Fomos bater um papo com Marcelo Fagundes guitarrista e vocal da banda catarinense BATTALION sobre o novo trabalho “Bleending Till Death” e muito mais. “Não queremos inovar o metal ou criar um novo estilo.”
Entrevista gentilmente realizada por Walter Bacckus/Maléfica existência zine /SC
Vamos voltar no tempo… Mais precisamente para o ano de 2005. Onde e como surgiu a ideia de formar a banda Battalion, suas influências e expectativas naquela época? Olhando toda a trajetória de vocês na cena Underground, você imaginaria que chegariam tão longe?
Marcelo Fagundes: Mudamos para Santa Catarina em 2003, a banda se chamava Exortar, fazíamos metal em português nessa época, com as influências de bandas oitentistas nas músicas e até hoje é assim. Não queremos inovar o metal ou criar um novo estilo, jamais isso, apenas fazer metal da forma que gostamos com a nossa pegada nas músicas. Aos poucos, fomos nos destacando por essa insistência no estilo antigo, que mantemos vivo através das músicas, uma época mágica para o metal.
Em 2007, vocês lançaram o Demo – CD auto intitulado e como foi a aceitação dele pela nação headbangers e da crítica especializada na época?
Marcelo Fagundes: Foi muito boa, apesar de ter sido lançado de forma independente foi muito bem divulgada tendo ótimas resenhas na época. Fizemos vários shows, desde então, as coisas começaram a acontecer e o underground conheceu o Battalion.
Depois do primeiro lançamento, vocês assinaram com o selo “Kill Again Records” e chegaram ao tão sonhado Debut – CD ” Empire Of Dead” (2012) e em 2015 o EP “Tyrant Of Evil”. Gostaria de saber como vocês vêem hoje esses dois trabalhos e se mudariam algo neles.
Marcelo Fagundes: Desses trabalhos pra cá, nossa maneira de tocar mudou muito e assumimos uma identidade musical muito forte, de forma que hoje aqueles trabalhos seriam melhores executados. Naquela época, a vontade era de ter logo o material em mãos e apresentar um produto final priorizando a rapidez e não a qualidade de produção.
No início de 2020 vocês lançaram o último trabalho “Bleeding Till Death” e estão de parabéns por esse trabalho. Um heavy Metal poderoso com pedais duplos, guitarras afiadíssimas, com belos solos e riffs poderosos carregados de spikes, rebites, couro e aço puro. Tu pode nos dizer mais sobre esse recente lançamento, no que se refere a gravação, produção, arte e lírica?
Marcelo Fagundes: Foi gravado e produzido pelo Thirray Priester, do estúdio AVY, um excelente produtor e guitarrista, que fez um excelente trabalho no nosso álbum. A arte e os desenhos, como sempre, foram todos idealizados e executados pelo Fabiano. Já o layout e design foram feitos pelo Thiago Boller. Com exceção de “Raise your Fist”, que eu fiz apenas a letra, todas as outras músicas foram compostas e escritas por mim. As músicas “Kill or Die” e “Interceptor” são mais antigas e já tocávamos nos shows antes do lançamento do álbum.
Vocês marcaram uma tour pelo Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil para 2020 e daí chegou a pandemia e ela foi cancelada. Vocês chegaram a fazer alguns shows dessas datas? Existe a possibilidade depois de passar esse caos pandêmico vocês retornarem para finalizar a turnê?
Marcelo Fagundes: Iniciamos a tour em São Paulo e chegamos até Minas Gerais, onde tínhamos algumas datas marcadas. Tocamos alguns desses shows, mas logo os demais tiveram que ser cancelados, ainda na estrada. Não só o Battalion, mas diversas outras bandas também estavam em turnê e foram prejudicadas, assim como diversos produtores e casas de shows. Esperamos que tudo volte à normalidade e aí então, poderemos voltar para a estrada já com um trabalho novo.
A gênese da banda gira em torno de você Marcelo Fagundes nas guitarras e vocais, além de Fabiano “Blator” Barbosa na bateria. A banda depois da primeira Demo CD auto intitulado, sempre teve problemas com baixistas. Mas com a entrada de Álvaro, assumindo as guitarras, você foi para o baixo. E essa formação era muito forte e afinada. Porém depois de um ótimo trabalho em estúdio e alguns shows da turnê, fomos pegos de surpresa pelo desligamento de Álvaro nas guitarras. O que houve para a saída dele ?
Marcelo Fagundes: A saída do Álvaro foi por opção própria, devido a motivos pessoais.
Segundo fiquei sabendo Marcelo, tu vai voltar para o seu antigo posto, ou seja, guitarras e vocais. A banda já encontrou um novo integrante? Poderia nos apresentar ele e como se encontra a banda atualmente. Quais os planos para o futuro?
Marcelo Fagundes: Estamos reformulando a banda e logo teremos novidades a respeito disso. Temos mantido os ensaios regularmente, ajustando alguns pontos para que quando tudo estiver alinhado, possamos divulgar de forma oficial a atual formação.
Vocês como amantes do Underground e toda aquela aura mágica do metal dos anos 80 e 90, onde se cultuava os velhos formatos físicos em vinil ou mesmo em K7, vocês estão satisfeitos e realizados com o lançamento em vinil do “Bleeding Till Death” pela Kill Again Records ? Todos os lançamentos da Battalion saíram pelo selo de Brasília (DF), essa parceria deu certo né?
Marcelo Fagundes: Sim, muito satisfeitos e felizes com o lançamento que a Kill Again nos proporcionou, Rolldão foi a pessoa que curtiu, apoiou, lançou e ajudou muito a projetar o nome do Battalion para o mundo. Esperamos manter essa parceria por muitos anos, algo que era um sonho distante há alguns anos, virou realidade, poder segurar o vinil e ouvir seu próprio trabalho é algo mágico.
Marcelo, estamos vivendo há quase dois anos numa pandemia. Sem sair de casa para tocar ou mesmo curtir um show. Gostaria de saber o que você tem escutado nesses últimos dias caóticos. Nos indique algumas bandas que te chamaram atenção.
Marcelo Fagundes: Continuo ouvindo muita coisa antiga, muito Death Metal e as clássicas bandas oitentistas, bandas nacionais… No fim, acabamos ouvindo as mesmas bandas de sempre. Tenho assistido algumas lives, algo que ainda estou assimilando, por ser muito diferente pra mim pelo fato de não ter a energia de público presente, porém é algo interessante como forma de divulgação para as bandas. Uma banda que ouvi e gostei muito é Hällas, da Suécia, acredito que você vai gostar.(*** Sim, conheço e é muito bom. Banda com uma pegada de Rock setentista)
Para finalizar, eu sei do amor de vocês pelo Heavy Metal de bandas espanholas e argentinas. Principalmente por Muro e Hermética. Nos indique um álbum essencial do Muro, da Espanha, do Hermética, da Argentina ou de outras bandas nessa língua. Considerações finais suas e obrigado pela entrevista.
Marcelo Fagundes: “Telon de Acero” (1988) do Muro e “Ácido Argentino” (1991) do Hermética, são dois discos que adoro. Posso citar mais um monte de bandas, mas resumindo as que mais ouço, são: V8, Barón Rojo, Santa e Angeles del Infierno são, com certeza, as mais ouvidas. Gostaria de agradecer ao espaço cedido para contar um pouco da história do Battalion e dos últimos acontecimentos com a banda. Um Hail a todos Headbangers brothers and sisters espalhados pelo mundo afora, onde a única coisa que une a todos é a paixão e devoção ao metal, que continue firme e forte!!!
BATTALION online: https://www.facebook.com/battalionofmetal