- Texto por Cristiane Figueiredo
Na ultima sexta-feira do mês de abril (30), a banda de Heavy Metal, VISCERALL, invadiu a casa dos Headbangers da Bahia, do Brasil e de vários outros países do mundo, através do Dopesmoke Festival: Metal com Dendê – um dos principais eventos de Heavy Metal do Nordeste e do Brasil, realizado em Feira de Santana, na Bahia, transmitido entre os dias 28 de abril e 02 de maio, pelo canal oficial do Festival no Youtube – executando em seu setlist as principais canções que estarão no álbum “Standing Overground” – prestes a ser lançado pela banda.
Já passava das 21h e o apresentador do evento, figura emblemática do Rock/Metal da Bahia, Big Bross, anuncia a entrada da banda VISCERALL na programação – destacando a histórica relação de dois veteranos do Metal da Bahia, o vocalista Alexandre Humildes e o guitarrista Gleuber Machado – mencionando a antiga banda Harmless Hate, do início dos anos 90, a qual eram membros e ali estavam de volta, agora, juntos com o baterista Leandro Araujo e o baixista Carlos Trino, que voltou a assumir o posto, em definitivo, com a saída de André Fiscina.
A “Intro” já soava – junto com os pratos da bateria – nos alto-falantes das TVs, nos smartphones, computadores, fones de ouvido e monitores, atraindo a atenção dos mais desconfiados e curiosos Metalheads ligados na Live, quando LA espanca o China, chamando a canção mais conhecida dos caras, o single “Death Machine”, uma rifferama, chutando a porta de nossas casas, e recintos diversos que transmitiam o show, com o mais autêntico e “Viscerall” Heavy Metal, honrando a tradição da cena baiana, acrescentando pimenta ao Metal com Dendê, no Dopesmoke Festival.
Sem cerimônias, a pancadaria segue mantendo a chama acesa no chat e aumentando os níveis da “Average Concurrent Users”, traduzindo; Média de Usuários Simultâneos, com a veloz, melódica e com fortes elementos da música clássica, “Keeping the Flame Alive”, nos convocando a resistência e a superação – tão oportuna nesse momento que atravessamos no Brasil e no mundo -, e o Dopesmoke é um exemplo incontestável disso. Na sequência, uma rápida parada para alguns agradecimentos, principalmente à organização do evento, pelo respeito e profissionalismo proporcionados às bandas e eis que, AH, rasgando a voz, anuncia a próxima canção, a pesada e cadenciada, “Between the Cross and the Sword”, uma martelada em nossas cabeças – a essa altura já não sobravam mais moveis sobre moveis em nossas casas, as telas viraram palcos, os sofás as arquibancadas da arena – de onde rolava o “stage diving” – e as mesas de centro foram afastadas para o ritual metálico ser celebrado – e, logo em seguida, como um bálsamo, eis que surge um piano soletrando sentimentos e preludiando a canção, “Into the Darkness”, um Hard/Heavy sublime, elevando o show a outro patamar, imprevisível, diante de uma composição com letra profundamente reflexiva – uma súplica sobre a dependência química, uma das maiores mazelas que a humanidade tem enfrentado -, riffs empolgantes e melodias capazes de nos recompensar com uma progressiva liberação de dopamina em nosso corpo.
Marchando para o encerramento da apresentação, “Kruzaders” é anunciada – com uma Intro que nos remete a essa atmosfera, revelando mais uma batalha – canção instrumental com fortes cavalgadas, pitadas de música erudita, muita melodia e criatividade, deixando clara a envergadura desse quarteto em ação. Em seguida, mais uma pequena pausa, agora, para a apresentação da banda, agradecimentos finais e, quando menos esperávamos, vem o último golpe de misericórdia, um petardo – “Age of Steel” – com a introdução de um piano entregando a melodia do refrão, seguida de um agudo, assombroso de AH, junto com ataques da dupla LA e CT, cozinha extremamente pesada e competente da banda, dialogando com riffs poderosos da guitarra de GM, acompanhados de bumbos avassaladores, anunciando que a Era do Metal está próxima e que a Princesa e a Pórtico de Ouro, como apelidou o poeta, podem ser a chave e a porta para a entrada nesse novo mundo que desejamos construir e o Dopesmoke Festival se consolida como uma das maiores celebrações da Bahia a isso.
“Participar desse evento foi um grande desafio pra nós que estávamos, nesse momento de pandemia, sem ensaiar, com ausência de dois componentes; Davi Carvalho (teclados) e Igor Tavares (Guitarra), além da mudança muito recente de baixista, mas, não poderíamos deixar de fazer parte desse momento histórico e inovador para o Metal da Bahia e, em suma, ficamos satisfeitos com o resultado”, comentou o frontman da banda, Alexandre Humildes.
Belíssima apresentação da VISCERALL, 42 minutos do mais puro e autêntico Heavy Metal, que serviu para instigar, em todos e todas, o desejo de ver a banda em ação presencialmente, olho no olho, cara a cara e, quem sabe, cantarmos juntos essas melodias agradáveis com as quais fomos brindados.
Vida longa ao Metal baiano, nordestino e do Brasil!
Alexandre Humildes – Vocal
Carlos Trino – Bass
Davi Carvalho – Keyboards
Gleuber Machado – Guitar
Igor Tavares – Guitar
Leandro Araújo – Drums