CD/EP/LP

OUTLAW – Death Miasma (EP 2021)

OUTLAW (Brasil)
“Death Miasma” – EP 2021
Drakkar Productions Brasil – Nacional
10/10

A elaboração da presente resenha foi cercada, inicialmente, de grande surpresa. Depois, gerou enorme satisfação. Surpresa positiva, pelo primeiro contato com uma Banda originária da cidade de São Paulo, cidade natal desde redator, e satisfação por conta do nível absurdamente alto de qualidade do som desenvolvido neste EP recém-lançado (05/05/21) pela unidade brasileira da Drakkar Productions. A imperdível edição limitada a 300 unidades em Digipack já está em pré-venda no site da Drakkar.

Criada em 2015, a OUTLAW pratica um Black Metal devastador, blasfemo e agressivo, baseado em riffs e melodias de guitarra excepcionais. A banda soa como se tivesse muito mais tempo de estrada, em contraste ao relativo pouco tempo de existência do grupo. A criatividade das composições, o entrosamento e sangue nos olhos apresentados nas performances apontam para uma banda madura e segura, no seu auge. Seu lineup conta hoje com os músicos D. (Criador da banda, vocais e Guitarra), T. (Bateria), B. (Guitarra) e A. (Baixo).

Sua identidade inspirou-se, no início do projeto, nas obras da ramificação satanista da “MLO – Misanthropic Luciferian Order”, organização sueca que almeja a iluminação luciferiana, fundada em 1995, tendo entre seus membros mais notórios integrantes do WATAIN e os falecidos Jon Nödtveidt do DISSECTION e Selim Lemouchi, responsável por diversos projetos e bandas, dentre as quais destacam-se THE TEMPLE OF AZOTH e THE DEVIL’S BLOOD.

Os lançamentos até aqui comprovam a evolução da sonoridade: Uma Demo “Total Devil Worship (Live Demo)” de 2016,o primeiro Full “Path to Darkness” de 2018, o segundo “The Fire in my Tomb” de 2020, álbum este que materializou a parceria vigente com a Drakkar, além do atual EP “Death Miasma”. Ouvir o material previamente lançado mostra que não há pontos fracos, e ainda assim os trabalhos vêm se superando play após play. Quando os membros da banda afirmam tratar-se do seu melhor material até aqui, não estão praticando marketing vazio. O EP é, de fato, excepcional. A bela e perturbadora capa foi ilustrada por Ars Moriendee, artista sediado em Belo Horizonte (MG) e bastante requisitado, que tem colaborado com diversas bandas mundo afora.

Analisando propriamente a obra, “The Unending Night” abre com fúria explosiva em ritmo up tempo, destacando grandiosos riffs em tremolo e melodias cativantes. Vocais bem executados, cozinha afiadíssima, letras impactantes e desafiadoras, pacote completo que rende uma grande faixa.

The Serpent’s Chant” segue o jogo com uma levada insana e baixo pulsante, impossível não se empolgar com esse som. A desaceleração por volta dos 2:20 da música é majestosa, com um trabalho de bateria invejável. Segue-se uma parte atmosférica que é interrompida por uma parede de som caótica. Há muita variação rítmica aqui, tornando a audição impecável. Faixa monstruosa.

Death Miasma” é a última autoral do Play e começa com uma pegada mais atmosférica. Sendo a mais extensa, essa introdução mostra-se bem-vinda e prepara a escalada gradativa de destruição que não tarda a chegar. Há neste som um dos seus melhores riffs, aos 4:10 minutos.

The AntiKosmikMagick” é a cover que fecha o trabalho, tornando-se uma versão matadora da música do THE DEVIL’s BLOOD, e bela homenagem à banda e seu fundador.

Relação das quatro as faixas presentes no EP, totalizando uma duração de 23:58 minutos:

1 – “The Unending Night”

2 – “The Serpent’sChant”

3 – “Death Miasma”

4 – “The AntiKosmikMagick (Cover do The Devil’sBlood)”

Destaques: Play extremamente homogêneo. É tarefa inviável destacar uma faixa ou outra. A audição passa voando e cria uma ótima expectativa pelos lançamentos futuros da banda.

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