Fomos atrás de Pazuzu, o cara por trás da banda de Black Metal catarinense Infernal War 666, que está comemorando 30 anos de batalhas no submundo e também com uma nova formação e pronto para a guerra contra cristãos enrustidos. Pazuzu diz o que se pensa sem receio. Leiam e tirem suas próprias conclusões!
Saudações, Pazuzu, sejas bem-vindo ao The Old Coffin Spirit Zine & Portal! É uma honra ter esse bate-papo com você. Para começarmos, você poderia nos apresentar os novos soldados infernais que estão com você nessa batalha contra a hipocrisia cristã e quais os planos futuros para Infernal War 666?
Pazuzu – Saudades grande nobre, primeiramente meus parabéns pelo ótimo trabalho e empenho em prol ao cenário metal extremo. Com certeza será um grande bate-papo. A banda passou por várias mudanças nesses longos 30 anos de estrada, desde amadurecimento na musicalidada, ideológico e essa evolução faz com que elos fracos e frutas podres fiquem pelo caminho. Hoje a formação conta com Pazuzu- guitar/ vocals, Xxx – guitar,Rev. Mizira – drums e Devilsh- vocals/ bass. Esse ano a banda voltou aos ensaios presenciais focando em material novo e shows Brasil afora em comemoração aos 30 anos de existência.
A banda iniciou na metade dos anos 90. Como era a cena em 1994 e por que você resolveu montar uma banda de black metal Metal?
Pazuzu – O black metal dos anos 90 foi marcado por um som extremamente agressivo e obscuro, letras muitas vezes satânicas, anti-cristãs e anti-religiosas, além de uma estética visual e lírica que frequentemente envolvia temas como natureza, mitologia nórdica e o ocultismo. No entanto, o black metal dos anos 90 também ficou conhecido por uma série de eventos controversos, como incêndios em igrejas na Noruega, assassinatos e ações violentas por parte de alguns membros da cena, o que gerou uma má reputação para o gênero. Apesar das controvérsias, o black metal dos anos 90 foi um período de grande criatividade e inovação para o gênero, com bandas expandindo os limites musicais e líricos do estilo. Muitos álbuns clássicos foram lançados nessa década que ainda são reverenciados pelos fãs do gênero até hoje. No geral, os anos 90 foram uma época crucial para o desenvolvimento e consolidação do black metal como um dos estilos mais extremos e influentes dentro do cenário musical underground.
No início, a banda chamava-se:Havoc. Por que resolveram mudar o nome para Infernal War 666?
Pazuzu – Sim exatamente. O nome Havoc foi o que antecedeu ao nome atual , devido alguns fatores na época, existia uma banda de death metal com esse nome. Sem contar que soava muito melhor como banda de death metal. E infernal war 666 veio para representar em sua essência, uma oposição ao cristianismo devido à sua natureza anti-religiosa. Veio pra afrontar uma sociedade doente e conservadora, o nome representa todo o caos e Visceralidade do seres mais sombrios, ter um nome forte e impactante para época era fundamental para se posicionar contra a hipocrisia cristã e seus dogmas, contra o fundamentalismo religioso, conservadorismo até mesmo dentro do próprio cenário. Infernal War 666 representa o mais puro satanismo .
Em 1995, já com o nome Infernal War 666, vocês lançaram a primeira demo tape “Under Wings Demons Hell”. Como foi a aceitação desse artefato no submundo da época pelos blackmetallers e mídia especializada?
Pazuzu – Enfrentamos uma recepção mista e muitas vezes confusa Inicialmente, o gênero era considerado underground e marginalizado, com uma base de fãs relativamente pequena, foi muitas vezes polarizada, com alguns críticos elogiando a inovação e a agressividade do som, enquanto outros condenaram as letras blasfemicas e a estética sombria associada ao gênero. Além disso, a controvérsia em torno de eventos como os incêndios em igrejas na Noruega e os crimes cometidos por alguns músicos de black metal contribuíram para uma visão negativa do gênero em certos círculos. Mas para nós era tudo novo, estávamos ajudando a criar um estilo e um cenário e nem sonhávamos a proporção que chegaria.
