CD/EP/LP

DEATH REICH – Disharmony (CD 2023)

DEATH REICH (Suécia)
“Disharmony” – CD 2023
Non Serviam Records – Importado
9/10

Lançado em 17/03/2023

Finalmente pude parar para escrever essa resenha sobre o primeiro full lenght dos suecos do DEATH REICH. Para uma banda formada em 2018 e com vários singles e dois EP´s no currículo, já era hora de ver um material completo desses caras.


Fui apresentado ao trabalho deles ao ouvir o EP “The Final Plague”, lançado ano passado e resenhado aqui mesmo no portal. A primeira impressão que tive com aquele material foi realmente a melhor possível. Um death metal poderosíssimo, brutal na medida certa e com uma execução cirúrgica que me fez esperar ansioso por esse “Disharmony” desde então.


Não estamos falando de novatos na cena e com membros e ex-membros de bandas como Grief of Emerald, Sacramentum e Nifelheim, já era de esperar que a coisa andasse por níveis os mais altos possíveis.

Mas falando desse debut álbum, o DEATH REICH manteve sua pegada intacta e disparou o mais puro e brutal death metal ao longo de suas 11 músicas. A banda traz uma mistura poderosa do death metal europeu e americano, o que molda uma sonoridade poderosa e orgânica. Se você pensa em bandas como Monstrosity, Brutality, Vader, Vomitory e afins, quando lê isso, você está certíssimo. Não temos aqui nenhum tipo de tributo ou cópia dessas bandas, mas as influências estão ali ajudando a criar algo que tem impacto e relevância, ainda mais porque a banda procura colocar sua cara e tem sucesso nessa empreitada.


O álbum abre com uma curiosa faixa de introdução que acabou me fazendo lembrar de “Silvester Anfang”, do Mayhem. Tem algo que conecta essas faixas, mas a linha de teclados aqui acaba colocando um tempero mais mórbido na coisa toda. Mas é quando “Word War” se inicia é que você entende tudo o que escrito acima. A porradaria é desenfreada desde o primeiro segundo de música e uma rifferama infernal vem derrubando tudo pela frente. Melhor forma de iniciar um álbum não há. O título e a desgraceira toda presente nessa faixa são realmente algo que se conectam. Não há apenas brutalidade e o DEATH REICH sabe usar momentos de peso e de impacto para criar passagens entre as partes das faixas de forma muito competente. “In Serpents Skin” não é menos brutal, mas tem momentos em que tudo desacelera e cria ambientes mais obscuros e com um ótimo trabalho das guitarras, algo que ocorre o tempo todo aqui.


“Dissimulation” tem um início que não me prendeu muito, até mesmo por sua semelhança com algumas coisas criadas pelo Sepultura pós era clássica. Não curto de forma alguma. Mas felizmente é um início que rapidamente fica para trás e tudo volta ao seu normal com rapidez e peso insano.

A coisa fica séria com a capacidade de “Hysteria” criar caos ao nosso redor. Música curta e realmente assassina. Posso afirmar que é a minha favorita. Cada riff matador que é criado aqui me faz reafirmar um pouco da esperança na humanidade em criar barbaridades como essa. Well done ! Seguindo a mesma linha e até mesmo acelerando acima do permitido na via, vem a bombástica “Oblivion”. Esses caras realmente sabem como criar riffs incendiários.

O pé é tirado do acelerador um pouco com a execução de “Suffocation”, uma faixa que se inicia mais trampada e com foco no peso. Mas parece que tudo não passa de um engodo, pois logo a seguir, a desgraça se faz presente novamente e nos entrega mais uma das faixas a serem conferidas. “Fall of Kings” também tem essa pegada e vai jogando na sua cara uma profusão de riffs que te deixam triste quando você olha para a sua guitarra e chega à conclusão que aquelas notinhas sem graça que você toca são patéticas. Hahahaha

“Vermin” é mais uma faixa curta e direta, para dizer o mínimo. Mas ao se aproximar do seu fim, o peso impera e vai intercalando com partes rápidas e uma batida marcial. É um bombardeio. O álbum se aproxima do seu fim com a execução da mortal “Atrocity”, que reune tudo de bom que esse álbum apresenta, apesar de ficar um pouco mais apagada em relação a outras faixas ainda mais fudidas. Mas o riff central é um arregaço.

Como se estivessem preocupados com a sua sanidade, a banda encerra o álbum com a outro “The Death of the Peace of Westphalian”, uma peça que traz violão, cello e um clima denso que deixa o ouvinte tenso.

“Disharmony” é um grande debut álbum de uma banda que possui uma sonoridade realmente que vai agradar a quem aprecia brutalidade feita com qualidade e energia. Só reforçou o respeito que tenho pelo trabalho deles e cria uma boa expectativa de como essa banda irá ir soando com o passar dos anos. Fica a dica aos selos brasileiros para que busquem lançar oficialmente esse trabalho.

Tracklist:

  1. Disharmony
  2. World War
  3. In Serpents Skin
  4. Dissimulation
  5. Hysteria
  6. Oblivion
  7. Suffocation
  8. Fall of Kings
  9. Vermin 02:23
  10. Atrocity
  11. The Death of the Peace of Westphalian

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