Entrevistas

ORTHOSTAT – Evolução calculada e metal da morte

Rudolph Hille: Saudações amigos, com certeza absoluta ficamos muito satisfeitos, pois tivemos diversas resenhas e feedbacks de bandas, portais e Zines que sempre admiramos, tanto nacional quanto internacional, então estar nesse radar foi muito gratificante. Até porque as pessoas já iam aos shows e já conheciam as músicas e riffs do Debut, que foi uma surpresa muito positiva.

Rudolph Hille: A divulgação do primeiro disco sofreu bastante com a pandemia, pois coincidiu justamente com o lançamento. Nós acreditamos que a melhor divulgação é indo pra estrada e trabalhar. Tocar nos eventos, colar junto com as outras bandas, tomar uma cerveja com a galera e trocar uma ideia é a melhor promoção possível. Boa parte da nossa principal característica é justamente feita no palco, então estar nos rolês é primordial não somente para o Orthostat, mas sim toda a cena, pois movimenta a região e os eventos.

Rudolph Hille: No ano de 2023 tocamos no  Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O foco de 2024 será subir pelo Brasil, Estamos com algumas datas já agendadas, e se tudo ocorrer bem, pretendemos dar um giro pela Argentina. Os planos da banda é ir para a estrada e divulgar som. Alguns lugares da europa já demonstraram interesse em levar o nosso som, mas ainda não conseguimos marcar uma tour sólida.

Rudolph Hille: Leandro é um cara sensacional, um grande pilar do underground brasileiro. No Monolith Of Time, ele além de trabalhar no lançamento do CD, ainda fez o entremeio do lançamento em K7 na Indonésia. No The Heat Death, fechamos contrato com a Ms Agency, que por sua vez fomentou o lançamento pela Eternal Hatred Records. Nossa amizade com o Leandro continua, e inclusive possivelmente ele nos ajude com lançamentos em K7 e Vinil do novo disco.

Rudolph Hille: As fitas na Indonésia esgotaram muito rápido, em poucos meses foram vendidas todas as unidades, e é um público que acompanha nosso trabalho, sempre vemos que nas estatísticas do spotfy a uns 80 a 100 ouvintes mensais de lá. Para nós aqui no Brasil, foi cedido 30 cópias dessa tiragem da Indonésia, enumeradas a mão! vendemos todas e hoje são itens raros, se você tem guarde.

Rudolph Hille: David é sim primo do Vlad, inclusive deixamos um hail ao grande Malefactor! Na verdade, quando foi efetuado a busca por um novo selo, a Eternal Hatred  se mostrou muito interessada em trabalhar com a banda, e para nós que sempre admiramos o catálogo dela, com diversas bandas incríveis, foi o fechamento perfeito. Estamos curtindo muito o trabalho com eles pois a capilaridade de distribuição é muito grande, o que se torna um grande benefício.

Rudolph Hille: Null foi uma das primeiras músicas que fizemos após o lançamento do Monolith Of Time, e por justamente estarmos parados devido a pandemia, queríamos lançar algo para manter a atividade da banda. O Single foi gravado separado, cada um no seu estúdio e foi bem importante para o direcionamento criativo que a banda começou a adotar. Radioactivity foi lançada durante o processo de gravação do “The Heat Death”, e usamos para dar uma prévia de como o som estava. As versões final desses singles, que estão no novo CD são gravações diferentes! Com solos diferentes, afinação um pouco mais baixa e alguns detalhes novos. Ouvindo o single Null, hoje em dia, percebemos que a mixagem e masterização poderia ter sido melhor, mas em meio ao caos que estava o mundo na época era o que podíamos fazer. A partir desses trabalhos a banda começou a desempenhar um papel muito autônomo na criação / produção das músicas, sendo que foi tudo feito inteiramente pela gente: produção, gravação, mixagem, masterização, se estendendo-se a montagem gráfica do Disco e a produção do vídeo clipe. Nosso nível de satisfação é gigante, pois conseguimos imprimir em todos os aspectos possível as nossas ideias e a nossa personalidade. Essa missão traçada por nós foi bastante desafiadora no início, mas fez a gente evoluir abissalmente como banda. Queremos estar sempre trabalhando em todos os aspectos, tanto no virtual, quanto no mundo de carne e ossos. A assessoria de imprensa nos alçou a ser visto por zines, blogs, canais de YouTube e playlist de streaming, coisas que nem sempre estavam ao nosso alcance, sozinhos. Nos shows e nos eventos é muito fácil chegar e apertar a mão de uma pessoa e trocar uma ideia, na internet é mais uma questão de ser visto em meio a muitos, e estar trabalhando com isso é muito importante. A gente tem sorte de ter um público de todas as idades, e os mais jovens, acabam conhecendo a gente primeiramente na internet, para aí ir assistir os shows. Isso é muito incrível, pois nos últimos eventos, quem mais pegou CDs, K7 e merchandising foi os ouvintes na faixa dos 20 anos.