Lembrando que naquela época tudo era novo na cena metal negro e nós todos: admiradores do black metal, músicos, bandas, fanzineiros éramos também todos jovens e queríamos mesmo era chocar a mad society. Que bandas você ouvia naquela época e influenciaram o som da Infernal War 666, na parte instrumental e lírica?
Pazuzu – A minha passagem pelo rock, punk e heavy metal foi muito rápida, me encantei de cara com Venom, Bathory, Hellhammer, depois veio a ascensão das bandas norueguesas e suecas. Bandas como Mayhem , Burzum ( rip) Darkthrone , Immortal , Satyricon, Emperor , Enslaved, Isengard , Storm , Dark Funeral, Marduk e Dissection foram cruciais para o meu crescimento como músico no estilo. A Infernal War 666, se destaca por nunca seguir um padrão de composição. Mas falando por mim Mayhem , Dark Funeral, Carpathian Forest e Marduk (old ) são grandes influências na Infernal War war 666
Gostaria que você falasse um pouco de como foram as gravações dos trabalhos: Hail To The Gods, Satanic Truth e Venomous Eternaly? Você está feliz com os resultados finais desses artefatos ou mudaria algo neles hoje?
Pazuzu – Então vamos lá! Como citei acima, nunca tivemos um padrão, todos os álbuns foram gravados com uma formação diferente. O hail… foi gravado duas vezes. Pois entre um desmonte da banda por incompatibilidade ideológica com os antigos membros, reformulamos as músicas e regravamos, esse álbum chamou atenção do público, gravadoras e selos fora do país, o satanic truth um álbum ríspido já mostrava um novo caminho de ascensão nas composições da banda mas ainda faltava algo mais profissional, coeso e impactante e isso conseguimos no Venomous Eternaly – ficou perfeito do começo ao fim músicas viscerais, caóticas letras inteligentes e muito bem elaboradas . Destacando músicas como Infernal War , Cerberus, Venomous Eternaly e Only Victory.
Como você já citou, vocês também participaram de vários splits no submundo. Um deles eu tenho aqui “Warmageddonic Alliance of Doom” (2009) que vocês dividiram com Wargoatcult, da Espanha. Como rolou essa parceria e vocês receberam bons feedbacks da cena espanhola ou mesmo no velho continente, na época?
Pazuzu – Essa parceria de lançamento foi por intermédio da Nuktemeron Produções. Para a banda e para o cenário nacional foi um grande avanço, uma banda do interior formada por operários estar conquistando espaço no cenário nacional e internacional. Lançamos split com Goat Evil 666 da Bósnia, recebemos muitos comentários positivos .
O início da Infernal War 666 foi na serra catarinense, mais precisamente na cidade de Lages. A cena de Black Metal na serra catarinense era bem forte nos anos 90 e início dos anos 2000. Bandas como Key Of Solomon,The Torment, Great Vast Forest e muitas outras. Como era a união entre essas bandas e como era a cena extrema da serra catarinense e o que você lembra dessa época?
Pazuzu – A cena de metal extremo nos anos 90 na serra catarinense foi marcada por uma forte presença de bandas de death metal, black metal e grindcore.A cena de metal extremo na serra também foi marcada por festivais e eventos underground, que reuniam bandas nacionais e internacionais do gênero. Essa cena foi essencial para o fortalecimento do metal extremo no Brasil e deixou um legado de bandas e músicos influentes que continuam ativos até hoje. A união das bandas de metal extremo nos anos 90 no sul era marcada por uma forte camaradagem entre os músicos. Muitas bandas se reuniam frequentemente em suas garagens( nome dado para local de ensaio) em shows, festivais e eventos underground para trocar experiências, ideias e apoiar uns aos outros. Além disso, muitas bandas de metal extremo do sul se uniam em coletivos e selos independentes para lançar suas próprias músicas e promover a cena local. A cena underground do metal extremo na serra era bastante unida e respeitada , as bandas se ajudando mutuamente na divulgação, produção de shows e até mesmo na gravação de álbuns. Essa união entre as bandas de metal extremo no sul contribuiu para o fortalecimento da cena local e para o surgimento de várias bandas .
