“Summoning The Lawless Legions” –
Data de Lançamento 11/03/2022
Godz of War Productions (Polônia) – Importado
9/10
A cena do metal extremo na Turquia cresce e se desenvolve rapidamente, registrando o surgimento de bandas cada vez melhores. “Summoning the Lawless Legions” é o segundo álbum completo de estúdio do PERSECUTORY, que tem membros em comum com outros atos como o SARINVOMIT, que lançou ótimo disco em 2021 (com som mais bestial) .
O PERSECUTORY está ativo desde 2014, foi criado na cidade de Kadiköy (abismo de origem de boa parte das bandas extremas da Turquia) e apresenta no novo trabalho um Black / Death Metal de gente grande, extremamente bem elaborado, blasfemo, coeso, executado com técnica e precisão, num disco de boa duração dividido entre apenas cinco músicas.
A dosagem melódica das guitarras da dupla “Infectious Torment” e “Vulgargoat” é bem equilibrada, não afeta a natureza caótica e maléfica do Opus. Além do uso inteligente e cirúrgico das melodias, a dupla é especialista na criação de riffs totalmente carniceiros e viciantes.
Falando em guitarras que cativam desde a primeira audição, é exatamente o que temos na ótima faixa de abertura “As the Serpents Ascend”. O riff principal desse som gruda na cabeça de imediato, os caras souberam explorá-lo com maestria. O solo no finalzinho, de ótimo feeling, encaixou-se com perfeição.
Os vocais divididos entre “Tyrannic Profanator” e “Vulgargoat” são outro destaque do trabalho, variados e diferenciados, sempre sob um espectro doentio, conferindo ao álbum uma imprevisibilidade interessante ao longo da audição. Complementando os vocais, há o uso pontual de coros, como em “Thou Abyssic Fire in Rebellion”.
A percussão de “Kyle” é quase sempre brutal e veloz, com ótimas linhas e repertório técnico, sem a dependência exclusiva do uso de blasts. Talvez a faixa que exemplifique melhor o trabalho do cara seja a terceira “Adorned in Primeval Seas”. O baixo de “Deathbed” soa vibrante, sobressai em diversos pontos e cumpre bem seu papel na massa caótica de som conjurada pelos demônios turcos.
“Circle of the Spirit Devourers” é a faixa mais extensa, ultrapassando os oito minutos. Começa mais cadenciada, mas logo explode em uma espiral de brutalidade e extremismo, conduzida por um intenso espetáculo das guitarras. Som cativante, impetuoso e profano.
O álbum é encerrado com “The Blazing Spheres”, que abre com atmosfera ameaçadora e épica, prometendo logo de cara. A invejável máquina de riffs segue disparando com a ferocidade de uma bateria antiaérea ucraniana. As harmonias e leads na reta final do disco são incríveis.
Segundo álbum memorável do PERSECUTORY. Arte de capa foda (do russo Alexander Shadrin), produção exemplar, composições altamente viciantes e músicos de primeira linha fazendo o que gostam. Um dos discos mais legais desse primeiro trimestre de 2022, com certeza. Altamente recomendável aos fãs de BØLZER (SUI), SULPHUR AEON (ALE), GRAVE MIASMA (GBR), SUFFERING HOUR (EUA), SVARTIDAUÐI (ISL), NECROPHOBIC (SUE).
Tracklist a seguir, duração total de 37:52 minutos:
1 – “As the Serpents Ascend”
2 – “Thou Abyssic Fire in Rebellion”
3 – “Adorned in Primeval Seas”
4 – “Circle of the Spirit Devourers”
5 – “The Blazing Spheres”