David Lago:  Acho que de certa forma somos todos nerds considerando o fato de que física e cosmologia assim como metodologia cientifica de uma forma geral sempre foi pauta espontânea da banda em ensaios. Alguns livros (e outras mídias) que embasaram os conceitos do disco foram: Stephen Hawking “Uma breve história do tempo”, Don Lincoln “The Theory of Everything”, os artigos e publicações do físico Viktor T. Toth e ensaios dos pesquisadores Anton Petrov e Matthew O’Dowd nos seus respectivos canais do youtube.

Rudolph Hille: O principal fato que fez o som evoluir foi a maturação do quarteto como banda. Nesse disco há composições de todos os integrantes, e todo mundo contribui igualmente ao trabalho final. Estamos na fase mais consolidada da banda, o entrosamento é tão grande que são raros os ensaios que fazemos, pois nos conhecemos muito musicalmente. Outro detalhe é que não criamos nenhuma barreira ou limite no processo criativo, para poder fazer o som mais autêntico possível. Sobre a técnica envolvida, gostamos de trabalhar em alguns pontos como compassos ou escalas mais exóticas, mas é dosado de maneira para que não soe como algo “progressivo” ou “técnico”, pois queremos manter o som que construímos no Monolith Of Time, mas adicionar as evoluções da banda.

Rudolph Hille: Igor é uma máquina, e além de tudo possui um grande feeling na sua tocabilidade, eu sou suspeito a falar, mas acho as linhas de bateria desse disco um dos maiores destaques, e o que mais me chama atenção, pois há bastante originalidade e coisas muito próprias dele, o que faz as músicas ficarem mais “rebuscadas”. Atualmente o Offal está em pausa, com seus integrantes se dedicando a outros projetos, mas se retornarem, nada que umas collab em palco não resolva.

 Rudolph Hille: O death metal dos 90’s está estampado no nosso cérebro. O mais curioso também é que tivemos referências de fora do metal para a composição do disco, estávamos ouvindo Allan Holdsworth, John Coltrane, Dark Wave 80’s, Música nordestina e indiana, inclusive usando konnakol como uma fonte de influência. Algumas dessas coisas estão incluídas nos esqueletos das músicas. Um outro grande influenciador foi o Headhunter D.C. – …and the Sky Turns to Black… (The Dark Age Has Come), é um disco que admiramos muito, e algumas passagens e a adição de teclados em pequenos pedaços como nas músicas Gravity e Singularity vieram de inspiração deste play. Todas essas referências que citei, podem não parecer com o som final que o disco apresenta, mas pegamos esses conceitos e convertemos ao nosso som.

Capa do novo álbum

Rudolph Hille: Os feedbacks estão indo muito bem, já saíram algumas resenhas e todas colocaram nosso trabalho com uma boa nota, e o público também recebeu bem o trabalho, inclusive tendo um pequeno “boom” no nosso perfil do spotify. Estávamos curiosos como seria a recepção do público, pois alguns detalhes das músicas são meio “incomuns”, mas pelo visto está indo muito bem.

Rudolph Hille: Total respeito e adimiração! os discos “Become Vengeance, Become Wrath” do Embalmed Souls e “Persistence” do Corpse Grinder já rodaram milhares de vezes no meu som. Falar do Headhunter D.C. – and the Sky Turns to Black e God’s Spreading Cancer é chover no molhado, uma grande referência e inspiração para nós, e sempre nos inspira muito. Atualmente escutamos, apoiamos e mantemos amizade com diversas bandas, mas vou citar algumas: Podridão, Rebaelliun, Vulcano, Morbid Perversion, Exterminate, Flesh Grinder, Ereboros, Luxúria de Lillith, ROT, Cemitério, Expurgo, Violent Curse, Precipício, Silent Empire, Ethel Hunter, Cemitério, Ossos, Steel Grinder, Zombie Cookbook, Hauser, NervoChaos, Volkmort e por aí vai.

Ruddolph – O cenário catarinense é muito rico, e atualmente está em alta: bandas novas surgindo, bandas consolidadas lançando materiais, eventos em maior periodicidade, novos públicos surgindo, um cenário perfeito para cultura underground. Todas as regiões do Brasil possuem suas cenas e bandas que são incrivelmente fodas e admiro muito e Santa Catarina não fica para trás.

