Os arqueólogos do Death Metal catarinense acabam de lançar o seu segundo trabalho “The Heath Death” que trabalho angustiante e obscuro. Um grandioso lançamento de 2023. Fomos trocar uma ideia com o guitarrista Ruddolph Hille para nos dar mais detalhes sob essa obra – prima!
Saudações Ruddolph Hille! Seja bem-vindo ao The Old Coffin Spirit Zine & Portal. Para iniciarmos, poderia nos dizer se vocês ficaram satisfeitos com toda a repercussão que a banda recebeu com o lançamento do Full Length “Monolith of Time, (2019) na época de seu lançamento?
Rudolph Hille: Saudações amigos, com certeza absoluta ficamos muito satisfeitos, pois tivemos diversas resenhas e feedbacks de bandas, portais e Zines que sempre admiramos, tanto nacional quanto internacional, então estar nesse radar foi muito gratificante. Até porque as pessoas já iam aos shows e já conheciam as músicas e riffs do Debut, que foi uma surpresa muito positiva.
Acredito que como toda a cena nacional e mundial,vocês também sofreram muito entre os anos 2020 e 2021, com a pandemia que assolou o mundo. O Monolith Of Time foi lançado em 2019 e vocês ficaram muito tempo sem poder divulgar o álbum ao vivo,certo. Porém, com o mundo voltando ao normal em 2022, vejo que vocês sempre estão se apresentando ao vivo. Para vocês é importante a banda estar em cima do palco mostrando todo o seu poder ao vivo?
Rudolph Hille: A divulgação do primeiro disco sofreu bastante com a pandemia, pois coincidiu justamente com o lançamento. Nós acreditamos que a melhor divulgação é indo pra estrada e trabalhar. Tocar nos eventos, colar junto com as outras bandas, tomar uma cerveja com a galera e trocar uma ideia é a melhor promoção possível. Boa parte da nossa principal característica é justamente feita no palco, então estar nos rolês é primordial não somente para o Orthostat, mas sim toda a cena, pois movimenta a região e os eventos.
A Orthostat tem feito muitos shows pelo estado catarinense e se não me falha a memória também passou pelo Rio Grande do Sul e quais outros estados vocês tocaram? Como toda a banda, sonha em sair de sua região de conforto e tocar fora do país. Vocês têm planos de fazer uma tour pelo continente sul-americano, Estados Unidos ou mesmo Europa, ou por enquanto não existe esse plano na agenda da banda?
Rudolph Hille: No ano de 2023 tocamos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O foco de 2024 será subir pelo Brasil, Estamos com algumas datas já agendadas, e se tudo ocorrer bem, pretendemos dar um giro pela Argentina. Os planos da banda é ir para a estrada e divulgar som. Alguns lugares da europa já demonstraram interesse em levar o nosso som, mas ainda não conseguimos marcar uma tour sólida.
Rudolph, o Monolith Of Time saiu se não me falha a memória pelo selo mineiro Eclipsys Lunarys Productions, né! Vocês ficaram felizes com o suporte que o Leandro Fernandes deu para a banda ? E o que houve que não continuaram com a parceria?
Rudolph Hille: Leandro é um cara sensacional, um grande pilar do underground brasileiro. No Monolith Of Time, ele além de trabalhar no lançamento do CD, ainda fez o entremeio do lançamento em K7 na Indonésia. No The Heat Death, fechamos contrato com a Ms Agency, que por sua vez fomentou o lançamento pela Eternal Hatred Records. Nossa amizade com o Leandro continua, e inclusive possivelmente ele nos ajude com lançamentos em K7 e Vinil do novo disco.
Realmente o Leandro Fernandes é um grande fomentador do submundo brasileiro e inclusive,foi ele quem me deu um suporte e incentivou eu a montar “Maléfica Existência Zine & Distro”, até então eu só editava o zine impresso e me convidou para participar dos lançamentos dos discos “Inkubus Origins” (2018) do carioca Imperador Belial e “Abysmal Decay” (2019) dos paraguaios do Verthebral. Mas como eu era cabaço acabei esquecendo de mandar os logos da M.e.z. Distro que seria inserido no CD e por isso não consta o meu nome no lançamento e está tudo bem, sei que fiz parte desses grandes lançamentos. E nos conta como foi esse lançamento em K7 na Indonésia e como o público de lá aceitou o trabalho de vocês? Acredito que essas fitas são raríssimas.
