DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 24/09/2021
Pessoalmente eu considero que o PESTILENCE gravou o melhor álbum de death metal da cena holandesa, a obra-prima “Consuming Impulse” e nunca chegaram próximo de superar a grandiosidade daquele álbum, então um álbum que fosse lançado após um trabalho tão importante, teria dificuldades de alcançar as expectativas. Na época do lançamento de “Testimony of the Ancients” eu mesmo não apreciei tanto o álbum, que já trazia em alguns momentos lampejos de uma pegada mais trabalhada e complexa que iria se tornar uma marca cada vez maior da carreira do PESTILENCE, mas ouvindo muitos anos depois pude reconhecer que a qualidade de álbum realmente era imensa e que aqui a banda havia mantido muito da qualidade de seus materiais anteriores e adicionado alguns novos elementos que fazia “Testimony of the Ancients” soar definitivamente como um álbum poderoso.
Agora a gravadora Hammerheart Records lança essa edição em vinil duplo para comemorar os 30 anos de lançamento do álbum e é realmente uma edição especial, já que traz o álbum no primeiro disco e uma gravação da lendária apresentação da banda no Dynamo Open Air de 1992. Em “Testimony…” o PESTILENCE soube adicionar mais técnica sem soar presunçoso. As linhas de guitarra de “Twisted Truth”, por exemplo, são magníficas, inclusive trazendo solos que estavam bem distantes do death metal. “The Secrecies of Horror” e “Lost Souls” mostravam a banda soando dura e impiedosa como no seu álbum anterior, mas com menos morbidez. É possível perceber que a banda estava recebendo influência do Death e sua complexidade recém-mostrada ao mundo. Um pouco do velho Pestilence aparecia na quebrada “Land of Tears”, apenas com uma gravação menos suja. A mesma pegada aparecia na contundente “Prophetic Revelations” e em “Testimony” (essa trazendo um uso calculado de teclados para criar uma atmosfera mais densa). Os riffs de guitarra dessa faixa são monstruosos.
“Stigmatized” era uma faixa que misturava bem o death metal com sonoridades mais leves, inclusive soando quase progressivo em alguns arranjos. O amadurecimento dos guitarristas Patrick Mameli e Patrick Uterwijk nos dois anos que separam “Consuming Impulse” e esse álbum foi gigantesco. Um álbum que representou muito bem um ponto de ruptura na carreira da banda.
O segundo disco traz a apresentação ao vivo da banda no Dynamo Open Air e foi uma bela adição à essa edição comemorativa, pois o setlist incluía músicas matadoras da carreira da banda como “Chemo Therapy”, “The Process of Suffocation”, “Chronic Infection” e “Out of the Body”, entre outras. A qualidade do live é muito boa e crua ao mesmo tempo, mostrando como o PESTILENCE soava nos palcos há quase três décadas atrás. Se você tiver acesso a esse álbum não deixe de adquirir essa versão comemorativa dupla. É parte da história do metal extremo europeu e um grande trabalho ao mesmo tempo.