que une essas características citadas e momentos mais extremos. E sempre usando de bases e riffs mais carregados de sentimento. Na mesma linha vem a épica “Black Mass”.
“Unspoken Verb” é uma música que soa aos meus ouvidos quase como uma apresentação teatral, tamanha a carga dramática de suas linhas de guitarra e vocalização. Belíssimas melodias sem sombra de dúvida. A última música que compõe esse magnífico trabalho é a faixa título “Sol Sistere”, que consegue trazer uma pegada que me lembrou um pouco os nórdicos do Enslaved e algo até mesmo do Emperor. “Sol Sistere” é um álbum realmente diferenciado em termos de qualidade musical e produção e tenho certeza de que esse será um divisor de águas na carreira desses chilenos.