Rudolph Hille: As fitas na Indonésia esgotaram muito rápido, em poucos meses foram vendidas todas as unidades, e é um público que acompanha nosso trabalho, sempre vemos que nas estatísticas do spotfy a uns 80 a 100 ouvintes mensais de lá. Para nós aqui no Brasil, foi cedido 30 cópias dessa tiragem da Indonésia, enumeradas a mão! vendemos todas e hoje são itens raros, se você tem guarde.
Eu sei que o guitarrista e vocalista David Lago é de Salvador, (BA) e se não me engano é primo do Lord Vlad da Malefactor. Talvez por isso vocês fecharam parceria com o selo baiano Eternal Hatred. Essa parceria é só para esse lançamento ou existe algo mais no futuro entre banda e selo? E estão gostando dessa parceria?
Rudolph Hille: David é sim primo do Vlad, inclusive deixamos um hail ao grande Malefactor! Na verdade, quando foi efetuado a busca por um novo selo, a Eternal Hatred se mostrou muito interessada em trabalhar com a banda, e para nós que sempre admiramos o catálogo dela, com diversas bandas incríveis, foi o fechamento perfeito. Estamos curtindo muito o trabalho com eles pois a capilaridade de distribuição é muito grande, o que se torna um grande benefício.
Antes de entrarmos no assunto do novo trabalho lançado recentemente, eu gostaria de saber porque vocês resolveram lançar e postar nas plataformas digitais os singles para as faixas: Null e Radioactivity? Vocês também gravaram vídeos clipes ao vivo para as faixas “Hydrogen e Nothingness”. Foram as primeiras faixas que saíram para o novo trabalho e resolveram mostrar para o público da banda e gostaram dos resultados finais?
Rudolph Hille: Null foi uma das primeiras músicas que fizemos após o lançamento do Monolith Of Time, e por justamente estarmos parados devido a pandemia, queríamos lançar algo para manter a atividade da banda. O Single foi gravado separado, cada um no seu estúdio e foi bem importante para o direcionamento criativo que a banda começou a adotar. Radioactivity foi lançada durante o processo de gravação do “The Heat Death”, e usamos para dar uma prévia de como o som estava. As versões final desses singles, que estão no novo CD são gravações diferentes! Com solos diferentes, afinação um pouco mais baixa e alguns detalhes novos. Ouvindo o single Null, hoje em dia, percebemos que a mixagem e masterização poderia ter sido melhor, mas em meio ao caos que estava o mundo na época era o que podíamos fazer. A partir desses trabalhos a banda começou a desempenhar um papel muito autônomo na criação / produção das músicas, sendo que foi tudo feito inteiramente pela gente: produção, gravação, mixagem, masterização, se estendendo-se a montagem gráfica do Disco e a produção do vídeo clipe. Nosso nível de satisfação é gigante, pois conseguimos imprimir em todos os aspectos possível as nossas ideias e a nossa personalidade. Essa missão traçada por nós foi bastante desafiadora no início, mas fez a gente evoluir abissalmente como banda. Queremos estar sempre trabalhando em todos os aspectos, tanto no virtual, quanto no mundo de carne e ossos. A assessoria de imprensa nos alçou a ser visto por zines, blogs, canais de YouTube e playlist de streaming, coisas que nem sempre estavam ao nosso alcance, sozinhos. Nos shows e nos eventos é muito fácil chegar e apertar a mão de uma pessoa e trocar uma ideia, na internet é mais uma questão de ser visto em meio a muitos, e estar trabalhando com isso é muito importante. A gente tem sorte de ter um público de todas as idades, e os mais jovens, acabam conhecendo a gente primeiramente na internet, para aí ir assistir os shows. Isso é muito incrível, pois nos últimos eventos, quem mais pegou CDs, K7 e merchandising foi os ouvintes na faixa dos 20 anos.
