“Black Flame Dominion” – CD 2021
Iron Bonehead – Importado
10/10
DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 29/10/2021
Não tem jeito. O black metal grego é o que é por causa de bandas como o CULT OF EIBON e sua sonoridade mágica. Talvez as hordas de velhos gritem a plenos pulmões que não existe originalidade nesse trabalho, mas sinceramente, foda-se a originalidade. Quando deixamos de apreciar a arte pela arte ? Quando passamos a nos comportar como juízes acéfalos que buscam o tempo inteiro uma forma de desmerecer a arte, ainda que a maior parte de nós não consiga criar uma simples nota musical ? É por isso que quando ouço bandas assim busco aquilo que preenche minha alma.
O CULT OF EIBON lança aqui o seu debut álbum e esse trabalho é simplesmente o que deve ser. Um trabalho magnífico de black metal helênico com todas as referências que o estilo carrega em suas entranhas. A gravação crua, o som de bateria totalmente “artificial”, as melodias e bases incríveis, os vocais nervosos. “Black Flame Dominion” é um álbum que para os meus ouvidos soa como perfeição. Cada música é uma viagem por um estilo que passei a amar desde o momento em que ouvi as primeiras bandas desse cenário ainda no início dos anos 90. Essa viagem começa com a capa e toma forma com a Intro “The Fiery Pillars of Ninazu”. Mas o barqueiro chega definitivamente quando os acordes de “Into the Realm of Na-Girt-A-Lu” começam. A guitarra que inicia a faixa é simplesmente uma marca registrada do metal negro helênico. A simplicidade é compensada pela magia, pelo teclado que se faz presente criando cores em meio ao que já conhecemos, mesmo sem haver ouvido esse álbum antes.
Não há como não bater cabeça quando “The Dreamer and the Morning Star” começa. Essa faixa já nasceu clássica e é possível imaginar o efeito que ela teria em um evento ao vivo. As batidas prensadas e os andamentos de dois bumbos são perfeitos. Um pouco mais de velocidade vem como “Phaesphoros”, mas ela também oferece uma execução ritualística e sagrada de uma sonoridade que é inconfundível. As melodias dessa música são incríveis. Nessa mesma linha vem “Black Flame Dominion”. Ao ouvir a mudança entre a parte mais rápida e a segunda metade, mais cadenciada, não pude deixar de sorrir, já que é tudo tão simples, mas absolutamente efetivo. É black metal grego. Simples e direto. Aliás, o trabalho de guitarra em todo o álbum beira a perfeição dentro do estilo que se propõe a executar. Ouça o riff de “Recollectiions from the Chthonian Empire” e confirme isso.
O culto é continuado com a execução de “Crossing the Stargate of Xitalu” e finalmente o álbum vê ômega com “The Mournful Chime of Charon´s Bell”, uma faixa cadenciada, mas poderosa. Como disse no início da resenha, não procure originalidade, procure por satisfação pela arte. O CULT OF EIBON fornece essa satisfação ao longo das oito músicas que compõem esse primeiro álbum. Selos nacionais, eis aqui um álbum que merece sair por aqui.
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