CD/EP/LP

ULTRA SILVAM – The Sanctity of Death (2022)

ULTRA SILVAM (Suécia)
“The Sanctity of Death” – Lançado 25/02/2022
Shadow Records (Suécia) – Importado
9/10

O Black Metal Melódico é um negócio complicado, por isso quando alguém me recomenda ouvir um disco, eu costumo ficar na defensiva. “The Sanctity of Death” é o nome do disco recém-lançado dos Suecos do ULTRA SILVAM, que causaram boa impressão e certo furor no underground em 2019, quando saiu seu primeiro álbum de estúdio.

 A indicação veio de um Brother que entende demais de Metal Extremo, e ele tem toda razão: Esse disco é fudido, e entra na lista provisória dos melhores lançamentos de 2022 (valeu mesmo, Igor!). O Black Melódico desses três doentes é bruto, ríspido e direto ao ponto, ainda que executado com técnica acima da média. E maléfico, com aroma de enxofre.

 A primeira música “Dies Irae” abre com uma estrutura pouco convencional, com uns sinos sinistros badalando, mas quando o instrumental extremo engrena, a coisa fica séria. Os vocais do baixista e maníaco “M.A.” são excelentes, potentes e pra lá de doentios.

 “Sodom Vises Himlafärd” desacelera um pouco em relação à anterior, mas mantém o nível excepcional de qualidade dos riffs e das melodias, que remetem muito mesmo ao WATAIN dos trabalhos “Sworn to the Dark” e “Lawless Darkness”.

 A faixa título “The Sanctity of Death” retoma a velocidade exacerbada, bem como o ímpeto e a desafiadora aura satânica. A mistura da sonoridade crua e abrasiva com os toques melódicos refinados atinge pleno equilíbrio, e beira a perfeição.

 “Tintinnabuli Diabolié uma música instrumental, curta e tenebrosa, com teclados dos mais fúnebres ao fundo. “Förintelsens andeväsen del II: Den deicidala transsubstantiationens mysterium” vem em seguida, e o título impronunciável e complicado de traduzir me deixou com a impressão de que os caras não devem se levar tanto a sério. A faixa em si soa agressiva, com momentos empolgantes de Black Thrash e carregada de elementos Crust/Punk. Divertida e bem diferente das demais, um dos pontos mais altos do álbum.

  A esse ponto, já era possível perceber que o guitarrista “O.R.” é um dos pilares da banda. O cara é versátil e faz um puta trampo ao longo de toda a obra. Como destaco na faixa seguinte, a “Black Soil Fornication” que tem riffs que compelem o ouvinte, quase que mandatoriamente, ao headbanging. Som mais cadenciado e épico, guitarras de timbre assassino.

 “Incarnation Reverse” soa como puro caos, violência gratuita à base de percussão pouco variada, persistente, e leads dissonantes. A bateria, inclusive, é o ponto fraco do álbum em termos de produção. O instrumento tocado por “A.L.” ficou um tanto baixo e abafado no mix.

 “Of Molded Bread and Rotten Wine” fecha o trabalho com muita técnica, o instrumental é soberbo e ultra agressivo. Os leads e solos de guitarra são brilhantes.

 Memorável, o segundo disco de estúdio do ULTRA SILVAM. Brutal, melódico na medida, com boa duração, músicas bem diversas e fluído, resultando numa audição extremamente satisfatória. Banda pra se manter no radar, iniciou a carreira com cara de quem vai construir uma puta discografia. Espero não estar secando. Para fãs de WATAIN (SUE), WHOREDOM RIFE (NOR), TAAKE (NOR), DISSECTION (SUE), NECROPHOBIC (SUE), UNANIMATED (SUE), SACRAMENTUM (SUE), SIELUNVIHOLLINEN (FIN).  

 Tracklist a seguir, duração total de 31:46 minutos:

1 – “Dies Irae”

2 – “Sodom Vises Himlafärd”

3 – “The Sanctity of Death”

4 – “Tintinnabuli Diaboli”

5 – “Förintelsens andeväsen del II: Den deicidala transsubstantiationens mysterium”

6 – “Black Soil Fornication”

7 – “Incarnation Reverse”

8 – “Of Molded Bread and Rotten Wine”

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