Aliás, me chamou atenção e fiquei pensando: No Orthostat são todos nerds!? (hahaha) Mas falando sério é um tema que exige uma pesquisa séria. Apesar de o Google está aí para ajudar, precisa cair de cabeça em livros, ler grandes autores e ter uma boa escrita, para a história soar bem. É um álbum conceitual. Precisa ter início,meio e fim. Eu ainda não li e não traduzi as letras e é algo que vou fazer em breve. Gostaria de saber que livros e autores vocês leram e indicaria para os nossos leitores que caso tenham interesse no tema possam pesquisar e viajar pelo universo e pelo cosmo?
David Lago: Acho que de certa forma somos todos nerds considerando o fato de que física e cosmologia assim como metodologia cientifica de uma forma geral sempre foi pauta espontânea da banda em ensaios. Alguns livros (e outras mídias) que embasaram os conceitos do disco foram: Stephen Hawking “Uma breve história do tempo”, Don Lincoln “The Theory of Everything”, os artigos e publicações do físico Viktor T. Toth e ensaios dos pesquisadores Anton Petrov e Matthew O’Dowd nos seus respectivos canais do youtube.
Eu realmente curti muito esse novo trabalho, assim como o Debut CD. Mas é um fato e que felizmente a banda deu um passo muito grande em todos os quesitos neste trabalho. Uma produção muito boa e o nível técnico está absurdamente intrincado, técnico e sem soar demasiado chato. A técnica está ali, mas o peso, a maldade do metal da morte também e não me passou que os músicos estão com os egos inflados e isso faz a diferença na hora de ouvir essa obra. Vocês estudaram muito seus instrumentos nesses últimos 4 anos,né? Essa evolução você acha que deve pelo fato da união do quarteto que está junto desde o começo? No debut Cd, o Igor Thomas não estava na banda ainda, né ? E o cara é um monstro atrás de seu kit e acho ele um dos melhores bateristas do Sul do Brasil. Como a banda está soando hoje em dia juntos no teu ponto de vista?
Rudolph Hille: O principal fato que fez o som evoluir foi a maturação do quarteto como banda. Nesse disco há composições de todos os integrantes, e todo mundo contribui igualmente ao trabalho final. Estamos na fase mais consolidada da banda, o entrosamento é tão grande que são raros os ensaios que fazemos, pois nos conhecemos muito musicalmente. Outro detalhe é que não criamos nenhuma barreira ou limite no processo criativo, para poder fazer o som mais autêntico possível. Sobre a técnica envolvida, gostamos de trabalhar em alguns pontos como compassos ou escalas mais exóticas, mas é dosado de maneira para que não soe como algo “progressivo” ou “técnico”, pois queremos manter o som que construímos no Monolith Of Time, mas adicionar as evoluções da banda.
Como citei o Igor Thomaz, não gravou a bateria no Monolith Of Time e quem gravou como músico de estúdio foi o Thiago Nogueira que atuou também na lenda do metal da morte baiano, Headhunter DC. Que aliás, tem um trabalho matador de bateria. Já em The Heat Death o Igor Thomaz gravou a bateria e fez um excelente trabalho. Achei o trabalho dele fantástico! Mesclando partes rápidas, quebradas e cadenciadas. O que o Igor acrescentou no som de vocês e não existe problemas dele também fazer parte dos curitibanos do Offal e isso trazer conflitos de agenda em um futuro próximo?
Rudolph Hille: Igor é uma máquina, e além de tudo possui um grande feeling na sua tocabilidade, eu sou suspeito a falar, mas acho as linhas de bateria desse disco um dos maiores destaques, e o que mais me chama atenção, pois há bastante originalidade e coisas muito próprias dele, o que faz as músicas ficarem mais “rebuscadas”. Atualmente o Offal está em pausa, com seus integrantes se dedicando a outros projetos, mas se retornarem, nada que umas collab em palco não resolva.