Rudolph Hille: Quero agradecer mais uma vez Waltinho pelo espaço e pela oportunidade cedida para divulgação do Orthostat, o The Old Coffin Spirit e o Maléfica Existência Zine sempre fizeram um incrível trabalho e permanecem sempre fazendo incríveis resenhas e entrevistas no underground. Um abraço a todos!

Rudolph Hille: Greetings friends, we were certainly very pleased, as we had several reviews and feedback from bands, portals and Zines that we have always admired, both nationally and internationally, so being on that radar was very gratifying. Especially because people were already going to the shows and already knew the songs and riffs from Debut, which was a very positive surprise.

Rudolph Hille: The release of the first album suffered a lot due to the pandemic, as it coincided precisely with the release. We believe that the best promotion is by going on the road and working. Playing at events, joining other bands, having a beer with the guys and exchanging ideas is the best possible promotion. A large part of our main feature is precisely done on stage, so being on stage is essential not only for Orthostat, but the entire scene, as it moves the region and events.

Rudolph Hille: In 2023 we played in Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Paraná. The focus of 2024 will be to climb through Brazil. We have some dates already scheduled, and if everything goes well, we intend to take a tour of Argentina. The band’s plans are to go on the road and promote their music. Some places in Europe have already shown interest in carrying our sound, but we haven’t been able to schedule a solid tour yet.

Rudolph Hille: Leandro is an amazing guy, a great pillar of the Brazilian underground. In Monolith Of Time, in addition to working on the CD release, he also arranged the release on K7 in Indonesia. With The Heat Death, we signed a contract with Ms Agency, which in turn promoted the release on Eternal Hatred Records. Our friendship with Leandro continues, and he may even help us with the K7 and Vinyl releases of the new album.

Rudolph Hille: The tapes in Indonesia sold out very quickly, in a few months all the units were sold, and it is an audience that follows our work, we always see that in the Spotfy statistics there are around 80 to 100 monthly listeners there. For us here in Brazil, 30 copies of this print run from Indonesia were provided, listed by hand! We sold them all and today they are rare items, if you have them keep them.

Rudolph Hille: David is indeed Vlad’s cousin, we even leave a shout out to the great Malefactor! In fact, when the search for a new label was carried out, Eternal Hatred was very interested in working with the band, and for us who have always admired their catalog, with several incredible bands, it was the perfect closure. We are really enjoying working with them because the distribution capacity is very large, which is a great benefit.

Rudolph Hille: Null was one of the first songs we made after the release of Monolith Of Time, and because we were at a standstill due to the pandemic, we wanted to release something to keep the band active. The Single was recorded separately, each in their own studio and was very important for the creative direction that the band began to adopt. Radioactivity was released during the recording process for “The Heat Death”, and we used it to give a preview of what the sound was like. The final versions of these singles, which are on the new CD, are different recordings! With different solos, slightly lower tuning and some new details. Listening to the single Null, nowadays, we realize that the mixing and mastering could have been better, but in the midst of the chaos that the world was in at the time, it was what we could do. From these works onwards, the band began to play a very autonomous role in the creation/production of the songs, and everything was done entirely by us: production, recording, mixing, mastering, extending to the graphic assembly of the Album and the production of the video clip. Our level of satisfaction is huge, as we are able to convey our ideas and personality in every aspect possible. This mission outlined by us was quite challenging at the beginning, but it made us evolve immensely as a band. We want to always be working in all aspects, both in the virtual world and in the flesh and bones world. The press office helped us to be seen through zines, blogs, YouTube channels and streaming playlists, things that were not always within our reach on our own. At shows and events it’s very easy to come up and shake someone’s hand and exchange an idea, on the internet it’s more a matter of being seen among many people, and working with that is very important. We are lucky to have an audience of all ages, and the youngest ones end up meeting us first on the internet, so they can go and watch the shows. This is very incredible, because in recent events, those who picked up CDs, K7s and merchandising the most were listeners in their 20s.

Rudolph Hille: Thank you very much! The creation process began at the beginning of 2020, David began writing the album’s theme: The emergence and tragic end of the universe. Each song highlights a part in the life of the universe: the principle of vacuum, radioactivity, the emergence of gravity, black holes, the emergence of stars, the beginning of chemistry, biology until finally reaching the entropy of the universe, where all energy ends and “thermal death” occurs. Musically we wanted the sound to be heavier and denser than the first work, in it we all had songs and compositions, and we made a point of emphasizing all the details of the band: bass passages, drum solos and syncopated riffs. We were very familiar with music production, due to working during the pandemic, so we decided that we would do the entire production ourselves, precisely because we were looking for a more “unique” sound for the work. This album reflects very well what Orthostat is: a band that works very closely together, and play is practically a child that came from our guts 😆

Rudolph Hille: Yes, David and I put together the project, and I did the mixing and mastering. It’s really an area that I’m studying a lot. Music producers in the region are very concerned about leaving the mixes very “clean” and washed, and this ends up killing the aggressiveness of the production a little. My idea is to always work with a sound focused more on the area of extreme metal.

