CD/EP/LP

EMBRYONIC SLUMBER – In Worship Our Blood is Buried (CD 2021)

EMBRYONIC SLUMBER (Finlândia)
“In Worship Our Blood is Buried” – CD – 2021
Werewolf Records – Importado
9/10

Embryonic Slumber é aquela típica banda que você ouve o cd, curte o som, se impressiona pela qualidade mas quando vai pesquisar sobre ela, pouca coisa encontra. Este debut do duo tem apenas seis faixas mas até  que é  extenso. São duas intros, três ótimas músicas e uma faixa bônus (mas esta eu até considero descartável).

A estrutura das músicas são bastante sombrias, sem velocidade, crueza ou virtuosismo. O que mais tende a se destacar nelas são os teclados, que muitas vezes ecoam sinistramente, fazendo a banda flertar um pouco com o depressive black metal.

A intro “Blood, Dust and Twelve Thrones” é bem atmosférica e já nos deixa preparados para o clima sombrio do álbum. Ela praticamente se funde a “Unwavering Flame”, que também inicia bem atmosférica mas torna-se um doom bem caótico, com aqueles teclados de catedral renascentistas ecoando enquanto a  guitarra arrasta poucas notas. O vocal de Hellwind Inferion lembra um pouco o desespero do Niklas Kvarforth do Shining. Por outro lado, o trampo de V-KhaoZ nos demais instrumentos demonstra muita segurança e precisão.

O clima de “Seven Streams of Sidonay” é mais sombrio devido a narrativa, preparando o terreno para a ótima “Mortify Your Servant”, que começa com uma atmosfera mais doom e do meio para a frente lembra bastante o Hypocrisy quando este tirava o pé do acelerador e criava aqueles monstros cheios de camadas. Aqui, o Embryonic Slumber mais explorou a bateria como também experimentou um pouco com algumas passagens mais industriais e pesadas.

Na última e melhor faixa do álbum, “An Oath os Devotion” a voz de Hellwind Inferion ecoa em forma de oração no início e já torna a faixa bem soturna. Assim como as demais, o início desta é longo e arrastado, mas o desespero exala dela a todo instante, se acentua quando ele insere narrativas e gritos no decorrer dela e encerra recitando a mesma oração do início.

Para encerrar a resenha, deixo apenas a pergunta: por que danado eles botaram essa faixa bônus chamada “I Am the Storm” ?! Sério… desnecessária e deslocada demais. Se alguém for escutar esse álbum com as faixas em modo aleatório ou forem nela em uma plataforma digital perguntarão se estão ouvindo uma daquelas coletâneas de rádio com  música eletrônica do final dos anos 90.

Mas apesar deste deslize no final, é um ótimo álbum, gélido, com produção coerente ao estilo e proposta muito boa.

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