O ANTICHRIST SIEGE MACHINE, também conhecido pela abreviação A.S.M., é composto por uma dupla abominável, originária do Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, que vem produzindo uma variedade brutal e grotesca de War Metal / Black Death Metal desde 2016.
No início do mês, tivemos o lançamento do seu segundo disco de estúdio – “Purifying Blade”, via Profound Lore Records, selo canadense que investe com impressionante índice de aproveitamento em tudo que é extremo, e desprovido de beleza.
A banda é bem-sucedida ao recriar e atualizar o som bestial, caótico, maléfico e impiedoso do War Metal característico dos anos 90 e início dos 2000 (leia-se BLASPHEMY, CONQUEROR, BESTIAL WARLUST, GOATPENIS), incluindo a persistente e impenetrável parede de som, porém com produção muito superior. A crueza, imundície e brutalidade extrema permanecem intactas e evidentes, mas pode-se ouvir e distinguir os instrumentos com muito mais nitidez.
Falando na parte instrumental, destaca-se o trampo absurdo do batera “S.B.”, que também faz os vocais. As guitarras de “Ryan Zell” são brutais, mas não oferecem muita variação.
Tal qual se fazia no início do Metal Extremo, o A.S.M. em muitos momentos compõe e executa sons que misturam indefinidamente diversos subgêneros, do clássico War Metal ao Black Death Metal, passando pelo Grindcore / DeathGrind, com ferocidade implacável ao longo dos vinte e nove minutos do play. A primeira impressão é claustrofóbica, aliada à sensação iminente de sofrer o impacto do atropelamento por um panzer desgovernado.
Os momentos de cadência (sempre pesadíssimos) são raros e marcantes, como em “Unleashed Hostility”, e ajudam no balanceamento do álbum, trazendo algo além dos blasts incessantes e, algumas vezes, até um pouco monótonos.
Ótimo segundo disco de estúdio dos norte-americanos. Item obrigatório para quem se sente à vontade em meio à insanidade de atos como TEITANBLOOD (ESP), PROCLAMATION (ESP), BLACK WITCHERY (EUA), REVENGE (CAN), DIOCLETIAN (NZL), CONQUEROR (CAN), BLASPHEMY (CAN), AXIS OF ADVANCE (CAN) e GOATPENIS (BRA).
Álbum composto pelas onze faixas abaixo, que totalizam os 29:06 minutos de duração:
1 – “Intro – The Way of Cain”
2 – “Carried Into Darkness”
3 – “Unleashed Hostility”
4 – “Chaos Insignia”
5 – “Led By Fire”
6 – “Victorious Legions of Satan”
7 – “Intro – That The Wicked Be Revealed”
8 – “Defiled in Iniquity”
9 – “(To Be Sooner) Broken By Pain”
10 – “Antichrist Siege Machine”
11 – “The Inevitable Penalty”
Destaques: A quarta “Chaos Insignia” é absolutamente matadora, com elementos crust/hardcore inseridos no mix brutal da banda. A oitava “Defiled in Iniquity” tem passagens de puro Death Metal bélico no estilo do BOLT THROWER. A décima “Antichrist Siege Machine” divide o nome com o da própria banda, e oferece ótimas variações rítmicas e andamentos distintos do restante da obra. A décima primeira e última “The Inevitable Penalty” conta com um dos poucos solos de guitarra do álbum, faixa repleta de dissonância e destruidora.