“Dying of Everything” – CD 2023
Relapse Records – Importado
9/10
É extremamente gratificante ouvir um novo álbum do OBITUARY que abrace as suas próprias raízes e as misture com a sonoridade que a banda acabou por desenvolver nos últimos anos. Eu não sou da opinião de que a banda nunca deu deslizes em sua carreira, porque deu. Mas também não sou cabeça dura ao ponto de não admitir que eles foram mínimos diante da solidez de uma carreira que se iniciou ainda nos anos 80.
Tive a oportunidade de ver a banda ao vivo recentemente e fiquei abismado com a intensidade que esses caras, todos acima dos 50 anos, tiveram em cima do palco. “Dying of Everything” é um álbum bem acima da média. São 10 composições que passeiam por todas as fases da banda, mas posso afirmar que ainda que existam aqui e ali algumas partes até sem sal, o álbum é sólido o suficiente para te causar um traumatismo craniano se arremessado contra a sua cabeça.
A faixa de abertura é o velho OBITUARY em plena forma e raiva. “Barely Alive” é uma faixa intensa do início ao fim. Tem uma vibe que te arrasta diretamente para a época do “Cause of Death”. Mas ainda que soe dessa forma há alguns elementos nela, assim como em praticamente todo o álbum, que mostram que há algo novo no modo de composição da banda. Não é fácil de explicar o que é, mas está lá e provoca o ouvinte mais atento. Essa é uma faixa que, ao vivo, vai soar como um tsunami.
A segunda faixa é “The Wrong Time”. Ela tem um riff de início que soa um tanto estranho aos ouvidos logo de início, mas ele apenas te prepara para uma das faixas mais OBITUARY desse álbum, se é que podemos falar dessa forma. Há um groove que se tornou característico do som do grupo, o peso absurdo está lá, as mudanças de tempo e os vocais absolutamente perfeitos de Tardy também. Em termos de groove, “Without a Consciense” é a faixa que melhor trabalha com isso. Os riffs aqui são realmente pesados. Ainda melhor é a cadenciada e lenta “War”, uma das minha preferidas.
A faixa título começa com uma pegada moderna que não me agradou tanto assim. Parece que algo muito ruim vai começar, mas felizmente os caras baixam a porrada nos instrumentos logo depois e dificilmente alguém não vai querer bater cabeça ou bater em alguém depois de ouvir isso. Ir descrevendo cada música em seus detalhes seria incorrer em uma repetição cansativa de argumentos, já que “Dying of Everything” é um álbum que é bastante homogêneo. Não há músicas que destoem brutalmente. Isso é até bom, pois álbuns com músicas muito diferentes acabam por correr o risco de errar na dose e criarem discrepâncias muito incômodas. Outras faixas que poderia destacar dentro desse trabalho são: “By the Dawn” e “Weaponize the Hate”.
A capa desse álbum é um destaque a parte, já que talvez seja a capa mais diferente que a banda já teve. E quando diferente não é de um ponto de vista negativo. É uma arte matadora e se encaixou perfeitamente na proposta do disco. O OBITUARY prova que a idade não diminuiu em nada a qualidade de sua música e que eles continuam produzindo um death metal do mais alto nível.
Tracklist:
1. Barely Alive
2. The Wrong Time
3. Without a Conscience
4. War
5. Dying of Everything
6. My Will to Live
7. By the Dawn
8. Weaponize the Hate
9. Torn Apart
10. Be Warned
