Entrevistas

HEADTHRASHERS – Metal oitentista com pegada e consciência acima de tudo

Fomos atrás do amigo Vinícius “JR” Schenato guitarra e vocal da banda do oeste paranaense Headthrashers, para falar um pouco mais sobre a história da banda e do full álbum lançado em 2022, chamado “Insurreição”, e sobre sua visão sobre a cena underground atual. A conversa se estendeu para outros assuntos e ficou um pouco longa, mas um papo interessante.

“É triste ver uma galera que viveu a década de 80 levou muita cacetada e botinada de milico hoje ser um facho reacionário, é perceptível que não entenderam nada das letras das bandas da época” (HEADTHRASHERS)

Saudações Vinícius, é um prazer ter você e o Headthrashers aqui no portal The Old Coffin Spirit Zine. Para começarmos, você montou a banda em 2005 junto com o seu irmão Vilson Schenato. Como foi esse início e porque resolveram tocar metal na pegada oitentista e com o foco nas lendárias bandas nacionais  dos anos 80 ?

Vinícius Schinato: Saudações Walter…A honra é nossa de poder participar desta entrevista e contar um pouco da trajetória, da história e projetos futuros da Headthrashers. Começou em meados de 2005 com a proposta de resgatar a sonoridade do metal brasileiro dos anos 80 com temáticas líricas em português, voltadas às guerras, mortes, destruição, caos, cotidiano social um todo, trazendo consigo uma mensagem subversiva, insurgente, criticar, vivenciar o outro de forma equitativa.

Em pouco tempo de existência vocês lançaram “uma demo ensaio”, de 2006. Essa DT foi divulgada a nível underground ou ficou mais restrita aos círculos de amigos ?  Poderia nos apresentar a banda que gravou esse arsenal bélico ?

Vinícius Schinato: Sim, gravamos uma demo tape.caseira com 4 músicas era só pra galera ter uma ideia, gravação bem tosca, típica de um “,CCE” com cabeçote sujo,(kkk) mas que nos rendeu algumas apresentações pelo Paraná, Santa Catarina e Paraguai. Na época a formação da banda era : Vilson Schenato – baixo, Bruno Marcelino – guitarra, David Webber – bateria e Vinícius Jr Schenato guitarra & voz

Em 2010 saiu  um EP chamado “Campo de Batalha”. Não tive acesso a esse trabalho na época, infelizmente. Mas lembro de uma resenha na seção “demo garagem”, da Roadie Crew, em que eles elogiaram muito o EP. Como foi a recepção deste artefato no submundo e mídia especializada ?

Vinícius Schinato: Cara, nós ficamos impressionados com a repercussão, pois gravamos todos os instrumentos juntos, levamos um total de 4 horas para gravar 5 músicas, tínhamos pressa, fechamos com o estúdio 50,00 reais a hora na época, quanto mais rápido, menos grana gastaríamos. (kkk) !!! Foi bem divertido, como se fosse um ensaio, os solos e as vozes foram separados, a capa copiamos a ideia da Dorsal Atlântica ( Antes do Fim) uma de nossas influências, tiramos foto de uma camiseta com o desenho mascote e mandamos pra gráfica (Kkk). Legal é a evolução que a banda mostra da “demo ensaio” pra esse EP, muito boa por sinal. Saiu em alguns zine do Paraguai, Rio Grande do Sul, São Paulo, na Roadie Crew, e mais alguns zine gringo, que não lembro agora. Lembro que o “Campo de Batalha” foi bem visto por essas mídias especializadas, relatando o sentimento que o play repassa, muito “speed thrash metal”, calcado no metal brasileiro 80 com uma pitada da escola canadense a lá Razor. Certamente escuto “Campo de Batalha” e fico feliz que conseguimos fazer um álbum importante para o Headthrashers e para o underground como um todo. Ótimo play para se ter na coleção.

Provavelmente vocês colheram bons frutos com “Campo de Batalha”. Fizeram muitos shows naquela época por sua região ?

