Confesso que a primeira audição que fiz desse novo álbum do EXODUS, o décimo segundo de uma carreira de mais de três décadas, não havia realmente me prendido a atenção. Mas ao ouvir o álbum mais algumas vezes pude constatar que “Persona Non Grata” é um trabalho 100% EXODUS e que se conecta facilmente com todos os maiores e melhores álbuns já lançados pela banda. É fato que os caras passaram por alguns momentos mais estranhos em termos de lançamentos, mas é inegável que o EXODUS nunca se afastou realmente do que sua música sempre foi: um thrash metal pesadíssimo e com uma energia avassaladora.
Ainda que vários dos álbuns da banda não tenham chamado a minha atenção, EXODUS é uma banda a sempre ser ouvida com mais cuidado. “Persona Non Grata” me reconectou com a música da banda, isso é um fato. O thrash metal violento, as batidas mais rápidas, o vocal insano de Zetro Souza (que muitos não gostam, mas eu acho foda) colocando para fora tudo que podia e riffs atrás de riffs, sempre executados com maestria e um peso desgraçado. Várias músicas são realmente poderosas como a faixa de abertura “Persona Non Grata”, a mais cadenciada “R.E.M.F”, “Slipping Into Madness” que poderia facilmente figurar entre as faixas de álbuns clássicos como “Fabulous Disaster” ou “Pleasures of the Flesh”. Há velocidade, peso e momentos mais cheios de groove, algo que sempre foi uma marca da banda.
Só o início de “Prescribing Horror” já é capaz de deixar alguns seres sem audição. Música mais trampada e ultra pesada. O chicote come solto quando “The Beatings Will Continue (Until Morales Improve)” começa. Música com alguns riffs totalmente a cara da banda e com a vocalização tradicional de Souza deixando tudo ainda mais familiar. Uma das melhores faixas do álbum com toda certeza. Outra faixa que já traz uma base inicial que chuta bundas é “The Years of Death and Dying”. Isso é puro headbanging. O violão do início de “Lunatic-Liar-Lord” engada e o que vem a seguir é puro thrash metal. Rifferama desgraçada aqui. Mantendo a qualidade vem “The Fires of Division” e “Antiseed”, que finalizam um álbum de mais de 1 hora de música.
Posso afirmar que o único ponto que não me agradou totalmente foi a capa. A arte é incrível, mas fico pensando de que maneira ela se conecta com o título. Apenas como arte ela é matadora. Como era de se esperar a produção é monumental. Pesadíssima e bem definida, como um grande álbum do EXODUS normalmente é. Meu primeiro álbum novo do EXODUS na coleção em muitos anos. Aprovadíssimo.