CD/EP/LP

NEURÓTICOS “Kill for God”

NEURÓTICOS (Brasil/Japão)
“Kill for God” – CD 2019
Xaninho Discos/Extreme Round/Native Blood/Zuada Rec
Nacional
8/10

A capa deste álbum dos nipo-brasileiros do Neuróticos faz jus ao nome da banda. O caos e a neurose causados por políticos, religiosos e militares é algo além do absurdo hoje em dia. E o designer Alcides Burn retratou isto muito bem na capa do álbum. Na ativa desde 2004 o Neuróticos tem uma trajetória curiosa pois começaram em Hiroshima no Japão, onde os irmãos paulistas Kleber e Bruno Matsuda (respectivamente guitarra e vocal) se uniram a Junpei Nakamura (baixo) e Yuichi Ishiguro (bateria). O primeiro trabalho deles foi um Split com as japonesas Deadly Spawn e Taste só em 2014. Em 2016 lançaram um EP com seis sons e em 2019 saiu este debut, gravado no Japão, mixado na Alemanha e lançado de maneira independente mas distribuído por um coletivo de selos como a Xaninho Discos, Extreme Round, Native Blood e Zuada Rec.

A instrumental “Beginning of Inferno” é  a faixa mais curta e cadenciada do álbum mas já prepara o terreno para o triturador death metal dos caras. Nos primeiros minutos de “Opened the Gate of Hell” já se notam influências do Krisiun na batera, Cannibal Corpse no baixo e Deicide na guitarra. E é este clima bem old school que permeia todo o trabalho. O início de “Blinded by War” lembra bastante o Metallica mas a violência death metal retorna. Outra faixa bastante violenta é “Family Violence”, onde o baixo de Junpei desfila na comissão de frente com precisão, distorção e velocidade. Assim como em vários momentos do cd, o vocal de Bruno lembra bastante o de  Bryan Cegon, que fez parte do Disincarnate, misturado a alguns timbres de Peter, do Vader.

Faixas como “Nothing’s Going to Change This World” (cuja introdução lembra bastante “Infernal Death” do Death) e a derradeira, “Kill”, até têm início cadenciado e você chega a pensar que serão faixas mais arrastadas, mas os caras mudam o direcionamento e caem na velocidade novamente. O único porém, no meu ponto de vista, do álbum é a falta de solos, porém as estruturas são muito bem compostas e executadas. Como todo cd de death metal old school, este também é curto (pouco mais de 36 minutos), mas deixa um rastro de destruição em nossos ouvidos. Cheers!!!

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