CD/EP/LP

OCTOBER TIDE – Tunnel of No Light (Reissue CD 2024)

OCTOBER TIDE (Suécia)
“Tunnel of No Light” – Reissue CD 2024
Cold Art Industry – Nacional
8,5/10

O ano era 2013 e o grupo sueco OCTOBER TIDE chegava ao seu quarto álbum oficial intitulado “Tunnel of no Light”, um petardo que conquistou inúmeros reviews positivos ao redor do mundo, mostrando um trabalho que vinha em um crescendo em termos de qualidade e encerrando cerca de três anos sem um novo lançamento, já que o seu álbum anterior “A Thin Shell”, havia sido lançado em 2010.

“Tunnel of no Light” conseguiu trazer em seu doom metal uma abordagem que ainda que não apelasse para a velocidade do metal extremo, oferecia uma “agressividade” baseada em uma intensidade que percorria todas as suas composições.

Do ponto de vista da sonoridade do grupo, esse álbum deixava transparecer uma música que invocava muito de grupos como Katatonia, algo do Paradise Lost e My Dying Bride, mas tudo feito com uma roupagem própria, aquele “tempero” obscuro que é tão característico do metal sueco.

A banda não se afastou de sua própria sonoridade e manteve sua pegada em “Tunnel of Light”, mas foi capaz de continuar avançando em termos de identidade, o que é algo muito positivo.

Ainda que seja uma composição de doom metal, a faixa de abertura “Of Wounds to Come” cria uma pegada mais direta, com um enorme peso das guitarras. Mas é em “Our Constellation” que eu consigo ver a enorme qualidade da música da banda. Essa é uma composição que explora sem medo e percorre diversos caminhos musicais, moldando uma música que soa emocional, pesada e acima de tudo abundante em energia. Os vocais guturais se mantém em um patamar que não o torna demasiadamente sujo e isso é algo que se encaixa bem na proposta do OCTOBER TIDE.

“Emptiness Fullfilled” vai além em termos de intensidade e densidade. É uma grande música, que possui belíssimos arranjos de guitarra. A melodia é cativante e triste ao mesmo tempo, mexendo com a emoção do ouvinte. A próxima música é uma das melhores do álbum. “Caught in Silence” é um soco no estômago. Ainda que ela possua claros elementos presentes em todas as faixas anteriores, ela tem uma pegada mais direta nos momentos mais intensos e como é uma característica da banda, traz uma melodia muito bonita. É a faixa mais curta do álbum, com quase cinco minutos.

Como um grande fã do velho Katatonia, ao ouvir a faixa “The Day I Dissolved” tem em sua essência muito dos caras. A atmosfera criada nessa música é incrível. Um momento muito especial nesse álbum. Um pouco mais leve em sua sonoridade é “Watching the Drowners”, com excelentes arranjos de guitarra e uma vocalização poderosa. Em alguns momentos a música me soou um pouco como o Anathema mais progressivo, mas sem se aprofundar demais nessa abordagem.

“In Hopeless Pursuit” é a música que tem mais cara de um quase death metal. O andamento é mais persistente e direto, os vocais são mais agressivos e o peso se faz presente. Na parte final da música o doom metal toma o controle e se destaca.

A faixa final do álbum é “Adoring Ashes” mostra de forma mais evidente as influências do My Dying Bride. Uma música densa e com excelentes arranjos. “Tunnel of No Light” realmente é um álbum que mereceu os aplausos na época de seu lançamento, mais de uma década atrás. Os fãs de doom metal brasileiros que não tiveram a chance de ouvir esse trabalho não podem deixar a oportunidade passar.

A versão lançada no Brasil tem o padrão de qualidade da gravadora Cold Art Industry. Um belo digipack, que traz um encarte com letras e demais informações, traz o painel traseiro para você colocar na caixa acrílica, além de uma imã de geladeira com o logotipo da banda. Para os colecionadores, um OBI também está presente.

Tracklist:

1.Of Wounds to Come
2.Our Constellation
3.Emptiness Fulfilled
4.Caught in Silence
5.The Day I Dissolved
6.Watching the Drowners
7.In Hopeless Pursuit
8.Adoring Ashes

OCTOBER TIDE (Sweden)
“Tunnel of No Light” – Reissue CD 2024
Cold Art Industry – Brazilian edition
8,5/10

It was 2013 and the Swedish group OCTOBER TIDE had released their fourth official album, “Tunnel of no Light”, a petard that garnered countless positive reviews around the world, showing a work that was growing in terms of quality and ending about three years without a new release, since their previous album, “A Thin Shell”, had been released in 2010.

“Tunnel of no Light” succeeded in bringing an approach to doom metal that, while not appealing to the speed of extreme metal, offered an “aggressiveness” based on an intensity that ran through all their compositions.

From the point of view of the group’s sound, this album showed a music that invoked a lot of groups like Katatonia, something from Paradise Lost and My Dying Bride, but all done in their own style, with that dark “spice” that is so characteristic of Swedish metal.

The band didn’t stray far from their own sound and kept their footprint on “Tunnel of Light”, but they were able to keep moving forward in terms of identity, which is a very positive thing.

Although it’s a doom metal composition, the opening track “Of Wounds to Come” creates a more direct feel, with a huge weight to the guitars. But it’s on “Our Constellation” that I can see the sheer quality of the band’s music. This is a composition that fearlessly explores and traverses various musical paths, shaping a song that sounds emotional, heavy and above all abundant in energy. The guttural vocals remain at a level that doesn’t make it too dirty and that’s something that fits well with OCTOBER TIDE‘s proposal.

“Emptiness Fullfilled” goes further in terms of intensity and density. It’s a great song with beautiful guitar arrangements. The melody is catchy and sad at the same time, stirring the listener’s emotions. The next song is one of the best on the album. “Caught in Silence” is a punch in the gut. Although it has clear elements present in all the previous tracks, it has a more direct feel in the more intense moments and, as is characteristic of the band, it has a very beautiful melody. It’s the shortest track on the album, at almost five minutes.

As a big fan of the old Katatonia, listening to the track “The Day I Dissolved” brings out a lot of the guys. The atmosphere created in this song is incredible. A very special moment on this album. A little lighter in its sound is “Watching the Drowners”, with excellent guitar arrangements and powerful vocals. At times the song sounded a bit like the more progressive Anathema, but without going too far into that approach.

“In Hopeless Pursuit” is the song that sounds more like quasi-death metal. The tempo is more persistent and direct, the vocals are more aggressive and the heaviness is present. Towards the end of the song, the doom metal takes over and stands out.

The final track on the album, “Adoring Ashes”, shows My Dying Bride‘s influences more clearly. A dense song with excellent arrangements. “Tunnel of No Light” really is an album that deserved the plaudits at the time of its release more than a decade ago. Brazilian doom metal fans who haven’t had the chance to listen to this work shouldn’t miss out.

The version released in Brazil has the quality standards of the Cold Art Industry label. A beautiful digipack, which includes a booklet with lyrics and other information, a back panel for you to place in the acrylic box, as well as a fridge magnet with the band’s logo. For collectors, an OBI is also present.

Tracklist:

1.Of Wounds to Come
2.Our Constellation
3.Emptiness Fulfilled
4.Caught in Silence
5.The Day I Dissolved
6.Watching the Drowners
7.In Hopeless Pursuit
8.Adoring Ashes

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