O KILLING ADDICTION não é nenhuma banda novata. Tendo sido formada na Flórida, em 1989, a banda é uma veterana de uma cena e uma época em que só saiu bordoada daquele estado americano. Após demo tapes, lançamentos mais underground e um álbum de estúdio, “Omega Factor”, de 1993, finalmente esse monstruoso nome do death metal americano nos presenteia com um novo álbum, “Mind of a New God”, que acabou de ser lançado pelo selo espanhol Xtreem Music.
O que mais foda esse álbum tem a oferecer é aquele death metal característico da Flórida. A sonoridade desse novo trabalho é realmente uma volta no tempo, onde o metal da morte era muito mais do que apenas velocidade e 666 riffs por segundo. Temos aqui uma banda que investe sem economizar no peso, na construção de texturas e cores em cada parte das músicas, em mudanças de tempo que criam uma audição mais provocativa. As influências que a banda carrega são as mesma que a maioria dos death metal maniacs que viveram aquele período do final dos 80 e uma parte dos 90 tem. Morbid Angel, Possessed, Incubus, Deicide, Brutality, Monstrosity, etc. Isso dá uma ideia do tipo de álbum que “Mind of a New God” é.
É um disco que venho ouvindo sem parar há muitos dias e ele fica melhor a cada audição, cresce nos ouvidos e mostra que o velho death metal tradicional americano é algo que não pode desaparecer. A produção do álbum é boa, com muito peso e clareza. As faixas são um tapa na cara. “Mind of a New God” abre o disco e temos aqui uma típica composição do death metal da Flórida. Uma sequência matadoras de riffs. O destaque fica para os solos também, que são muito bons. Se apenas essa música fosse divulgada já seria um cartão de visitas mais do que suficiente. Há algo do velho Possessed na matadora “As Utopia Burns”, uma faixa nervosa e super trabalhada. “Prophecy Armageddon” possui uma enorme massa sonora e riffs realmente muito bons. “Destroyer of Worlds” mantém a qualidade e destaca o trabalho irrepreensível dos guitarristas Chris Wicklein (membro original) e do novo guitarrista da banda, Devon McDonough (que entrou no Killing Addiction em 2020).
Ouça “Dark Realm Atrocity” e veja quanto tempo demora para você começar a bater cabeça. Acredito que essa seja a melhor faixa de já excelente álbum. A maior música do disco também se destaca por colocar o peso e uma atmosfera mais carregada em evidência. Esse lançamento fecha com a cadenciada e excelente “Altered Birth”, que mantém o nível elevadíssimo. Realmente o KILLING ADDICTION lançou aqui um álbum que mostra como o seu trabalho é poderoso e relevante. Se você aprecia o velho death metal KILLING ADDICTION é um nome a ser lembrado. Garanto que não haverá arrependimentos. Obrigatório !