CANNIBAL CORPSE (Estados Unidos)
Data: 06/05/2022
Local: Toinha Brasil Show – Brasília/DF
Por Fábio Brayner
Foram mais de 2 anos sem pisar em um evento de metal. A última vez que pude ver uma banda ao vivo foi em Dezembro de 2019 e tenho que admitir que a ida a esse evento marcou a retomada pessoal no mundo do metal executado cara a cara. A banda de abertura do evento foi o DEVICE, banda local. Não conheço e nunca ouvi e sendo sincero, acabei chegando no local minutos antes do inicio do próprio CANNIBAL CORPSE, então não tenho o que falar sobre a participação do grupo brasiliense, já que perdi o show deles.
Já a atração principal, que dispensa comentários, entrou no palco e dizimou a tudo e todos. Definitivamente os caras mostram claramente a razão de serem considerados uma das mais poderosas formações do death metal ao vivo já há vários anos. O show marcou a apresentação ao público brasileiro do novo guitarrista da banda, o veterano e monstro das cordas Eric Rutan (Hate Eternal, Morbid Angel, etc).
Se é possível, o cara trouxe ainda mais peso ao som do CANNIBAL CORPSE e o que já era um absurdo em termos de execução, se tornou uma máquina trituradora de tímpanos e almas. O quinteto americano não decepcionou de forma alguma. Infelizmente não consegui ver ou registrar o setlist do evento, mas o show teve uma duração em torno de 1 hora e 30 minutos, com a banda interagindo o tempo inteiro com o público, que lotou o Toinha Brasil Show. Lotou mesmo, ao ponto de ser quase impossível transitar pelo interior da casa. Foram aproximadamente 18 músicas que foram moendo o público, uma após a outra, sem pausas e sem conversa fiada.
Faixas de toda a carreira da banda foram executadas com maestria, brutalidade e peso avassaladores, entre elas “The Time to Kill is Now”, “I Cum Blood”, Inhumane Harvest”, do novo álbum e uma desgraceira ao vivo, a pesadíssima “Unleashing the Bloodthirsty”, “Gutted”, do esporrento “Butchered at Birth”, entre outras, mas foi quando a régua passou pelas faixas mais clássicas que a coisa saiu de controle… “Fucked with a Knife“, “Devouring by Vermin”, “Skull Full of Maggots” (essa aqui foi berrada a plenos pulmões por esse que vos escreve), “Stripped, Raped and Strangled” (do visceral “The Bleeding” e finalmente a música que nunca vai poder deixar de fazer parte do setlist desses caras, a atemporal, destruidora e desgraçada “Hammer Smashed Face”.
Vale salientar que a tal pista VIP da casa foi devidamente pulverizada e rapidamente o local se tornou um grande inferno de mosh pit. Pontos negativos: o Toinha Brasil Show deve ser a única casa de show que eu conheço que cria uma área vip para cobrar mais caro pelo ingresso e não oferece um caixa para compra de bebidas dentro dessa area. Você tem que sair, ir no meio do caos (quem é o idiota que coloca o caixa bem no meio da muvuca ?) e comprar fichas, que são apenas uma nota fiscal impressa… Sério, mais respeito pelo público é algo que faz diferença. O preço do merchandising foi ridículo, mas assim muita gente comprou a camiseta da banda. Enfim, críticas aos detalhes à parte, o evento foi matador. Meu próximo evento já tem data e local. Nos vemos no Emperor, em terras paulistas.