“Kopár Hant... az Alvilág Felé” – CD 2021
Pulverised Records (CD) / Me Saco Un Ojo (LP) – Importado
10/10
O THE OLD COFFIN SPIRIT zine não perde a chance de buscar novas bandas e já entrevistamos o ROTHADÁS na nossa edição física, em uma conversa que já deixava claro que essa banda húngara tinha algo a mais em meio a tantas bandas querendo soar old school.
Não foi com pequena ansiedade que aguardei pela oportunidade de ouvir e resenhar o primeiro álbum de estúdio da banda, “Kopár Hant... az Alvilág Felé”, que acabou de ser lançado na Europa. Em um ano com inúmero lançamentos matadores, esse debut do ROTHADÁS não encontrou nenhuma dificuldade de entrar na minha lista pessoal de melhores álbuns de death metal do ano, indo direto para o top 3. Um debut álbum com apenas cinco músicas pode parecer pouco, mas me utilizando do velho ditado que diz que menos é mais, certifico que esse é o caso aqui. A banda lançou um álbum que aposta em um death metal com influências do doom metal mais tradicional e conseguiu criar uma música realmente densa, pesadíssima e carregada de um feeling obscuro.
Em vários momentos enquanto estava ouvindo esse álbum, me vinha à mente o atemporal e clássico “World Without God”, dos finlandeses do Convulse. Ainda que a música das duas bandas se aproxime apenas em alguns momentos, existem em ambos os álbuns uma pegada que ignora por completo a brutalidade e, para ser sincero, essa não faz nenhuma falta e meio à massa sonora que sai dos auto falantes.
Não há destaques nesse álbum. Absolutamente nenhum. É um trabalho feito para soar de forma uniforme, com qualidades em todas as músicas. Gostei bastante dos arranjos, muitas vezes simples mas climáticos, de todas as faixas. A capa desse álbum já é uma obra de arte à parte, pois me lembra totalmente os velhos filmes da Hammer, com os velhos cemitérios, enterros carregados de luto e medo pelo mundo dos mortos, o ambiente vitoriano. Só posso imaginar o quanto essa capa ficará incrível na versão em vinil do álbum.
As músicas que compõem o primeiro trabalho do ROTHADÁS são: “Utolsó kenet”,”Koporsószeg”, “Sírkő”, “Kripta” e “Temető”. E como falei anteriormente, sem destaques. Tudo aqui é feito de forma a impactar o ambiente com uma parede de peso e distorção massivas. E como ser atingido por uma bola de ferro de um guindaste. Se você aprecia o death metal sendo tocado totalmente de forma tétrica, pesada e obscura, esse disco é para você. Não há dúvidas que agora se inicia uma busca por uma versão em vinil, pois o que já é pesado, vai ser descomunal no velho formato vinil.
