DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE:06/05/2022
A tradição repleta de orgulho e rica em polêmicas do True Norwegian Black Metal, por vezes escrita em sangue e cinzas de igrejas milenares, segue prosperando três décadas após o auge da insanidade propagada por seus ícones. Nomes contemporâneos como o DJEVELKULT seguem difundindo o terror do estilo com trabalhos de qualidade acima da média.
O quarteto lança, no início do próximo mês, o seu terceiro álbum de estúdio “Drep Alle Guder”, ou “Matem todos os deuses” em tradução livre. Este será o primeiro fruto da parceria com o selo holandês “Soulseller Records”.
Todas as qualidades e características fundamentais que fazem do estilo um dos melhores do metal extremo estão presentes no novo DJEVELKULT, com a vantagem de não soarem simplesmente mais do mesmo, ou mera cópia.
“Drep Alle Guder” é um trabalho de altíssimo nível, a começar pela capa. A ilustração sinistra e explicitamente satânica foi elaborada pelo alemão “Misanthropic Art”. O complexo logo da banda é um dos designs mais interessantes da cena.
Quando começa a rolar, o ouvinte é rapidamente tragado pela ferocidade ímpar dos vocais de “Dødsherre Xarim” e pelas guitarras assassinas, de timbre perfeito, que este divide com o compositor “Beleth”. Os tradicionais riffs em tremolo são odiosos e enérgicos, mas também soam atuais, e oxigenados.
É praticamente impossível ouvir com indiferença a dupla de abertura “Drep alle guder” e “Dødbringer”. Ambas muito fortes e cativantes. A primeira, pelos seus três memoráveis minutos, de levadas irresistíveis. A segunda, pelos vocais extremamente doentios, vibe hipnótica, melodias fantásticas das guitarras e show do batera “E. Brye”
A esse ponto, sua atenção já foi devidamente capturada, e então a banda chuta o seu traseiro com “Den forhatte”, dona de um dos riffs mais diabólicos dos últimos anos. Jogo ganho.
Abre-se a primeira janela para um fôlego do ouvinte, com a abertura climática de “I kuldens vold”, conduzida por guitarras e baixo. Antes do segundo minuto, um novo mergulho de cabeça no mundo desolador, gélido e convincentemente maléfico ambientado pelo quarteto. Som que já pode e deve ser conferido online, com streaming disponível.
“The Life Destroyer” soa impiedosa, de segmentos velozes caóticos e atmosfera excepcional. Pra quem curte faixas mais trabalhadas, e que investem numa ambientação bem sacada, complementando a pegada brutal e intensa, “Voidwalker” é perfeita. Aproveite e confira também esse som, disponibilizado pela “Soulseller Records” para streaming.
A melancólica e angustiante “Fordømmelse” merece seu título. Poderia tranquilamente ser a trilha de condenação de almas a um dos nove círculos do tártaro. “Perfect Obliterate” soa como um verdadeiro hino da segunda onda do Black Metal nórdico, fechando o disco no mais alto nível.
Excelente pedida para os fãs do gênero, de espírito renovado e potência imaculada. Entidade já reconhecida e respeitada, mas que deverá destacar-se ainda mais a partir dessa terceira e memorável conjuração. Honestamente, o DJEVELKULT é mais que digno de aclamação. Para fãs de URGEHAL, TAAKE, TSJUDER, CARPATHIAN FOREST e GORGOROTH.
Tracklist abaixo, com duração total de 34:02 minutos. Tradução livre dos títulos entre parênteses:
1 – “Drep alle guder” (Matem todos os deuses)
2 – “Dødbringer” (Emissário da Morte)
3 – “Den forhatte” (Aquele que Odiava)
4 – “I kuldens vold” (Sob a Violência do Frio)
5 – “The Life Destroyer” (O Destruidor da Vida)
6 – “Voidwalker” (O Caminhante do Vazio)
7 – “Fordømmelse” (Condenação)
8 – “Perfect Obliterate” (Perfeita Obliteração)