Falar das influências do Orthostat é meio chover no molhado,né? É óbvio que tem muito de Incantation,Immolation entre outras referências no som de vocês. Mas vamos lá quais outras influências vocês agregaram neste novo trabalho ?
Rudolph Hille: O death metal dos 90’s está estampado no nosso cérebro. O mais curioso também é que tivemos referências de fora do metal para a composição do disco, estávamos ouvindo Allan Holdsworth, John Coltrane, Dark Wave 80’s, Música nordestina e indiana, inclusive usando konnakol como uma fonte de influência. Algumas dessas coisas estão incluídas nos esqueletos das músicas. Um outro grande influenciador foi o Headhunter D.C. – …and the Sky Turns to Black… (The Dark Age Has Come), é um disco que admiramos muito, e algumas passagens e a adição de teclados em pequenos pedaços como nas músicas Gravity e Singularity vieram de inspiração deste play. Todas essas referências que citei, podem não parecer com o som final que o disco apresenta, mas pegamos esses conceitos e convertemos ao nosso som.
Nossa, realmente umas influências bem diferentes mesmo! (hahaha) Ah, eu adoro Coltrane e Miles Davis, e também muito Dark Wave e pós punk. Então, meu amigo CD lançado e circulando pelo submundo. Apesar de ter saído recentemente “The Heat Death” vocês já receberam bons feedback até o momento e estão contentes com o resultado final ou mudaria algo neste trabalho?
Rudolph Hille: Os feedbacks estão indo muito bem, já saíram algumas resenhas e todas colocaram nosso trabalho com uma boa nota, e o público também recebeu bem o trabalho, inclusive tendo um pequeno “boom” no nosso perfil do spotify. Estávamos curiosos como seria a recepção do público, pois alguns detalhes das músicas são meio “incomuns”, mas pelo visto está indo muito bem.
A cena inglesa tem à “trindade” do Death Metal, Paradise Lost, Anathema e My Dying Bride. No início todas as três bandas bandas tinham umas influências de Doom Metal, em seu Death Metal e hoje em dia eles mudaram muito o seu som e acredito que só o My Dying Bride ainda mantém alguma referência desse som que eles fazia no início dos anos 90. Nós brasileiros também temos a nossa trindade blasfêmica composta por: Headhunter DC que você citou como influências da Orthostat e seu clássico absoluto “…And Skin…”, além dos brasilienses do Embalmed Souls e os mineiros do Corpse Grinder. Verdadeiros defensores do clássico old school Death Metal e nunca se venderam para modas. Gostaria de saber de você Ruddolph o que você acha dessas três bandas brasileiras e quais outras no Death Metal brasileiro, vocês escutam e tem o seu apoio?
Rudolph Hille: Total respeito e adimiração! os discos “Become Vengeance, Become Wrath” do Embalmed Souls e “Persistence” do Corpse Grinder já rodaram milhares de vezes no meu som. Falar do Headhunter D.C. – and the Sky Turns to Black e God’s Spreading Cancer é chover no molhado, uma grande referência e inspiração para nós, e sempre nos inspira muito. Atualmente escutamos, apoiamos e mantemos amizade com diversas bandas, mas vou citar algumas: Podridão, Rebaelliun, Vulcano, Morbid Perversion, Exterminate, Flesh Grinder, Ereboros, Luxúria de Lillith, ROT, Cemitério, Expurgo, Violent Curse, Precipício, Silent Empire, Ethel Hunter, Cemitério, Ossos, Steel Grinder, Zombie Cookbook, Hauser, NervoChaos, Volkmort e por aí vai.
Como você vê o atual cenário catarinense? E a nível nacional ?
Ruddolph – O cenário catarinense é muito rico, e atualmente está em alta: bandas novas surgindo, bandas consolidadas lançando materiais, eventos em maior periodicidade, novos públicos surgindo, um cenário perfeito para cultura underground. Todas as regiões do Brasil possuem suas cenas e bandas que são incrivelmente fodas e admiro muito e Santa Catarina não fica para trás.