Vinícius Schinato: Sim, ótimos shows pelo Paraná e Paraguai. Só não fizemos mais, pois o baterista Sandro “Speed” Adilio saiu da banda, aí ficamos parados, desta forma, retornamos com o Vinicius Matos na bateria.

Aproveitando o gancho. Lembro que a primeira vez que ouvi falar no Headthrashers foi através de um amigo em comum na época. E tive o prazer de vê-los ao vivo em 2009, em um show que fechei para a banda catarinense Battalion (heavy speed metal) em Foz do Iguaçu, no Casulo Rock Bar (R.i.p.). E falei para o produtor  que teria que ter no evento o Headthrashers e o Sentencial (thrash metal), de Ciudade Del Leste, era a única exigência. E fiquei impressionado com o show de vocês. O que você lembra dessa noite e desse show histórico?

Vinícius Schinato: Lembro como se fosse hoje puta showzaço, galera batendo cabeça e dando mosh nas três bandas, estava muito fodida aquela noite,,Casulo Rock Bar sempre foi um lugar massa pra tocar, desde a aparelhagem, acústica, hospitalidade e cachaça. 

Muito obrigado mano por nos ter dado essa oportunidade,nesta época éramos um Power. Trio com Toni Hell no baixo, Sandro Speed na bateria e Vinícius Banger na guitarra e voz. Usávamos  pseudônimos (kkk) Tenho saudades daquela época, bastante saudades desses rolês!!!

A cidade de Cascavel (PR) sempre teve uma cena ativa desde os anos 80. Bandas como Kreditor e Hammerdown fizeram história. Como anda a cena local por aí nos dias atuais ?  O que você poderia nos dizer de eventos e bares que apoiam o submundo local ?

Vinícius Schinato: Verdade, aqui em Cascavel (PR) os já citados Kreditor, Hammerdown ,tinha também o Steel Lord, Cálice Weel, Lugubrious Hynm, minha antiga banda Emptiness, Aspecto (ativa),August Priest ( década 90- 2000). E depois vieram várias bandas, a partir de 2001 – 2023, Vortrash, Alcoholic Mosh, Crepúsculo Dos Ídolos (Ativa), Headthrashers (ativa),Embrio (ativa), Hate You Fate,Bloodsheed, Hellbefore, Carnivore Mind, Opressor, Dragoons, Metal Voraz, kill Again (ativa), Wargore (ativa), World Supporation (ativa), Gorgona(ativa), Necrovortex(ativa), Toxic Revelation, Disposable Mind, Karnifalia(ativa), Voivödka(ativa) esta última sou o vocalista e logo estará saindo o EP.

Banda de Foz, lembro dos lendários Mortal e Tumulto, muito boas por sinal, e o The Face, no qual toquei baixo em final de 2000 – 2002. Espiritual, tocamos juntos algumas vezes em vários lugares, cover do Death impecável no bar Na Lua (toquei uma vez com Emptiness, abrindo pro Funeral do Paraguai), Casulo Rock Bar (Headthrashers 3 vezes) e Casa Urbana uma vez com Headthrashers.

( N.E : Espiritual é uma banda iguaçuense que faz um death metal cantando em português muito foda. Eles tinham ou tem uma banda chamada “Evil Dead”  que é um tributo matador ao mestre Chuch Schuldiner/Death. Já tive o prazer de vê – los duas vezes ao vivo e seus guitarristas Mano que também é vocal e Claudião detonam,tocam muito. Além de Jorge na bateria que é uma máquina. Tem vídeos no YouTube)

Aliás, temos que ressaltar aqui, que a cena do oeste paranaense sempre foi muito forte. Cascavel e Foz do Iguaçu sempre fizeram histórias e sempre foram unidas. Vocês têm contato  com a cena iguaçuense atualmente?

Vinícius Schinato: Verdade, última vez que tocamos em Foz Do Iguaçu (PR), foi na Casa Urbana em 2019, na Argentina infelizmente nunca tocamos, no Paraguai tocamos 5 vezes, em Asuncion(2009,2010,2013,2019) e uma vez em Ciudad Del Est em 2010.