Meu caro irmão, Pazuzu. Nós já nos conhecemos desde 2004, se não me engano, em um evento organizado pelo amigo Shemhamforash guitarrista e mentor da banda de black metal catarinense Alocer, e também produtor do festival “Nos Bosque de Satã”. Se não me falha a memória, foi no saudoso “templo do metal catarinense” o Curupira Rock, na cidade de Guaramirim.(SC) Me lembro que você sempre foi um cara de atitude e não ficava quieto por certas atitudes de alguns indivíduos que falavam demais na cena. O que representa o black metal em sua vida e você segue uma corrente da filosofia da mão esquerda?
Pazuzu – Como o tempo passa rápido meu amigo e com isso vem a experiência, maturidade e a evolução como seres humanos, foram tempos gloriosos, fazemos parte do início de vários estilos no cenário extremo, muitas vezes derramado muito sangue para manter de pé a filosofia do satanismo , muita gente oportunista passou, muitos não aguentaram a pressão do black metal, o crescimento do nsbm na época criou uma imagem um tanto contraditória no movimento fazendo com que surgissem alguns rachas e muitas tretas de lá pra cá. Lembro que na época ainda não se tinha noção do perigo iminente e hoje vejo um grande crescimento de bandas pseudo black metal usando o estilo para que de forma velada ou nem tanto possam falar sobre nazismo, fascismo e integralismo destilando seu ódio e preconceito contra as minorias. Se não estou enganado,nos anos 2000 surgiu uma panelinha de bandas que se intitulavam a elite do black metal ( surrei a maioria desses caras ) risos. A Infernal War 666 sempre black metal scum na resistência até hoje não ligamos para status a banda existe porque tem que existir. Sou praticante do satanismo moderno e tradicional, leal a um estilo de vida que se parece de escutar metal ainda seria satanista. Black Metal, no entanto, vai além da música, e sua definição se estende para uma cultura e filosofia. Para muitos, ele representa uma rebelião contra as normas sociais e religiosas, bem como uma busca por autenticidade e identidade pessoal.
Outra coisa importante é que com essa ascensão da extrema direita no país, essa coisa escrota e nefasta, você não ficou em cima do muro,se posicionou contra esse lixo escroto de Deus,Pátria e Família tradicional. Foda-se o Deus acima de tudo! Como você vê uma galera dentro do submundo que escuta e toca metal negro falando de Satã e escuridão, chutando bundas de white metal e religião. Mas que votaram em políticos católicos e evangélicos, e pior apoiaram essa merda de direita extremista?
Pazuzu – A Infernal War 666, é uma banda comprometida com os princípios do satanismo e há 30 anos está fortalecendo os pilares do black metal através de blasfêmias, ocultismo e heresia. Todos os discursos fascistas propagados por ex-integrantes que tentaram fincar raízes na horda caíram por terra, assim como os mesmos. Portanto, somos convictos de que não precisamos de prostituição musical ou ideológica para manter o legado vivo. Existem bandas e organizadores que se deixam levar por discursos falaciosos e esquecem o verdadeiro significado da palavra liberdade. Estamos dando início a um novo ciclo de lutas contra toda a hipocrisia e opressão que vem se fortalecendo nesses últimos tempos através de práticas conservadoras. O bolsonarismo fez com que os ratos saíssem do esgoto, aflorou o pensamento dessa burguesia podre envolvida com o metal & rock em geral, Não acho justo com a maioria da galera dividir o palco ou apoiar bandas separatistas ou Freak, que envergonham nosso cenário, optamos por não tocar com bandas conservadoras de extrema direita e nos comprometemos combater qualquer tipo de atitude dos mesmos. Black metal e conservadorismo não combinam e todos nós sabemos disso.
Pois é, Pazuzu, eu também penso igual. Aliás, conservadorismo dentro do rock/metal e do underground não combinam e pior ainda no black metal que sempre foi um movimento contra religiões e o cara curte música do capeta e passa pano ou mão nessa escória que é esse lixo do bolsonarismo e esse crentes, católicos, verdadeiros gados patológicos e fanáticos. É triste o cara curtir, por exemplo: Kreator e dizer que metal não se mistura com política, é ser muito tapado. Nunca entendeu ou nunca leu as letras dos alemães, e o thrash metal tem muito de letras contra a sociedade e sobre políticas. Para você, metal e política se misturam ou não?