Rudolph Hille: We grew up and developed listening to profane, disgusting and aggressive Death metal, we are great fans! David and Eduardo have always been very enthusiastic about space physics, during some readings, it was seen that it was a very strong, morbid theme and with quite imposing terms. The concept of the album and the musical direction being taken to a heavier and dragging line, exemplifying the universal complexity interested us a lot, Orthostat will always make conceptual albums, and we won’t always do similar themes, it could be about science, philosophy or history . These themes serve to give an extra originality to our sound, but nothing stops us from one day ending up doing some classic necro theme.

David Lago:  I think that in a way we are all nerds considering the fact that physics and cosmology as well as scientific methodology in general has always been a spontaneous topic for the band in rehearsals. Some books (and other media) that supported the disc’s concepts were: Stephen Hawking “A brief history of time”, Don Lincoln “The Theory of Everything”, articles and publications by physicist Viktor T. Toth and essays by researchers Anton Petrov and Matthew O’Dowd on their respective YouTube channels.

Rudolph Hille: The main fact that made the sound evolve was the quartet’s maturation as a band. This album contains compositions by all members, and everyone contributes equally to the final work. We are in the most consolidated phase of the band, the rapport is so great that we rarely have rehearsals, as we know each other so much musically. Another detail is that we do not create any barriers or limits in the creative process, in order to make the most authentic sound possible. Regarding the technique involved, we like to work on some points such as more exotic bars or scales, but it is dosed in a way so that it doesn’t sound like something “progressive” or “technical”, as we want to maintain the sound we built in Monolith Of Time, but add the band’s evolutions.

Rudolph Hille: Igor is a machine, and on top of all that he has a great feeling in his playability, I’m suspicious of this, but I think the drum lines on this album are one of the biggest highlights, and what makes me most happy It draws attention, as there is a lot of originality and things very unique to him, which makes the songs more “refined”. Currently, Offal is on break, with its members dedicating themselves to other projects, but if they return, there’s nothing that a few collabs on stage won’t solve.

Rudolph Hille: 90’s death metal is imprinted in our brain. The most curious thing is that we had references from outside of metal for the composition of the album, we were listening to Allan Holdsworth, John Coltrane, Dark Wave 80’s, Northeastern and Indian music, including using konnakol as a source of influence. Some of these things are included in the song skeletons. Another big influencer was Headhunter D.C. – …and the Sky Turns to Black… (The Dark Age Has Come), it’s an album we admire a lot, and some passages and the addition of keyboards in small pieces like in the songs Gravity and Singularity came from this play’s inspiration. All these references I mentioned may not sound like the final sound the album presents, but we took these concepts and converted them to our sound.

Rudolph Hille: The feedback is going very well, some reviews have already come out and they all give our work a good rating, and the public also received the work well, including having a small “boom” on our Spotify profile. We were curious what the public’s reception would be like, as some details of the songs are a bit “unusual”, but apparently it’s going very well.

Rudolph Hille: Total respect and admiration! the albums “Become Vengeance, Become Wrath” by Embalmed Souls and “Persistence” by Corpse Grinder have already played thousands of times in my sound. Talking about Headhunter D.C. – and the Sky Turns to Black and God’s Spreading Cancer is raining on the wet, a great reference and inspiration for us, and it always inspires us a lot. We currently listen to, support and maintain friendships with several bands, but I will mention a few: Podridão, Rebaelliun, Vulcano, Morbid Perversion, Exterminate, Flesh Grinder, Ereboros, Luxúria de Lillith, ROT, Cemitério, Expurgo, Violent Curse, Precipício, Silent Empire, Ethel Hunter, Cemitério, Ossos, Steel Grinder, Zombie Cookbook, Hauser, NervoChaos, Volkmort and so on

Rudolph Hille: The scene in Santa Catarina is very rich, and is currently on the rise: new bands emerging, established bands releasing material, events occurring more frequently, new audiences emerging, a perfect setting for underground culture. All regions of Brazil have their scenes and bands that are incredibly cool and I admire them a lot and Santa Catarina is not left behind.

Rudolph Hille: I want to thank Waltinho once again for the space and the opportunity given to promote Orthostat, The Old Coffin Spirit and Maléfica Existência Zine have always done an incredible job and are always doing incredible reviews and interviews in the underground. A hug to everyone!

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