O ALDA é um quarteto oriundo da cidade de Tacoma, Washington que chegou agora em 2021 ao seu quarto álbum oficial, sempre mantendo-se fiel à sua fórmula de criação de um atmospheric black metal muito focado no sentimento das composições, nos climas majésticos e no uso de partes acústicas (quase post), vocais cantados. De acordo com o encarte do primeiro álbum da banda, o nome Alda significa “árvore” em uma língua encontrada no livro “Silmarillion”, de J.R.R. Tolkien.
Mais tarde eles descobriram que ALDA aparece no Völuspá, que é o primeiro e mais conhecido poema da Edda Poética e conta a história da criação do mundo e de seu iminente final, narrada por uma völva e dirigida a Odin.
Esse poema é uma das principais fontes primárias para o estudo da mitologia nórdica. Essas influências líricas se materializam na arte da capa do álbum, que lembra um cenário das obras de Tolkien e ao mesmo tempo remete à natureza dos países escandinavos.
Do ponto de vista da criação musical, o ALDA não traz grandes novidades nesse álbum. Com músicas longas em sua maioria, a banda explora de forma muito competente sonoridades que vão colocar lado a lado partes mais tradicionais do black metal, mas sempre vestindo essa agressividade com uma capa de puro sentimento. São apenas seis músicas, mas quatro delas são realmente faixas mais longas, tendo entre elas as monumentais “Stonebreaker”, “Drawn Ashtray”, “Forlorn Peaks“, “A Distant Fire”.
No geral “A Distant Fire” disponibiliza uma experiência bastante particular de audição. Você precisa ouvir esse álbum com calma, de preferência com os olhos fechados, prestando atenção a todos os detalhes. Um trabalho muito bom.
A produção é excelente, assim como o trabalho gráfico e essa mistura entre o metal negro e uma proposta menos evidente de folk funciona perfeitamente.