Meu caro Ruddolph Hille, obrigado pelo vosso tempo dedicado a nós. Mais uma vez parabéns pelo ótimo trabalho e suas palavras finais.
Rudolph Hille: Quero agradecer mais uma vez Waltinho pelo espaço e pela oportunidade cedida para divulgação do Orthostat, o The Old Coffin Spirit e o Maléfica Existência Zine sempre fizeram um incrível trabalho e permanecem sempre fazendo incríveis resenhas e entrevistas no underground. Um abraço a todos!
ENGLISH VERSION
Death Metal archaeologists from Santa Catarina have just released their second work “The Heath Death”, what a harrowing and obscure work. A great 2023 release. We went to exchange ideas with guitarist Ruddolph Hille to give us more details about this masterpiece!
Greetings Ruddolph Hille! It is Welcome to The Old Coffin Spirit Zine & Portal. To start, could you tell us if you were satisfied with all the repercussions that the band received with the release of Full Length “Monolith of Time, (2019) at the time of its release?
Rudolph Hille: Greetings friends, we were certainly very pleased, as we had several reviews and feedback from bands, portals and Zines that we have always admired, both nationally and internationally, so being on that radar was very gratifying. Especially because people were already going to the shows and already knew the songs and riffs from Debut, which was a very positive surprise.
I believe that like the entire national and global scene, you also suffered a lot between 2020 and 2021, with the pandemic that devastated the world. Monolith Of Time was released in 2019 and you spent a long time without being able to promote the album live, right? However, with the world returning to normal in 2022, I see you always performing live. Is it important for you for the band to be on stage showing all their power live?
Rudolph Hille: The release of the first album suffered a lot due to the pandemic, as it coincided precisely with the release. We believe that the best promotion is by going on the road and working. Playing at events, joining other bands, having a beer with the guys and exchanging ideas is the best possible promotion. A large part of our main feature is precisely done on stage, so being on stage is essential not only for Orthostat, but the entire scene, as it moves the region and events.
Orthostat has done a lot of shows around the state of Santa Catarina and if I remember correctly, it also went to Rio Grande do Sul and which other states did you play in? Like the entire band, they dream of leaving their comfort zone and playing outside the country. Do you have plans to tour the South American continent, the United States or even Europe, or is there no such plan on the band’s agenda for now?
Rudolph Hille: In 2023 we played in Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Paraná. The focus of 2024 will be to climb through Brazil. We have some dates already scheduled, and if everything goes well, we intend to take a tour of Argentina. The band’s plans are to go on the road and promote their music. Some places in Europe have already shown interest in carrying our sound, but we haven’t been able to schedule a solid tour yet.
Rudolph, the Monolith Of Time was released if I remember correctly by the Minas Gerais label Eclipsys Lunarys Productions, right! Were you happy with the support that Leandro Fernandes gave to the band? And what happened that didn’t continue with the partnership?
Rudolph Hille: Leandro is an amazing guy, a great pillar of the Brazilian underground. In Monolith Of Time, in addition to working on the CD release, he also arranged the release on K7 in Indonesia. With The Heat Death, we signed a contract with Ms Agency, which in turn promoted the release on Eternal Hatred Records. Our friendship with Leandro continues, and he may even help us with the K7 and Vinyl releases of the new album.
Leandro Fernandes is truly a great promoter of the Brazilian underworld and he was the one who gave me support and encouraged me to set up “Maléfica Existência Zine & Distro”, until then I only edited the printed zine and invited me to participate in the releases of the albums “Inkubus Origins” (2018) by Imperador Belial from Rio and “Abysmal Decay” (2019) by Paraguayans Verthebral. But as I was a gourd, I ended up forgetting to send the M.e.z logos. I said it would be included on the CD and that’s why my name doesn’t appear on the release and that’s okay, I know I was part of those great releases. And tell us how this launch was in K7 in Indonesia and how the public there accepted your work? I believe these tapes are very rare.
