Formada na Alemanha em 2015 o ABYTHIC já tinha um ep e dois álbuns em sua carreira antes deste ótimo “Dominion of the Wicked” onde Ulrich Kreienbrink (vocal), MDB (guitarra, baixo e vocal) e Tim Schlichting (bateria) exploraram mais o doom metal, em faixas bem mais longas que nos outros trabalhos através de conceitos até básicos mas gravaram o que, pra mim, é um dos melhores discos de doom metal dos últimos anos.
O início bem extenso de “At the Threshold of Obscurity” até lembra “Freezing Moon” do Mayhem, até pelo dedilhado mas ao entrar o vocal podre e sinistro de Ulrich as coisas mudam. Por ser uma faixa longa (quase 15 minutos) ela tem várias etapas bem distintas. Por volta da metade eles até acrescentam um bumbo duplo veloz, mas quebrado pela condução e caixa, que fazem com que a faixa não destoa tanto da cadência inicial. Já na parte final dela há um solo de guitarra até simples mas muito bem encaixado.
“The Call” lembra muito o Katatonia do “Brave Murder Day”, principalmente nas passagens mais atmosféricas também remete um pouco do Batushka pois os vocais de Ulrich mesclam gutural com rasgado e ele ainda insere discursos que lembram liturgias. Ela é emendada com “Endless Tides”, que é menos arrastada e, novamente, remete bastante ao Katatonia, principalmente nos riffs quebrados.
A última faixa do álbum é “Augury of the Doomed”, que é a mais doentia faixa do álbum. A velocidade nela não existe e uma áurea de escuridão a cobre do início ao final, apimentada por um teclado pra lá de sinistro que dá conotações fúnebres a ele. O batera Tim Schlichting trabalha muito bem o andamento cadenciado dela. No meio eles ainda inserirem um diálogo em alemão, que lembrou bastante a época áurea do Theatre of Tragedy.
São quase 35 minutos de duração, mas bem que poderia ter, ao menos uma faixa a mais, mas o saldo final é um excelente álbum.