CD/EP/LP

MALIGNANT ALTAR – Realms of Exquisite Morbidity (Adv. 2021)

MALIGNANT ALTAR (Estados Unidos)
“Realms of Exquisite Morbidity” – CD 2021
Dark Descent Records – Importado
10/10

DATA DE LANÇAMENTO / RELEASE DATE: 10/12/2021

Os sinos que começam a tocar no início desse álbum poderia ser confundidos com os sinos de natal, já que o lançamento do álbum está marcado para o mês de Dezembro, mas quando os sinos terminam de soar o que vem na sequência se parece mais com o espírito de natal sendo esmagado, cortado em pedaços e desmembrado por uma máquina colheitadeira. Após duas demo tapes destruidoras, os malditos espíritos inquietos do MALIGNANT ALTAR finalmente chegaram ao seu debut álbum que será vomitado ao mundo no próximo dia 10 de Dezembro e sendo bem sincero.

Quando pensava que não haveriam mais surpresas nesse ano de tantos lançamentos de peso, os caras vem e me chutam na bunda. O lado negro do death metal existe forte nessas seis composições de puro deleite pela desgraça e imundície. Se você aprecia aquele death metal mais carrancudo, pegajoso, pesado que nem o inferno e mais carregado que uma sessão de invocação, “Realms of Exquisite Morbidity” tem tudo para estar na sua lista de melhores do ano. Na minha já está com toda a certeza. Havia mencionado os sinos no início do álbum, mas quando eles terminam e propriamente tem início a monolítica “Channeling Impure Apparitions”, a coisa sai de controle e vira uma banho de sangue e death metal. Esse riff de abertura é como um martelo sendo direcionado ao seu crânio. A massa sonora é absurda. O mesmo modus operandi tem a próxima faixa “Usurping the Pantheon Crown”, que cumpre seu papel de deixar o clima do álbum como se estivesse no fundo de um poço úmido e pútrido onde bestas irão devorar sua carcaça e beber seu sangue.

A distorção usada no baixo na faixa “Belial Rebirth (Metempsychosis)” seria suficiente para rasgar sua alma e quando o instrumental irrompe pelos auto falantes aí há um nítido abalar das estruturas do meu apartamento. Os vizinhos devem estar me amaldiçoando nesse exata momento. Eles que se fodam. Isso é lindo em vários níveis… Quando a parte mais brutal começa tenho certeza que todos ao redor sentiram tremores e pavor. A curta instrumental “Realms of Exquisite Morbidity” serve como a ante sala de um purgatório para os não iniciados. O tom de estranheza é salutar e deixa o ouvinte fora de sua zona de conforto para receber em sua face a pesadíssima “Ceremonial Decapitator”. Experimente ouvir essa música em volumes desagradáveis para seres humanos normais e você vai ter uma ideia do quanto os riffs aqui são matadores. Não precisam ser executados à velocidade da luz para romper algumas barreiras invisíveis.

E finalmente esse massacre chega ao fim com a abismal “Rite of Krasue”, que já se inicia com uma britadeira na sua mente e vai introduzindo pregos em suas unhas… Pesada, absolutamente pesada. A produção do álbum está no limiar entre o sujo e o definido e isso deixa tudo mais próximo da perfeição do underground.

Que álbum meus amigos. Isso aqui é para ser ouvido atentamente e em um volume que possa permitir que as paredes tremam. Só posso esperar ansioso pelo lançamento do vinil em 2022 para incluir esse trabalho na coleção de forma digna e definitiva.

  1. Channeling Impure Apparitions
  2. Usurping the Pantheon Crown
  3. Belial Rebirth (Metempsychosis)
  4. Realms of Exquisite Morbidity (instrumental)
  5. Ceremonial Decapitator
  6. Rite of Krasue

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