Foz do Iguaçu é uma tríplice fronteira. Sempre houve um intercâmbio com a cena Argentina e Paraguaia. Mas sempre teve mais aproximação com a cena do Paraguai. Vocês moram em Cascavel, têm  tocado em Foz do Iguaçu, na Argentina ou no Paraguai ?

Vinícius Schinato: Bom, não sei se estão na ativa ou não, mas  Morthal e Tumulto de Foz. Bandas da Argentina que escuto : Hermetica, V8, Riff, Metalurgia,, Horcas e não me lembro mais.(kkk)

Bandas do Paraguai : Suburban Bastards, Sacro, Evil Force, Overlord, Patriarca, The Force, 220 Voltios, Arcano, Ariman, Sentencial, Extreme Rage, Funeral, DL50,Violent Attack, Massive Execution, Infauste, Glorification, Verthebral.

Walter / NE : Sim,cara ! O Tumulto inclusive continua na ativa e fazendo shows Brasil afora. Entrevistei o Márcio Duarte(D) recentemente. O Morthal voltou e vi um show deles em 2018 em Londrina (PR) no Open The Road Fest.

Como já comentamos antes, a  cena cascavelense nos anos 80 e 90 foi muito forte. Com vários shows rolando, várias bandas fodas como o já citado Kreditor, Hammerdown e o Lugubrious Hymn. O Lugubrious Hynm foi a primeira banda de doom metal que eu vi ao vivo, em 1996 ou 97, em Foz do Iguaçu, e me encantou para sempre. Peguei vários shows do Kreditor e um do Hammerdown. A primeira vez que vi o Amen Corner foi em Cascavel em 1998. Quais bandas de Cascavel e região têm surgido, seguindo a tradição do submundo, que merecem a atenção dos insanos metalheads ?

Vinícius Schinato: Estamos com um cenário vasto de bandas, legais em Cascavel, Toledo (PR), Corbélia(PR) e região. Crepúsculo Dos Ídolos(BM), Embrio (MT),Gorgona(HM), Hellbefore(MT), Voivödka(Crossover), World Supporation(Death Grind), Wargore(DM), Motorhell(HM), Necrovortex(BM), Aspecto(R n’ R) kill Again(HM), Karnifalia(MT) Human Kaos(MT)

Walter / NE :  Aliás, temos uma entrevista com o Crepúsculo dos Ídolos aqui no site e se tiverem interesse é só buscar. E vale ressaltar que eles lançaram dois trabalhos magníficos recentemente pelo selo Blackhearts Records. Daath(2021) e Apophanestai(2022)

Meu caro amigo, como você vê a atual  cena brasileira ? Algumas bandas têm chamado sua atenção?

Vinícius Schinato: Vejo com bons olhos, a cena do Brasil sempre fantástica, com bandas acima da média, não devendo nada pra cena gringa nenhuma, as bandas que tem me chamado atenção e estou ouvindo direto; as clássicas Krisiun, RDP, Dorsal Atlântica, Taurus, Anthares, Mutilator, Azul Limão, as mais novas, crypta, Nervosa, Eskrota, Flagelador, Selvageria, Farscape,DFC,Hell Gun, Gorgona, Wargore,Orgia Nuclear, Embrio, Slammer, Desgracera, Distanásia, Battalion, Cemitério, Violator, Facada, Crepúsculo Dos Ídolos, Evilcult, Murdeath, Podridão, Axecuter, Nordeath, Blasfemador.

Headthrashers é uma banda que não fica em cima do muro. Vocês sempre tiveram postura. Ou seja : entenderam que o metal e o underground é contracultura, é não aceitar o status quo pré-estabelecido por uma “mad society” que sempre nos julgou. Como você vê o atual cenário com um monte de “true metal” com ideias conservadoras e preconceituosas ?

Vinícius Schinato: É triste ver uma galera que viveu a década de 80 levou muita cacetada e botinada de miilico hoje ser um facho reacionário, é perceptível que não entenderam nada das letras das bandas da época, do quê é ser subversivo e contra esse sistema massificadora disciplinatorio de manipular os indivíduos em prol desse sistema que vivenciamos.