Rudolph Hille: The tapes in Indonesia sold out very quickly, in a few months all the units were sold, and it is an audience that follows our work, we always see that in the Spotfy statistics there are around 80 to 100 monthly listeners there. For us here in Brazil, 30 copies of this print run from Indonesia were provided, listed by hand! We sold them all and today they are rare items, if you have them keep them.
I know that guitarist and vocalist David Lago is from Salvador, (BA) and if I’m not mistaken, he’s a cousin of Lord Vlad from Malefactor. Maybe that’s why you signed a partnership with the Bahian label Eternal Hatred. Is this partnership just for this release or is there something else in the future between band and label? And are you enjoying this partnership?
Rudolph Hille: David is indeed Vlad’s cousin, we even leave a shout out to the great Malefactor! In fact, when the search for a new label was carried out, Eternal Hatred was very interested in working with the band, and for us who have always admired their catalog, with several incredible bands, it was the perfect closure. We are really enjoying working with them because the distribution capacity is very large, which is a great benefit.
Before we get into the subject of the new work recently released, I would like to know why you decided to release and post the singles for the tracks: Null and Radioactivity on digital platforms? You also recorded live music videos for the tracks “Hydrogen and Nothingness”. Were they the first tracks that came out for the new work and did you decide to show it to the band’s audience and did you like the final results?
Rudolph Hille: Null was one of the first songs we made after the release of Monolith Of Time, and because we were at a standstill due to the pandemic, we wanted to release something to keep the band active. The Single was recorded separately, each in their own studio and was very important for the creative direction that the band began to adopt. Radioactivity was released during the recording process for “The Heat Death”, and we used it to give a preview of what the sound was like. The final versions of these singles, which are on the new CD, are different recordings! With different solos, slightly lower tuning and some new details. Listening to the single Null, nowadays, we realize that the mixing and mastering could have been better, but in the midst of the chaos that the world was in at the time, it was what we could do. From these works onwards, the band began to play a very autonomous role in the creation/production of the songs, and everything was done entirely by us: production, recording, mixing, mastering, extending to the graphic assembly of the Album and the production of the video clip. Our level of satisfaction is huge, as we are able to convey our ideas and personality in every aspect possible. This mission outlined by us was quite challenging at the beginning, but it made us evolve immensely as a band. We want to always be working in all aspects, both in the virtual world and in the flesh and bones world. The press office helped us to be seen through zines, blogs, YouTube channels and streaming playlists, things that were not always within our reach on our own. At shows and events it’s very easy to come up and shake someone’s hand and exchange an idea, on the internet it’s more a matter of being seen among many people, and working with that is very important. We are lucky to have an audience of all ages, and the youngest ones end up meeting us first on the internet, so they can go and watch the shows. This is very incredible, because in recent events, those who picked up CDs, K7s and merchandising the most were listeners in their 20s.
My friend, your band is relatively new, but they just released their second album and I can tell you: I’m blown away by such quality, weight and fury. Congratulations to you! Would you like to know what the process of composing and recording the album “The Heath Death” was like?
Rudolph Hille: Thank you very much! The creation process began at the beginning of 2020, David began writing the album’s theme: The emergence and tragic end of the universe. Each song highlights a part in the life of the universe: the principle of vacuum, radioactivity, the emergence of gravity, black holes, the emergence of stars, the beginning of chemistry, biology until finally reaching the entropy of the universe, where all energy ends and “thermal death” occurs. Musically we wanted the sound to be heavier and denser than the first work, in it we all had songs and compositions, and we made a point of emphasizing all the details of the band: bass passages, drum solos and syncopated riffs. We were very familiar with music production, due to working during the pandemic, so we decided that we would do the entire production ourselves, precisely because we were looking for a more “unique” sound for the work. This album reflects very well what Orthostat is: a band that works very closely together, and play is practically a child that came from our guts 😆
Ruddolph Hille, did you and David Lago decide to take over the studio buttons and produce the album alone? And how was this self-produced experience? Did you enjoy this process and do I intend to invest more in this field? Because the production is really above average and caught my attention and when I saw that it was produced by you I was amazed
Rudolph Hille: Yes, David and I put together the project, and I did the mixing and mastering. It’s really an area that I’m studying a lot. Music producers in the region are very concerned about leaving the mixes very “clean” and washed, and this ends up killing the aggressiveness of the production a little. My idea is to always work with a sound focused more on the area of extreme metal.
