A pequenina Islândia tem contribuído cada dia mais com o cenário internacional da música extrema. Uma das nações nórdicas, tem população aproximada de apenas 365 mil habitantes. Apesar da diminuta extensão territorial da ilha, com sua geografia acidentada e população minúscula, é um país altamente desenvolvido.
É no campo do Black Metal que os islandeses preferem aventurar-se. Nos anos recentes, o país tem sido um dos principais celeiros, uma bola da vez. Alguns nomes já estão consolidados, como SVARTIDAUÐI, MISÞYRMING, SINMARA, AUÐN, CARPE NOCTEM e ÁRSTIÐIR LIFSINS. Uma infinidade de outros nomes tem surgido, como é o caso do FORSMÁN.
Sabe-se bem pouco sobre a banda. Formada em 2019, o FORSMÁN é um quarteto creditado apenas como V. (Baixo e Vocal), O. (Guitarra e Vocal), H. (Guitarra) e K. (Bateria).
A linha de som do projeto segue as características do Black Metal Islandês: Dissonância, Atmosfera densa e claustrofóbica, muita Intensidade e Agressividade, Estruturas técnicas e complexas e belas Melodias.
O primeiro registro oficial da banda foi lançado em abril deste ano, via Ván Records, selo alemão focado em metal extremo. Trata-se do EP “Dönsum í logansljóma”, título que pode ser convertido ao português para algo como “Dance no brilho das sombras”. As versões físicas foram disponibilizadas em Vinil (limitada a 471 unidades) e CD (Digipack).
Destaque imediato para a impressionante ilustração da capa, obra do polonês “Andrzej Masianis”, que transmite uma ideia de conflito entre forças sobrenaturais, repleta de visões misteriosas e perturbadoras. É a representação gráfica perfeita para o mergulho no abismo proporcionado pela obra.
O Play se inicia com “Falsgoð”, que abre caminho após uma curta introdução atmosférica. Percussão brutal, riffs destruidores e lindas harmonias melódicas e dissonantes, linhas de baixo plenamente audíveis e vocal monstruoso. Preste atenção no majestoso riff em tremolo a partir de 3:25, e a forma como ele conduz a música. Espetacular. As ótimas letras trazem uma forte mensagem antirreligiosa, um ataque direto aos falsos deuses e testamentos.
“Milli eilífðar og einskis”É uma faixa sólida, com boas variações rítmicas. Anuncia o caos, a falta de esperança, critica as mentes manipuladas pelas religiões em geral, e sobretudo vazias. O instrumental remete bastante ao som dos franceses do “DEATHSPELL OMEGA”, os mestres da dissonância.
“Vonarglæta” foi escolhida para apresentar o trabalho durante sua promoção pré-lançamento, um som extremamente pesado, de ritmo médio e carregado de boas melodias. Destacam-se muito a bateria de K. e o baixo pulsante de V., cozinha fantástica. As guitarras adicionam muito à atmosfera sombria e de desesperança da faixa.
“Hamfarir” encerra os trabalhos de forma colérica. É um som majoritariamente uptempo e com intersecções mais climáticas que preparam o ouvinte para o assalto derradeiro. A aceleração da parte final da música ganha um crescendo épico e imponente, de fato grandioso, criado principalmente pelos riffs e harmonias das guitarras.
A banda deixa uma excelente primeira impressão com esse EP. Fica o desejo de ouvir, em breve, um álbum completo de estúdio, além da esperança de que algum selo nacional se prontifique a lançar uma versão em CD para os brasileiros.
Relação das quatro faixas, com títulos traduzidos livremente ao português entre parênteses:
1 – “Falsgoð” (Falso ídolo)
2 – “Milli eilífðar og einskis” (Entre a eternidade e o nada)
3 – “Vonarglæta” (Um vislumbre de esperança)
4 – “Hamfarir” (Desastre)
Tempo total de duração: 25:07 Minutos
Destaques: A primeira faixa é estupenda, recomendo como destaque. Para quem puder ouvir o EP integralmente, melhor ainda. São quatro músicas excepcionais do mais puro Black Metal nórdico, em sua variedade Islandesa.