“Proscriptor McGovern’s Apsu” – CD 2021
Agonia Records – Importado
10/10
DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 26/11/2021
Mr. Proscriptor McGovern se superou nesse primeiro trabalho do PROSCRIPTOR MCGOVERN´S APSU, projeto que foi formado após o fim do lendário ABSU. Tenho que reconhecer que fiquei com pé atrás pensando que esse APSU seria uma continuação da música de sua antiga banda. Não poderia ter errado de forma mais contundente. Obviamente há elementos que vão se conectar com a música do ABSU. Isso, de certa forma, seria inevitável. O vocal de Proscriptor é um desses elementos, mas quando essas semelhanças ficam de lado é quando você se surpreende de forma inequívoca com um dos trabalhos mais complexos e incríveis criados por esse que considero um dos músicos mais relevantes da cena metal mundial.
“Proscriptor McGovern’s Apsu” é um enorme passo além do que era feito no Absu. A construção musical de cada faixa é complexa, cheia de camadas e cores, flerta com estilos não tão comuns ao metal extremo como o progressivo e em certa forma até mesmo o jazz, mas isso tudo está imenso em profundidades abissais na música do APSU. Não é algo na superfície. Um ponto positivo desse álbum é o fato de as músicas não se estenderem em longos experimentos de extremismo. Com exceção das musicas “In-Betweeness Gateway Commuters” e “Every Watchtower Within Is the Axis of a Watchtower Without Including Totemic Thresholds”, com seus pouco mais de cinco minutos, todas as outras faixas estão abaixo desse tempo, se desenrolando de forma direta, mas com um nível de complexidade que supera facilmente a obra anterior do próprio Proscriptor.
O guitarrista Vaggreaz é realmente impressionante. Os riffs, bases, solos e arranjos são poderosos. Para quem não sabe, o nome verdadeiro dele é Daniel Gonzales, músico conhecido por seu trabalho em bandas como Possessed, Gruesome, Create a Kill, entre outras. São 12 composições que fazem desse um dos melhores álbuns lançados esse ano. Para mim a faixa que me deixou abismado foi a já citada “In-Betweeness Gateway Commuters”, que faz uso de tantos riffs, mudanças de tempo, arranjos complexos e guitarras tortas que só ouvidos mais apurados vão entender essa composição. Magnífica ! Outra faixa muito foda é a curtíssima “Jupiter in Capricornus”, que traz sim alguma conexão com o Absu, mas caminha por suas próprias pernas. Um dos singles do álbum, a faixa “Caliginous Whorl” havia me soado diferente quando a escutei fora do contexto do álbum. Aqui ela faz mais sentido ao ser degustada junto ao todo. Alguns riffs me lembraram o black metal australiano. Faixa mais selvagem e crua.
A estranheza de “The Coagulating Respite” é dona de climas cortantes. Outra das melhores do álbum é “Prana: Therion: Akasha”. Os riffs são lindamente tortos e o trampo de batera é um dos melhores de Proscriptor desde o inacreditável “Tara”, de 1999. Aliás, se seria possível ele tocar melhor ele resolver tocar nesse álbum. Performance impecável. A última faixa mostra as influências mais progressivas de Proscriptor, principalmente no uso dos teclados. Só resta torcer para que esse álbum seja lançado por aqui, pois é um item mais do que obrigatório para qualquer um que aprecie o metal extremo executado como se o limite existisse apenas para ser ultrapassado.
O tracklist do álbum é:
1.Amenta: Accelerando: Azyn Including Hierophantasmal Expounder
2.Esoterically Excoriating the Exoteric
3.Quasaric Pestilence
4.Mirroracles
5.In-Betweeness Gateway Commuters
6.Jupiter In Capricornus
7.Dedicated to Thoth, But Azathoth Wasn’t Listening (A Necroloquy)
8.Caliginous Whorl
9.The Coagulating Respite
10.Prana: Therion: Akasha
11.Tantrums of Azag-Kkû
12.Every Watchtower Within Is the Axis of a Watchtower Without Including Totemic Thresholds