Yes man, I don’t like these new current productions either, they all sound the same and artificial to me. Well, man, the theme of Death Metal since its genesis revolves around death, horror films and especially zombies and anti-Christianity. There are some bands that deviate from this lyric and I find it interesting. Your first work talked about archeology and monuments of the past. In The Heat Death you are addressing a different and fascinating theme which is talking about the universe, “Sci-fi” and where the inspiration came from to talk about this theme and with an extreme musical background that is: a technical, heavy, aggressive Death Metal is it gloomy?
Rudolph Hille: We grew up and developed listening to profane, disgusting and aggressive Death metal, we are great fans! David and Eduardo have always been very enthusiastic about space physics, during some readings, it was seen that it was a very strong, morbid theme and with quite imposing terms. The concept of the album and the musical direction being taken to a heavier and dragging line, exemplifying the universal complexity interested us a lot, Orthostat will always make conceptual albums, and we won’t always do similar themes, it could be about science, philosophy or history . These themes serve to give an extra originality to our sound, but nothing stops us from one day ending up doing some classic necro theme.
In fact, it caught my attention and I was thinking: Are they all nerds at Orthostat!? (hahaha) But seriously, it’s a topic that requires serious research. Although Google is there to help, you need to read books, read great authors and have good writing skills, for the story to sound good. It’s a concept album. It needs to have a beginning, middle and end. I haven’t read it yet or translated the lyrics and it’s something I’m going to do soon. I would like to know what books and authors you have read and would you recommend to our readers that if they are interested in the topic, they can research and travel through the universe and the cosmos?
David Lago: I think that in a way we are all nerds considering the fact that physics and cosmology as well as scientific methodology in general has always been a spontaneous topic for the band in rehearsals. Some books (and other media) that supported the disc’s concepts were: Stephen Hawking “A brief history of time”, Don Lincoln “The Theory of Everything”, articles and publications by physicist Viktor T. Toth and essays by researchers Anton Petrov and Matthew O’Dowd on their respective YouTube channels.
I really enjoyed this new work, as well as the Debut CD. But it is a fact and that fortunately the band took a very big step in all aspects of this work. A very good production and the technical level is absurdly intricate, technical and without sounding too boring. The technique is there, but so is the weight, the evil of death metal and it didn’t occur to me that the musicians have inflated egos and that makes a difference when listening to this work. You’ve studied your instruments a lot these last 4 years, right? Do you think this evolution is due to the union of the quartet that has been together since the beginning? On the debut CD, Igor Thomas wasn’t in the band yet, right? And the guy is a monster behind his kit and I think he’s one of the best drummers in the south of Brazil. How is the band sounding together these days from your point of view?
Rudolph Hille: The main fact that made the sound evolve was the quartet’s maturation as a band. This album contains compositions by all members, and everyone contributes equally to the final work. We are in the most consolidated phase of the band, the rapport is so great that we rarely have rehearsals, as we know each other so much musically. Another detail is that we do not create any barriers or limits in the creative process, in order to make the most authentic sound possible. Regarding the technique involved, we like to work on some points such as more exotic bars or scales, but it is dosed in a way so that it doesn’t sound like something “progressive” or “technical”, as we want to maintain the sound we built in Monolith Of Time, but add the band’s evolutions.
As I mentioned Igor Thomaz, he didn’t record the drums in Monolith Of Time and the one who recorded as a studio musician was Thiago Nogueira who also worked in the Bahian death metal legend, Headhunter DC. Which, by the way, has killer drum work. In The Heat Death, Igor Thomaz recorded the drums and did an excellent job. I thought his work was fantastic! Mixing fast, broken and rhythmic parts. What did Igor add to your sound and is there no problem with him also being part of Offal’s Curitiba fans and this causing scheduling conflicts in the near future?
