CD/EP/LP

BARÚS – Fanges (EP 2021)

BARÚS (França)
“Fanges” – EP 2021
Aesthetic Death (Reino Unido) – Importado
7/10

Esses franceses do BARÚS vêm produzindo esquisitice no universo extremo desde 2015, e na virada do ano eles lançaram o EPFanges”, que é um Play de trinta e quatro minutos, dividido entre apenas duas músicas.

A descrição de Death Metal Progressivo me animou, então rapidamente o som estava rolando. A primeira faixa é a que dá nome ao trabalho, e que tem praticamente dezenove minutos de duração. Os primeiros oito são totalmente atmosféricos, com tensão crescente e a criação de uma expectativa das menores. A partir daí, há uma metamorfose significativa, mas o som extremo não chega a decolar como prometia.

 O peso deve-se, principalmente, ao som encorpado e “gordão” das guitarras. Há muito de Sludge nessa primeira música, remetendo a nomes como CROWBAR (EUA), ACID BATH (EUA), EYEHATEGOD (EUA) e até DOWN (EUA) na sonoridade. Por ser uma música tão extensa, penso que faltaram alternativas, ficou a sensação de que ela se arrastou além da conta.  

 A segunda e derradeira faixa é a “Châssis de Chair”, pouco menos extensa, mas ainda impressionante, do alto dos seus quinze minutos.

 Agora sim, estamos falando de Death Metal Progressivo e Avant Garde. Bateria destruidora, com linhas criativas e complexas, e de performance notável. Como seria de se esperar, há passagens surreais, cheias de quebradeiras rítmicas e insanidade. Lembra muito o GOJIRA (FRA), e eu honestamente não sei se isso é bom ou ruim. Pessoalmente, eu curto só a fase inicial da banda (até o disco da baleia).

Há o retorno das passagens mais atmosféricas, com o vocal sussurrando a letra em francês (e testando a paciência do ouvinte). Ao final destas, o instrumental extremo volta a brilhar com a liderança das guitarras, que disparam uma sequência magnífica de riffs esquizofrênicos. A pegada se mantém sempre rica em grooves, mesmo quando a banda acelera e investe nos segmentos ultra técnicos. Nestes últimos, deixam clara a influência do MESHUGGAH (SUE), ainda que não copiem ou procurem clonar os mestres suecos do extremismo demente.

 Bom trabalho do BARÚS, repleto de boas ideias e intenções. Pesa negativamente o fato de serem duas faixas gigantes, que acabam se arrastando além do que deveriam. Gostaria de ouvi-los produzindo algo mais direto, e focado no Death Progressivo propriamente dito. Acredito que os fãs de GOJIRA (FRA), MASTODON (EUA) da fase inicial e das bandas de Sludge já mencionadas, poderão se interessar mais pela banda.

 Tracklist abaixo, duração total de 34:21 minutos:

1 – “Fanges”

2 – “Châssis de Chair”

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