CD/EP/LP

CORPORATE DEATH – IV (CD 2022)

CORPORATE DEATH (Brasil)
“IV” – CD 2022
Misanthropic Records/Cianeto Discos
Extreme Sounds Records/Rapture Records
Nacional
9,5/10

Recebi das mãos do Canis Lupus, o boss da infame Misanthropic Records, esse material e agora pude parar com calma e apreciar mais um álbum de um nome do death metal nacional que impressiona com a qualidade do seu trampo. O CORPORATE DEATH já existe há mais de 20 anos e esse “IV” é o seu novo trabalho que vê a luz do dia após cinco anos desde o lançamento de “Reborn”, seu álbum anterior.


Não há meio termos aqui com esse grupo de Jundiaí. O death metal é brutal, a produção é bruta e muito boa e todas as oito faixas do álbum tem apenas uma função: esmagar teus tímpanos. E posso afirmar que eles conseguem isso de forma fácil, já que tudo conspirada para te bater impiedosamente. As influências atuais do CORPORATE DEATH são variadas, mas acabam passando por nomes bem tradicionais do metal da morte mundial. Bandas como Broken Hope, Cannibal Corpse, Krisiun, Deicide entre outras são uma boa referência do que você vai encontrar ao dar o play em “IV”.

A faixa de abertura é “Mourning of Angels” que cria um clima em seu início, mas logo puxa o tacape e te acerta na cabeça. Música bruta e técnica na mesma medida. Sem melodias bonitas. O som lembra o Cannibal Corpse em seu “Tomb of the Mutilated”, ou seja, brutalidade iso 666 de qualidade. O curioso é banda conseguir enfiar aí alguns arranjos bem virtuose… resultado interessante. A próxima é uma porradaria intitulada “Soulkeeper”, uma puta música. Riffs carregados, vocal podrão e uma cozinha totalmente pronta para oferecer brutalidade. Para mim “Tides of Misery” é a música que você deve usar para apresentar o CORPORATE DEATH a qualquer um que não conhecer o trampo dos caras. Música poderosa e com vários arranjos e mudanças de tempo que a deixam mais experimental, mas ainda assim um arregaço de brutal death metal.


A próxima segue a mesma pegada. “Kill the Whore” é uma baita faixa de metal da morte. Tem algo de Sinister que a faz soar massiva. Uma das músicas mais pesadas e carregadas é a excelente “Silent Despair”, que divide de forma equilibrada momentos de pura brutalidade com outros mais cadenciados e pesados.
“In the Shadows” continua com o linchamento. É uma música que possui riffs mais trampados. Os vocais guturais e rasgados criam um momento mais caótico. Depois do primeiro minuto há um riff realmente muito bom.

As duas últimas faixas são “The Burden”, que traz momentos mais pesados com grande clima em meio à brutalidade pura e “Judgement in Heaven” que fecha em grande estilo um álbum que tem tudo para estar na lista dos melhores do ano no Brasil. Essa faixa é uma das melhores do álbum e a brutalidade aqui é bem no nível de um Suffocation, inclusive o trampo de guitarras e as marcações de bateria fazem lembrar a música dos mestres do brutal death metal americano. “IV” é um álbum que soa realmente maduro e mostra uma banda que usa a experiência na criação de algo realmente diferenciado. Sem dúvidas que a banda agora precisa investir pesado na divulgação de sua música, especialmente lá fora.

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