WAYFARER – A Romance with Violence (2020)

Não há dúvida que o metal é um estilo musical que pode explorar qualquer fronteira que queira e estilos mais ligados ao metal extremo tem feito isso constantemente e de forma incrível. Liricamente o black metal sempre teve uma predileção por temáticas satânicas ou ocultistas, mas foi diversificando essas escolhas com o tempo.

Fala-se de muita coisa mas é a primeira vez na minha vida que vejo uma banda de black metal (sonoramente pelo menos) falando sobre o velho oeste americano. Sim, essa é a temática abordada nesse “A Romance with Violence” da banda americana WAYFARER.

Não li as letras, portanto não posso tecer nenhuma opinião sobre a qualidade delas, mas que é algo inusitado, isso é sem sombra de dúvida. Musicalmente o WAYFARER apresenta um black metal mais encorpado e cadenciado, com bons riffs e arranjos e partes mais rápidas em alguns momentos (mas que não chegam às vias da pura brutalidade). Os vocais intercalam muitas vezes entre algo não tão rasgado e quase guturais ou trilhando uma caminho mas melancólico, criando um resultado interessante na interpretação das músicas. Uma boa referência seria o que o Bölzer tem feito.

Após a introdução de “The Curtains Pulls Back” vem a longa “The Crimson Rider”(Gallows Frontier, