Os veteranos do brutal death metal baiano DEFORMITY BR lançaram recentemente esse CD, que é uma compilação de várias músicas e épocas diferentes da banda, que vão de 1999 até 2019, ou seja, são 20 anos de trajetória e brutalidade colocadas na mesa. Obviamente quando falamos de materiais lançados durante um período tão longo de tempo, a qualidade de produção vai variar muito e aqui isso acontece.
Não temos um material que mantém uma constante em sua produção e isso é a única coisa que incomoda. Mas sejamos justos, é uma compilação. O que realmente interessa aqui é o som, a música criada e se ela realmente mostra a qualidade de seus criadores e esse material mostra com certeza. É um brutal death metal com temáticas mais splatter que mostra uma banda amadurecendo suas ideias em mais de duas décadas de atividade.
“Hacked, Boiled, Dismembered, Butchered” abre os trabalhos e é uma música gravada em 2019. A produção, obviamente, é superior e temos um som técnico, complexo até, mas a brutalidade comanda. Muito foda ouvir aquela batera bate estaca esmagando as peles e guiando o caos. “Disgrace is Coming” volta no tempo até 1999 e apresenta um DEFORMITY BR até mais contido, mais cadenciado em algumas partes e com um som que me lembrava o velho Cannibal Corpse. Muito boa música, mas prejudicada pela produção. Isso gravado em um estúdio bom e com um técnico que entenda o estilo seria um arregaço.
“Agony Yells”, “Bloody Banquet” e “Bloodshed” são de 2001 e não apresentam tanta diferença em relação ao trabalho de 1999. É claro que houve evolução, mas a linha musical não é tão distante uma da outra. Excelentes músicas. Um salto temporal maior ocorre com “Squeezing Necks” e “Tumor”, faixas da demo de 2006, que já apresentam uma sonoridade um pouco mais diferente, ainda se mantendo no brutal death metal.
“Hacked, Boiled, Dismembered, Butchered” é um resgate histórico e musical de uma banda que há anos vem tocando death metal e se mantendo fiel às suas raízes e lançamentos assim são primordiais para manter a memória da cena extrema nacional viva. De quebra você tem seus tímpanos esmagados por um brutal metal da morte feito por quem vive o estilo.