Banda Chilena de Death Metal, relativamente recente (2013), disco com arte de capa totalmente old school… já vi esse filme esse ano. Curti muito a capa do colombiano “Julian Mora”, com um ar clássico e tosco, na medida.
Diferentemente do ROTTEN TOMB, resenhado e entrevistado recentemente, o MORTIFY é um quarteto de Concépcion, na região sul do país. O som também difere, porque o MORTIFY propõe um estilo de Death Metal que mescla o velho e o novo, carregado de diversas influências e com uma pegada bastante técnica e progressiva, além de melódica.
“Fragments at the Edge of Sorrow” é o segundo trabalho de estúdio da banda, que acaba de sair via “Chaos Records”, selo mexicano especializado em Metal Extremo.
Uma das músicas que melhor apresentam o estilo dos caras é a “Frayed Lunacy (Dying Sight)”, onde é possível notar, de imediato, influências clássicas de Thrash Death, levadas pontuais mais Doom e segmentos voltados ao Death Metal Progressivo, Técnico e elegante, típico do final da carreira do grandioso DEATH (EUA).
O que deixa o som muito interessante é o fato dele nunca deixar de soar tradicional, os conceitos e o feeling da velha escola estão todos lá. O caldeirão de referências e características incorporadas cria uma mistura agradável, boa de se ouvir.
Fica claro o apreço desses chilenos pela música progressiva quando você se depara com uma música como “Mindloss”, uma instrumental de pouco mais de seis minutos de muito bom gosto e melódica no ponto. “Edge” é um interlúdio instrumental de guitarras acústicas e teclados etéreos, bem na veia OPETH do álbum “Damnation”.
Um dos maiores méritos do segundo álbum do MORTIFY encontra-se na engenhosidade com que as músicas foram compostas, e a forma como as variações e mudanças rítmicas foram costuradas. Elas fluem com naturalidade. Ótimo exemplo é a faixa “Astral Sphere From a Bleeding Soul”, uma das melhores do álbum, com excepcionais trabalhos de percussão e guitarras, além do baixo que se destaca no mix da obra toda.
Outros dois destaques individuais são as insanas “Process in a Secrecies of Thoughts” e “Contaminated Echoes”. São o tipo de som que eu apresentaria a alguém que diz não gostar de Death Metal mais técnico e intricado. Muita habilidade, ousadia e quebradeira rítmica, mas sem nunca deixar de carregar o estandarte do verdadeiro Death Metal.
Pontos negativos? Sim, a duração ficou um pouco extensa, com praticamente 50 minutos. Poderia ser um pouco mais compacto e direto, pro meu gosto.
A própria banda menciona em suas páginas suas principais referências. Destacaria que esse ótimo trabalho é, principalmente, recomendável aos fãs de DEATH (EUA), PESTILENCE (HOL), GORGUTS (CAN), EDGE OF SANITY (SUE), BLOOD INCANTATION (EUA), THANATOS (HOL) e ATHEIST (EUA).
Tracklist abaixo, duração total de 50:35 minutos:
1 – “Beneath the Emptiness”
2 – “In the Amorphous Path”
3 – “Ethereal Illusion of Psyche”
4 – “Fragments”
5 – “Frayed Lunacy (Dying Sight)”
6 – “Mindloss”
7 – “The Accursed and the Throes”
8 – “Edge”
9 – “Astral Sphere From a Bleeding Soul”
10 – “Process in a Secrecies of Thought”
11 – “Contaminated Echoes”
12 – “Sorrow”