É triste saber que  metalheads ouviram Rock / Metal e não entenderam nada. Talvez seja por esse preconceito, essa cobrança de “ser true”, que o metal não se renova, e o futuro do metal pode tá com os dias contados, não digo que vá morrer, mas será para poucos. Como se tornou o Jazz nos dias de hoje. É esse radicalismo que cobra o que você escuta, mas passa pano em black metal que apoia o Deus acima de tudo, que apoia bandas nazistas, e ao mesmo tempo dizem : metal não se mistura com política; que afasta um guri/guria que poderia curtir Rock/ Metal. E aí eles vão ouvir funk, que não tem cobrança. Qual sua visão sobre esse assunto tão polêmico dentro do underground ?

Vinícius Schinato: Eu acho complicado esse radicalismo idiota, as. pessoas são bem vindas ao metal, desde que não sejam imbecis, preconceituosas, xenófobicas,  homofóbicas, misóginas, nazi – fascistas. Se quiserem ficar, construir e manter a cena, maravilha, se não quiserem maravilha também, as pessoas são livres para entrar e sair, irem e voltarem, esse lance de cagar regras é que fode com a cena, sempre falo ninguém precisa dizer quem é metal ou não é, transformá-la num  banger da noite pro dia, isso é o tempo que dirá se ela vai se manter no meio ou não, ela é livre para escolher se vive o underground como um estilo de música, estilo de vida ou os dois. O tempo que a pessoa participou da cena, ela ajudou a fomentar e a manter o meio, se ela sair, parar com o movimento, ei de respeita – lá, antes de tudo somos pessoas, seres pensantes, e desta forma é que devemos nos respeitar, então deixem a galera usar a camiseta do Kreditor sem precisar saber o nome do bisavô do ventor, e se pessoa quiser escutar um som mais eclético, tipo Blues, Jazz, Flashback, ou música clássica, FODASSE, não vai de ser mais metal ou menos metal por isso, atitude idiota de indivíduos radicais, isso sim não é e nunca será uma atitude de banger, metal, underground.

Walter / N.E : Faço  de suas palavras as minhas, Vinícius. Todos os estilos que você citou eu escuto em casa. Tudo depende do meu espírito do dia, como acordo, e como tá meu humor.

 Ainda adicionaria aí na lista Gótico/80 e RockBr/80. Uma vez, um idiota que era do Paraná  veio morar em Itapema (SC) e eu apresentei ele  para meus amigos daqui da região. E estávamos em uma festa no apartamento de um amigo e coloquei My Dying Bride para escutarmos e inclusive, o dono do apartamento era fã dos  ingleses, e mestre do Doom Metal. Esse true idiota brigou comigo e falou um monte de merda pra mim. O  cara, só acha que o quê presta foi feito nos anos 80.

Triste né ? Você citou mais acima : esses caras não entenderam as letras das bandas que escutavam. Realmente, esse é o problema de alguns bangers brasileiros que não lêem  as letras, ou mesmo um bom  livro. Mas sabe o que é pior : muitos músicos dos anos 80 que levaram botinadas de milicos e escreveram essas letras, compuseram essas músicas,  são conservadores e amantes do político que tem como lema o conservadorismo e a frase:  “Deus acima de todos”. O que você acha disso tudo ?

Vinícius Schinato: Então , acho uma merda haha !! Os caras esqueceram ou nunca foram aquilo que escreveram e agiram na juventude , é sabido que o meio corrompe o indivíduo , mas o indivíduo fraco e sem criticidade de mundo , esse sim aceita o sistema , o conservadorismo ,  a hipocrisia , preconceito , xenofobia , machismo ,  e toda a merda que a elite burguesa e a direita quer empurrar goela abaixo a todos ( as ) . Essa   ,  rockeragem ” apoliticos ” conservadores defendem essa merda de direita acéfala. Bando de alienados , hipócritas , por mim nem deviam praticar a arte , a música , pois , como ser conivente com o conservadorismo , se o rock and roll é subversivo, insurgente , quebra de paradigmas , jamais alienado . Enfim , essa galera tá no ramo errado .

