Algumas bandas modernas alcançam o objetivo de criar obras de arte que nos transportam de volta ao ápice do Thrash e Speed Metal, a década de 80. Porém, conquistando o mérito de transpor esses quase quarenta anos que a separam dos tempos atuais com elegância, sem soar derivativos, e gravando trabalhos relevantes.
Os Suecos do INSANE atingiram o alvo com o lançamento do seu segundo álbum de estúdio, no final de abril desse ano. “Victims” é o nome do petardo, disponível nos formatos digital, CD e Vinil via “Dying Victims”, selo com sede na cidade alemã de Essen especialista em Heavy, Thrash e Black Metal. O disco tem como tema lírico diversos crimes reais ocorridos na Suécia.
A banda está na ativa desde 2009, e conta com um catálogo respeitável até aqui: São três Demos, dois EPs, um Split com o ENTRENCH (banda de Thrash Metal, igualmente sueca), uma compilação e os dois Álbuns de estúdio – “Evil”, de 2017, é o antecessor da obra atual.
O quarteto é formado hoje por “Gustav Hellberg” (Vocais e Guitarra), “Erik Kristhammar” (Guitarra), “Rickard Nygren” (Baixo) e “Johnny Lebisch” (Bateria).
O Thrash / Speed dos suecos é inspirado nos clássicos canadenses como EXCITER e RAZOR, além do WHIPLASH (EUA)mas também possui forte influência do Crust Punk de AMEBIX e DISCHARGE. O som mais “moderno” de bandas como DEATHHAMMER, NEKROMANTHEON e AURA NOIR, todos noruegueses, e dos alemães do HELLISH CROSSFIRE, também parecem povoar o imaginário dos músicos, culminando numa mistura propícia e eficiente.
Ponto negativo para a arte da capa, que carrega a aura dos anos 80, mas de uma forma pouco inspirada, e um tanto desleixada.
“Maximum Force”é brilhante, o tipo da faixa que deixa o fã de Speed Metal com um sorriso na cara. Agressiva, suja e veloz, com ótimos vocais e timbre perfeito de guitarras, as quais travam belos duelos. O gênero simplesmente não funciona se os músicos não forem muito qualificados e habilidosos, e o INSANE deixa claro aqui que é uma formação de primeira linha.
“The Sword” oferece outro espetáculo rítmico e clama por um mosh pit impiedoso e sangrento. Novo duelo sublime das guitarras; “Cruel Command” desacelera com uma pegada midtempo, abre espaço para belos solos de guitarra e alterna com a pancadaria desenfreada, campo onde a banda brilha com mais intensidade. “The Theme (Victims)”é uma instrumental curta e atmosférica.
“Sinister Night” retorna ao pique elétrico e insano, instrumental excepcional; “At Dawn They Die” vê a banda chutando cabeças e executando uma das faixas mais pesadas e diretas do álbum; “Sanitarium” tem uma pegada que lembra bastante a NWOBHM e o MERCYFUL FATE, um som extremamente cativante, solos memoráveis. Uma das melhores do álbum!
“Skullcrusher” definitivamente merece o título, fúria em estado bruto canalizada e materializada musicalmente em dois minutos; “Oblivious Void” começa com uma intro “zen” e decola de maneira lenta, quase que progressivamente. É a mais extensa e mais variada do disco, muito boa faixa. “Tormented Breath” se encarrega do ponto final da obra, e o faz em grande estilo: entregando Thrash de alto nível.
Relação das dez faixas que compõem o álbum:
1 – “Maximum Force”
2 – “The Sword”
3 – “Cruel Command”
4 – “The Theme (Victims)”
5 – “Sinister Night”
6 – “At Dawn They die”
7 – “Sanitarium”
8 – “Skullcrusher”
9 – “Oblivious Void”
10 – “Tormented Breath”
Tempo total de duração: 42:18 Minutos
Destaques: As duas primeiras faixas dariam ótimos singles e são amostras perfeitas do que o álbum tem de melhor, da ferocidade do som executado. Em geral, um trabalho muito bem desenvolvido, divertido e perfeito para ser ouvido na íntegra.