CD/EP/LP

DESOLATE SHRINE – Fires Of The Dying World (Adv. 2022)

DESOLATE SHRINE (finlândia)
“Fires Of The Dying World” – CD 2022
Dark Descent Records – Importado
9/10

O DESOLATE SHRINE é uma monstruosidade que não poderia ter sido gerada noutro lugar que não fosse A Terra Dos Mil Lagos. Na ativa desde 2010 e formada por “L.L” (todos os instrumentos), “M.T” (vocais) e “R.S” (vocais), a banda já lançou 04 registros: “Tenebrous Towers” (2011), “The Sanctum Of Human Darkness” (2012), “The Heart Of The Netherworld” (2015) e “Deliverance From The Godless Void” (2017). Seu quinto álbum de inéditas, “Fires Of The Dying World”, será disponibilizado no dia 25 de março pela norte-americana e parceira de longa data, Dark Descent Records.

O novo material, que porta  07 composições divididas em pouco mais de 46 minutos, foi gravado e mixado pelo multi-instrumentista “L.L”, também autor da capa, aliás, as capas do DESOLATE SHRINE sempre foram extremamente belas e a nova mantém essa tradição. A masterização foi feita no Subterranean Watchtower Studios, sob a tutela do músico/produtor Damian Herring (Horrendous, Father Befouled, Void Rot, Rotting Kingdom, Blood Incantation).

A abertura do disco ocorre logo após uma misteriosa e sinistra introdução de pouco mais 01 minuto, e sem avisos ou cerimonias chega “Echoes In The Halls Of Vanity”. A composição é simplesmente letal tanto pelos riffs de peso tirânico que porta quanto pelos ritmos sobre os quais se desenvolve — ora em níveis insanos de velocidade e noutras, arrastada e viscosa, mas igualmente brutal em ambos os avanços. “The Dying World” apresenta as mesmas ideias e progressões da faixa anterior, porém, ainda mais obsidiana e feroz. Nela, percebe-se não apenas uma maior preocupação na confecção dos riffs e linhas de bateria, mas também, um melhor e mais bem definido contraste entre o peso esmagador que a mesma evidencia a todo instante e densa atmosfera que a preenche.

The Silent God” é o primeiro épico, e possivelmente o grande destaque do disco. Seus mais de 10 minutos passam longe do tédio e  previsibilidade, divididos entre ataques sonoros bestiais, ambientações insalubres e andamentos punitivos. As discretas linhas acústicas e os teclados que surgem esporadicamente a tornam ainda mais sinistra e doentia. Ao meu gosto, essa é a perfeita representação do Death/Doom Metal, quando devidamente homogeneizado ao Black Metal, sem oscilações ou sobreposições — apenas caos, ruínas e riffs maciços.

Cast To Walk The Star Of Sorrow” é mais uma porcentagem do inferno sob a forma de música. Extremamente agressiva e obscura, mas não uniforme. Por volta dos (03:55) ela apresenta algumas linhas melódicas refinadas que logo são rompidas por mais riffs sombrios e ameaçadores. “My Undivided Blood” cresce a partir de linhas desplugadas e narrações, mas logo ganha peso e identidade, e assim se arrasta por mais de 08 minutos — morosa, maligna e atormentadora. O disco encerra-se com outra demonstração épica da mais pura opressão sonora, a distópica e claustrofóbica, “The Furnace Of Hope”. É inacreditável saber que todo instrumental avassalador do DESOLATE SHRINE é concebido por uma única mente, no caso, o artesão sonoro “L.L”, também mentor de outra entidade singular, o Convocation. Tudo aqui foi composto de forma inteligente e funcional, segmentado, sólido e sem brechas. Riffs, melodias, arranjos, ritmos e atmosferas, em resumo… Perfeições metálicas que só mesmo a Finlândia é capaz de conceber.

Se é caos, negrume, ódio, decadência e  brutalidade que você procura num álbum, eis “Fires Of The Dying World”. Um trabalho que acorrenta e açoita o ouvinte da primeira à última faixa, oferecendo o que de melhor há na combinação entre a impetuosidade do Death, a aura negra do Black e o peso monólitico do Doom Metal. Mais um lançamento devastador com o selo de qualidade dos mercadores da morte —, o DESOLATE SHRINE.

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Instagram: https://www.instagram.com/desolateshrine/

Spotify: https://open.spotify.com/artist/2J6zxkhrtVDq8mDSPiObX2

Bandcamp (Dark Descent Records): https://darkdescentrecords.bandcamp.com

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