Walter/ NE – Até porque nos  anos 90 era muito difícil ter acesso ao rock / metal e cultura em geral, né.  Eu acho que todo mundo que escuta metal sempre estará descobrindo, respeitando e evoluindo os gostos musicais através do que foi feito nessa época dos anos 80. O rock dos 70 também foi importante.  E anos 90 também era muito bom e tem vários clássicos lançados e atemporal.  De 2000 pra cá também tem coisas muito boas.

Invés de ficar nesse radicalismo, abre a cabeça para curtir tudo que o mundo de hoje nos oferece e expandir nossos conhecimentos e gosto, não é mesmo.

Vinícius Schinato: Sim , acredito que tudo soma , se a música é boa , porque  não curtir , escutar ? Não vai deixar de ser metal pq escutou um Abba da vida , porra , se o Lemmy gostava , quem somos nós meros mortais não escutar ? Hahaha que se foda eu gosto !!!  Nós da banda temos gostos bem ecléticos , lógico que o metal é predominante , mas vamos desde a música clássica , jazz , blues ,  rock 50/60/70/80/90/00 , flashback , moda de viola , tanto que o guitarrista solo Fernando é um entusiasta na viola , e no finalzinho da música câncer , tem um arranjo de cordas muito bonita com violão e viola . Sempre falo que o radicalismo só subtrai , diminui o movimento .  O radicalismo só é interessante , quando se é radical consigo mesmo , de você não ter atitudes idiota , machista e não ser um baita cuzão na cena , abraçar a galera que tá chegando , que tá voltando e que tá deixando o rolê , somos pessoas acima de tudo , vivenciamos o outro independente de estilo , acredito que essa é a liberdade que o metal nós dá.

Em 2022, vocês lançaram o Debut – CD “Insurreição” de forma independente, certo!? Por quê optaram por lançá- lo sem apoio de uma gravadora ou selo ?

Vinícius Schinato: Sim , lançamos de forma independente. Agimos desta forma , porque queríamos ficar com mais cópias do que os selos nos iriam proporcionar , aí fizemos os cálculos , com a gravação e prensagem , X cds pagou toda a logística. Por esse lado a banda  lucrou e está lucrando , pois ainda temos materiais a ser vendido , problema é a divulgação nisso pecamos kkkkk !!!  Certamente se tivéssemos lançado por selo / gravadora responsável , a divulgação , marketing seria mais ampla , teríamos mais shows , eventos ,  mas mesmo assim optamos por ser independentes e tá dando certo . Se aparecer alguma gravadora interessada em relançar e for interessante pra banda , estaremos abertos ao diálogo / negociação . Hehe !

Por outro lado,  vocês têm o controle de sua obra em suas mãos, né ?  Hoje em dia, as vendas de CDs caíram  bastante.  Falando nisso, o que  você acha das plataformas digitais e como as pessoas escutam música hoje  ?

Vinícius Schinato: Sim , mas ainda a galera busca bastante o material físico , ter na mão , olhar as fotos , ler as letras. Cara , sobre as plataformas acho muito interessante e válido ,  chegamos em lugares que jamais imaginávamos  o nosso som chegar e tá rolando. O povo  na Europa tá escutando bastante . Eu mesmo uso essas plataformas , mas não deixei de comprar os materiais físicos , vinil sempre será vinil , som maravilhoso .

Walter / NE : Eu também ouço muitas Plataformas digitais de músicas e continuo comprando materiais físicos. O fã de  metal sempre vai comprar materiais de bandas que ele gosta!

Vinícius Jr , voltando ao álbum. Vocês gravaram no Embrio Stúdio  e a produção ficou a cargo  de Emerson Pereira e Mixagem / Masterização de Anderson Vieira. Vocês ficaram satisfeitos com o trabalho desses profissionais ?

Vinícius Schinato: Estúdio Embrio é praticamente a casa da Headthrashers , somos muito gratos ao Emerson e ao Anderson  pelo trabalho que eles executaram , profissionais mesmo . Ficamos tão satisfeitos que quando escuto , penso comigo , caralhoooooooo , é  a gente tocando kkkkkkk !!!!!! Ficou muito bom , pra nós , acima da média , mas como toda banda , podemos e com certeza vamos evoluir mais.  Estamos com três sons novos, e logo mais  sai um EP .