Pazuzu – Tudo é político desde a hora que acordamos e vamos dormir, conhecer, estudar e debater a política é a única maneira de entendermos os processos e regimes políticos e, com base nisso, fazer uma escolha sensata, baseada em quais valores nos identificamos. ( consciência de classe). O metal, por si só, tem sua história marcada por bandas que criticaram a sociedade, suas relações e valores. E isso também é fazer política. Negar os dogmas cristãos é um ato político, se opor a regimes fundamentalistas religiosos é um ato político. O que não é político é dentro da política fundamentalistas religiosos ditarem as regras. O que não é político é uma única religião dominar o mundo .Vivemos em uma Era de despertar para alguns tópicos humanistas, mas em contrapartida temos um obscurantismo crescente, um negacionismo latente e revisionismo histórico em níveis assustadores. É preciso estarmos atentos para as tentativas de recriar os horrores históricos que já vivemos, como o holocausto e a escravatura. Black metal, é o grito de pessoas que pensam sobre aquilo que acaba com o mundo, também é a filosofia de pessoas que optaram em seguir esses pensamentos, pois são pessoas que não estão vendadas para o mundo, e nem ficam quietas para o que a sociedade conservadora impõe, filosofar é muito mais do que eu possa falar aqui, pois um bom Filósofo não sabe de tudo, mais procura saber. Filosofia é o pensamento desesperado do ser humano por respostas que possam satisfazer sua sede de aprender.O black metal define a exaltação de um ser humano livre de carcereis psicológicos impostos pela sociedade fundamentalista cristã brados que definem toda à lealdade à uma ideologia ou várias delas, principalmente as bandas com fundamentos históricos, culturais e mitológicos. Revelando que O Cristianismo não ascendeu completamente à mente dos bravos que ainda resistem pelos caminhos do som, pois o som é uma arma poderosa se vinculado à palavras de poder objetivo.
É bem por aí, cara. Pazuzu, e como você vê a cena do black metal nacional e o que você anda ouvindo e que te chamou atenção? Na verdade no metal em geral, já que acredito que o amigo além do metal negro escuta outras estilos de metal durante o dia-dia ou não, só black metal mesmo?
Pazuzu – Temos muitas bandas boas no cenário atual, não só de black metal mas outros estilos . Bandas de alto nível que não devem nada pra banda gringa. O death metal brasileiro está num nível superior fora do comum. O que mais me deixa feliz é a ascensão feminina no metal não só como ouvintes mas como protagonistas, temos bandas fodasticas a nível mundial, as minas batendo de frente contra o patriarcado e o machismo enraizado no metal, isso é um soco na cara dos machos escrotos no metal. Hoje em dia me abri muito a novos estilos . Sou professor de capoeira, então escuto muita coisa voltada às raízes afro, gosto de um bom samba de roda . Um rap de protesto, escuto muita MPB. Mas o black metal é minha vida, te confesso que sou um pouco relutante a bandas novas, estou meio preso ao passado, preciso quebrar essas amarras kkkkkk .
Eu sempre que entrevisto uma banda do Sul do Brasil e principalmente se é de black metal já entro no assunto de atitude e os valores em relação à políticas. Infelizmente, no Norte e Nordeste do Brasil, todos da cena de lá acham que a cena daqui é nazifascista e felizmente não é assim, né? Você tem contatos no Norte e Nordeste do país? Tem planos de futuramente com um novo lançamento ou mesmo no aniversário de 30 anos tocar por essas regiões citadas?
Pazuzu – Tema muito polêmico meu amigo. A cena catarinense , no sul, em geral tem essa síndrome de vira-latas , white pardos ou tupinivikings . Digamos que 90 % das bandas de metal no Sul tem integrantes bolsonaristas, conservadores e até mesmo nazifascistas assumidos. Só que muita gente passa pano e usa do discurso “a mais comigo é gente boa”. “Falou que não era envolvido ” mesmo a pessoa usando camiseta de banda nazista, enfim hipocrisia total. Mas existe resistência por aqui. Temos uma boa relação com pessoal do Norte/ Nordeste do país, muitos achavam que a Infernal War 666, era envolvida com ideologia nazista, mas isso foi a 20 anos atrás . Creio que hoje em dia não precisamos mais ficar tentando provar que a banda é e vive a essência do puro e verdadeiro black metal. Esses tipo de discursos preconceituosos, misóginos, machistas e separatistas não são toleráveis, e devem ser extirpados, no passado até era visto como zoeira, brincadeira na maioria das vezes, até pela falta de informação da maioria das pessoas. Eu por exemplo fui ter um computador com quase 30 anos de idade(rs) . Mas hoje em dia não é mais aceitável esse tipo de pessoa na cena.
