CD/EP/LP

FOREVER FALLING – Suspended Over the Immanent (Adv. 2021)

FOREVER FALLING (Itália/USA)
“Suspended Over The Immanent” – CD 2021
MSH Music Group – Importado
9/10

DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 20/09/2021

Edificações sonoras impecáveis — linguagem melódica bem desenvolvida e articulada; atmosferas envolventes que se dilatam e abraçam o instrumental. Evoluções lentas, mas precisas e sabiamente exploradas. E o mais importante, sem exageros ou ambições, apenas o bom e velho Death/Doom Metal sendo executado corretamente de forma sólido e emocional, mas não demasiadamente prolongado ou glicosado. Essas são as melhores sentenças para se descrever “Suspended Over The Immanent”; a primeira narrativa discográfica do projeto multinacional FOREVER FALLING.

O projeto foi criado em 2020 pelo vocalista americano  John McGovern (Chalice Of Suffering, Solemn Echoes) e pelo multi-instrumentista italiano Tullio Carleo (Voyage Noir). A proposta era, até então, explorar e criar uma sonoridade que transitasse entre o Doom/Death Metal clássico dos anos 90 e a interpretação contemporânea do mesmo. Buscando alinhar dentro de um mesmo capitulo tanto a caligrafia musical do Paradise Lost e My Dying Bride quanto a assinatura melancólica dos finlandeses Swallow The Sun. A proposta ganhou substancias e formas —, e finalmente entrará no mundo anímico em setembro, através da inglesa Morning Star Heathens Music Group (MSH Music Group).

Teclados e emulações de cordas ornamentam o prelúdio instrumental “Bless This Floor”; geralmente tal recurso é maçante e totalmente dispensável, mas aqui temos uma peça introdutória totalmente necessária e eloquente no progredir do trabalho.  Ela é moldura que protege e evidencia a beleza de tudo que está porvir. “Dark Friend” memora, instrumentalmente, os primeiros lançamentos do “S.T.S”. Melódica e carregada de atmosferas que se elevam em melancolia e se instalam em inquietude. Nela, as habilidades composicionais de Tullio Carleo são notórias, a composição consegue ser solida e pesada, mas também sensível e elegante. Quanto a John (conhecido pelos guturais assombrosos); ele os utiliza com sua naturalidade habitual, mas vez ou outra apela para vocais limpos, profundos e graves (muito bonitos), e que chegam a lembrar os saudosos, David Gold e Peter Steele. “Nightmare” e “My Tears My Life” partilham de qualidades similares; ambas preciosamente escritas e recheadas de memoráveis frases melódicas. Ambas robustas, solenes e sabiamente exploradas em suas evoluções rítmicas (próximas ao álbum “Earthless” — Doom:VS), mas com seus próprios encantos.  

I Will Never Sleep” e “Only Emptiness” são alegorias musicais à tristeza; pesadas tanto no idioma sonoro quanto nos sentimentos que emitem (um amargor biliar). “To Die In Silence” é um tanto mais dinâmica, mas sem destoar da marcha. “Dark Painting Of The I” é o derradeiro folego de “Suspended Over The Immanent”. Uma composição realmente assombrosa e detalhista — não há um desaguar de mágoas e dessabores, mas um transbordar sem precedentes das mesmas. Um álbum que será certamente lembrado e com justiça por seus predicados — homogêneo, belo e introspectivo. “Na solidão todo sussurro é alto demais.

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