A capa e arte do CD Insurreição já entrega de cara o posicionamento da banda, suas  lutas e seus pensamentos. A capa  ataca contra as instituições que manipulam as massas. Você  poderia nos dar mais detalhes sobre quem criou a capa, quem é o artista por trás de todo o conceito?

Vinícius Schinato: Essa sempre foi a ideia  de quando estávamos gravando de fazer uma capa que de cara já mostra  nosso posicionamento. O artista que desenhou , foi o nosso  querido Carlos Morgani Filho, um grandíssimo amigo do nosso baixista Ricardo , e depois deste trabalho , transformou se um grande amigo nosso também . Enviamos as letras das músicas pra ele ter uma idéia do que se tratava esse play da Headthrashers  e fomos dando algumas ideias , ele colocou tudo isso numa tela , sim , o desenho original da capa , é um quadro ( história das capas , Campos de Batalha uma camiseta ,  Insurreição um quadro ) aí foi tiradas algumas fotos do quadro , ele escolheu as melhores e nos enviou , mandamos pra gráfica, eis o  Trabalho magnífico , uma obra de arte na minha opinião.

 Como esse trabalho está sendo recebido  no underground  e mídia especializada?

Vinícius Schinato: A princípio está  sendo recebido muito bem , até pq as 500 cópias que fizemos , em praticamente um ano , está se esgotando . Mídia especializada , alguns webzines e zines estão reagindo bem ao petardo .

Todas as bandas do underground sofrem com formação e, no Brasil, isso é muito mais evidente, porque, infelizmente, não se vive de banda por aqui. Como está essa nova formação, você está feliz com ela ? Apresente os caras e nos diga, o que um metalhead que não viu uma apresentação ao vivo do Headthrashers encontrará  no palco ?

Vinícius Schinato: Pois é Walter , é difícil manter uma formação coesa , assídua e preparada  para se manter no underground , Headthrashers teve inúmeros integrantes , todos escreveram e mantém sua história na banda , até por que somos todos amigos / irmãos . A formação atual está maravilhosa , estamos num certo apogeu musical , conseguimos apresentar uma sonoridade com identidade na rapidez , rispidez , com melodia , peso e criticidade .  Headthrashers 2023 ;

Vinicius ” JR ” Schenato ( Guitarra e Vocal )

Fernando Guedes Meurer

( Guitarra/Violão/ Viola/ Backing Vocals )

Ricardo Barros Lima

( Baixo e Backing Vocals )

Tony ” Hell ” Marciniack

( Bateria )

Nota do Redator: Quem ainda não nos viu ao vivo , só digo uma coisa , não se arrependerá quando ver , é circle Pit , mosh , stage dive , roda punk , bater cabeça , baguear do começo ao fim do show . Riffs cortantes igual uma motosserra 80’s acelerada ao máximo .

 Quais os planos para futuro da banda ?

Vinícius Schinato: – Estamos com três sons novos ; Falsa Moral , Holocausto Brasileiro , Suplício , fazer mais dois barulhos e logo menos ( até fim do ano ) lançar um EP em bebemoração de 18 anos da Head . Fazer vários shows , divulgar ao máximo o Full Insurreição e seguir firme e forte na estrada  do underground , de forma sempre subversiva , insurgente ,  crítica e na horizontalidade anarquista .

Meu amigo JR,  obrigado pela entrevista ! Espaço final de você. Suas últimas palavras. Abraço e força – sempre !!!

Vinícius Schinato: Um muitíssimo obrigado a você meu querido amigo Walter Bacckus ” Waltinho ” pelo espaço ,  paciência e por essa entrevista maravilhosa e descontraída . Esperamos que seja do agrado de todas as pessoas que vivem e respiram o underground , um forte abraço a você e a todos ( as ) guerreiras ( os )  MetalHead’s ,  HeadBanger’s  , que mantém a chama acesa e a bandeira negra hasteada do Heavy Metal AntiFascista.

Stay Heavy , Headthrashers till Death !!!!!

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