“De Pessimism Philosophiam et Dogma Nihilistic – CD 2022
Vários Selos – Nacional
9/10
O que falar de uma banda do nível da MORCROF ? Banda que está na labuta desde 1992 até os dias atuais e sem pausa nas atividades. Claro que para uma banda que executa um Black/Doom/Dark Metal, no submundo brasileiro não é uma tarefa fácil. Como tantas outras bandas que estão inseridas no necrounderground nacional sofreu, também, com muitas trocas de integrantes e mesmo assim, sua discografia é vasta, com muitos materiais lançados (dts,splits, eps e full albuns) e a banda é muito respeitada dentro da cena Underground. Como conseguiram isso ? Com muito amor à sua música, com muito amor ao Underground e amor à suprema arte negra !
Em 2019 eu já achei que eles tinham lançado um dos melhores álbuns de sua discografia e que figurou entre os melhores lançamentos daquele ano com “Codex · Gnosis · Apokryphv: Arcano · Verba · Revelatio”. Aquela formação para mim estava em um nível altíssimo e, infelizmente, a formação se dissolveu. Daquela formação ficou Paullus Moura, Brahmas Kermanns e efetivando na formação atual Aaron Maat. Agora a banda é um “power trio” com Brahmas Kermanns (teclado), Aaron Maat (guitarras) e o batalhador Paullus Moura no baixo e assumindo também os vocais. A bateria foi gravada por um “Session Drummer” com a alcunha de “Alter Ego”.
Esquece aquele som do “Codex…” novos integrantes e novas influências. O instrumental continua de certa forma com a proposta do “Codex…” Porém mais agressivo e maléfico. A grande diferença desse novo trabalho está nos vocais de Paullus, mais rasgados e diretos. Com experiência de tantos anos, o Morcrof já tem seu próprio som. Quem conhece a banda já sabe que além daquelas melodias tristes, sinfonias obscuras, soturnas, e belas passagens viajantes e acústicas, vão encontrar influências do Black Metal grego em seus hinos fúnebres, e letras profundas em latim, exaltando o niilismo e o vazio da existência humana.
O play abre com uma intro que dá nome a essa obra prima ! A segunda faixa “Ex Hvmanvm Insvfficientia” e a próxima faixa “Rescindi Neqveat Amaritvdinem” são diretas, agressivas, obscuras e com teclados sombrio, riffs cortantes, baixo e bateria poderosos que ficaram perfeitos com esse vocal do Paullus, mais rasgados e sombrios. A quarta faixa “Vita Ad Mortem Portendit” é uma bela passagem de violões acústicos e tambores. Trazendo um clima pagan e obscuro. E seguimos com “Virvm Trans Silvam”, “Absvrdvm Est Perpetvvm Nimiam”, são hinos cheios de fúria, melodias cativantes e tudo muito bem executado. Na sétima faixa mais uma intro obscura e tenebrosa “Frigvs Tenebris”. A oitava faixa,
“Scio Deceptionem Est Devm” é outra faixa mais rápida e com um teclado que traz um clima negro e melodioso. Na faixa nove “Babalon Celebrate ad Svb Monti” mais uma intro um pouco mais longa com incursões de violão acústicos, tambores e uma flauta que mistura um clima pagan e trilha sonora de filmes medievais. Fechando esse magnífico trabalho temos as duas últimas faixas “Mysteria Malak Al-Mawt” e “Omnia Qvi Natvs Est in Sol Imperii Dolor et Tristitia Svnt”. A penúltima faixa continua com aquela agressividade e momentos cadenciados, com belas bases de guitarras, baixo segurando bem os graves e teclado magistral. Aliás, o teclado neste trabalho é de uma beleza rara e com muitos momentos obscuros e viajantes.
A última faixa é mais tranquila, calma, com um vocal feminino, angelical e belo.
Resumo : esse disco é sem dúvida nenhuma um grande trabalho e com certeza estará na minha lista dos melhores do ano de 2022. Vale ressaltar que essa formação está muito bem entrosada e produzindo trabalhos acima da média.
Vejamos : lançaram um EP “Qvod Dea et Qvod Eqves Avratvs” de 2020, um split “Wrath from Above / Epitaphivm – Hic Nvllvm Svm” de 2021 com a banda grega Inferahl e esse magnífico opus “De Pessimism… “ o seu disco definitivo e um dos mais belos e intensos trabalhos do ano.