Rudolph Hille: Igor is a machine, and on top of all that he has a great feeling in his playability, I’m suspicious of this, but I think the drum lines on this album are one of the biggest highlights, and what makes me most happy It draws attention, as there is a lot of originality and things very unique to him, which makes the songs more “refined”. Currently, Offal is on break, with its members dedicating themselves to other projects, but if they return, there’s nothing that a few collabs on stage won’t solve.
Talking about Orthostat’s influences is a bit of a let-down, right? It’s obvious that there’s a lot of Incantation, Immolation and other references in your sound. But let’s go, what other influences did you add to this new work?
Rudolph Hille: 90’s death metal is imprinted in our brain. The most curious thing is that we had references from outside of metal for the composition of the album, we were listening to Allan Holdsworth, John Coltrane, Dark Wave 80’s, Northeastern and Indian music, including using konnakol as a source of influence. Some of these things are included in the song skeletons. Another big influencer was Headhunter D.C. – …and the Sky Turns to Black… (The Dark Age Has Come), it’s an album we admire a lot, and some passages and the addition of keyboards in small pieces like in the songs Gravity and Singularity came from this play’s inspiration. All these references I mentioned may not sound like the final sound the album presents, but we took these concepts and converted them to our sound.
Wow, really some very different influences! (hahaha) Oh, I love Coltrane and Miles Davis, and also a lot of Dark Wave and post punk. So my friend CD released and circulating through the underworld. Even though “The Heat Death” was recently released, have you received good feedback so far and are you happy with the final result or would you change anything about this work?
Rudolph Hille: The feedback is going very well, some reviews have already come out and they all give our work a good rating, and the public also received the work well, including having a small “boom” on our Spotify profile. We were curious what the public’s reception would be like, as some details of the songs are a bit “unusual”, but apparently it’s going very well.
The English scene has the “trinity” of Death Metal, Paradise Lost, Anathema and My Dying Bride. In the beginning, all three bands had some influences from Doom Metal, in their Death Metal and nowadays they have changed their sound a lot and I believe that only My Dying Bride still maintains some reference to that sound that they made in the early 90s. We Brazilians also have our blasphemous trinity composed of: Headhunter DC who you mentioned as influences of Orthostat and your absolute classic “…And Skin…”, in addition to the Brasilia natives of Embalmed Souls and the Minas Gerais band of Corpse Grinder. True defenders of classic old school Death Metal and never sold out to fads. I would like to know from you Ruddolph what you think of these three Brazilian bands and which other Brazilian Death Metal bands do you listen to and have your support?
Rudolph Hille: Total respect and admiration! the albums “Become Vengeance, Become Wrath” by Embalmed Souls and “Persistence” by Corpse Grinder have already played thousands of times in my sound. Talking about Headhunter D.C. – and the Sky Turns to Black and God’s Spreading Cancer is raining on the wet, a great reference and inspiration for us, and it always inspires us a lot. We currently listen to, support and maintain friendships with several bands, but I will mention a few: Podridão, Rebaelliun, Vulcano, Morbid Perversion, Exterminate, Flesh Grinder, Ereboros, Luxúria de Lillith, ROT, Cemitério, Expurgo, Violent Curse, Precipício, Silent Empire, Ethel Hunter, Cemitério, Ossos, Steel Grinder, Zombie Cookbook, Hauser, NervoChaos, Volkmort and so on
How do you see the current scenario in Santa Catarina? And at a national level?
Rudolph Hille: The scene in Santa Catarina is very rich, and is currently on the rise: new bands emerging, established bands releasing material, events occurring more frequently, new audiences emerging, a perfect setting for underground culture. All regions of Brazil have their scenes and bands that are incredibly cool and I admire them a lot and Santa Catarina is not left behind.
My dear Ruddolph Hille, thank you for your time dedicated to us. Once again congratulations on the great work and your final words.
Rudolph Hille: I want to thank Waltinho once again for the space and the opportunity given to promote Orthostat, The Old Coffin Spirit and Maléfica Existência Zine have always done an incredible job and are always doing incredible reviews and interviews in the underground. A hug to everyone!