Realmente as gurias hoje estão na plateia apoiando a cena, estão na imprensa underground,na produção de eventos e principalmente em cima do palco. Semana passada (22/06/2024) eu assisti em Joinville (SC) uma banda de meninas do México, de death metal chamada: Introtyl e destruíram tudo! Uma pergunta que sempre faço: O que você acha que mudou na cena, o que já melhorou e o que precisa melhorar?
Pazuzu – Muita coisa mudou na cena de 30 anos pra cá, as minas estão voando, as mulheres conseguiram conquistar o merecido respeito na cena, sendo que o metal ainda é um lugar machista, muitos manos e manas assumiram sua sexualidade, e isso é libertador. Esse crescimento da extrema direita junto com o fundamentalismo religioso deu um gás, precisamos de algo real para lutarmos contra. Metal extremo Principalmente o black metal tem que ter feeling & sentimento, se não é só mais uma banda . Vi a banda dessas minas e confesso que tocou a alma , som intenso e foda demais. O que precisa melhorar é a galera parar de babar ovo de banda gringa e valorizar as bandas locais . Valorizar oque é nosso, frequentar eventos, comprar materiais das bandas, apoiar as casas de shows que abrem as portas para eventos. E a extinção de bandas de extrema direita e conservadoras tanto no metal e rock n roll já iria melhorar a cena de certeza .
Eu não sabia que o vosso amigo era professor de capoeira!? Eu também Pazuzu, amo metal mas têm momentos que preciso ouvir outros estilos fora dele como: rock brasileiro dos 80s, gothic 80 e algumas coisas de mpb. O engraçado que vamos envelhecendo e vamos mudando e evoluindo né? Escutar outros estilos não tira o meu amor pelo metal e não me faz ser poser ou vai apagar minhas lutas no underground. Você é nativo da serra catarinense e hoje reside na capital, Florianópolis. Como está sua adaptação em Nossa Senhora do Desterro? A cena de Floripa tem boas bandas e grandes guerreiros que fazem a roda girar. Como é o seus contatos nos subterrâneos na capital catarinense?
Pazuzu – Então, sou um amante das artes marciais , pratico boxe ( por hobby), treinei jiu-jitsu e muay thay muitos anos. Competi na época do vale tudo – mas meu coração é da capoeira, praticante a mais 30 anos, dou aulas na parte social com projeto saindo da rua entrando na roda para crianças e adolescentes carentes. Depois que você amadurece e descobre que pode sim escutar outras coisas. Outros elementos musicais e isso vai te ajudar como músico é libertador, amo o metal extremo não me vejo fora do cenário mas não me privo de escutar ou até tentar dançar outros estilos depois de alguns drinks tomados. ( rs) floripa me recebeu de braços abertos amo essa cidade já morei anos atrás por aqui, fiz muitos amigos e ainda mantenho essa amizade. Aqui talvez seja uma das cidades de maior resistência política contra governos de extrema direita. Isso me faz sentir acolhido e representado. Tem muitas bandas boas e posicionamentos politicamente.
Meu caro irmão,quais os planos futuros da banda? Suas considerações finais. Agradeço o vosso tempo cedido para nós fazermos essa entrevista.
Pazuzu – Primeiro de tudo é consolidar essa nova formação. Batera e guitarra novo, voltar aos palcos depois de 4 anos afastados. A banda continuou ativa, porém sem shows ao vivo até porque grande parte do tempo estávamos em pandemia. Lançar material novo depois de 12 anos e depois do último material lançado Vennomous Eternaly que por sinal ficou matador mas lançamos em CD e agora nem existe mais CDs e ainda não me habituei com essas plataformas. O que posso adiantar é que o novo material será insano, caótico, visceral e afrontoso. Faixas como: Fuck You All, Black Metal Scum, Funeral Mist e The Anti- Fascist, já dá pra imaginar oque vem pela frente . Agradeço desde já a oportunidade, desejo vida longa ao irmão.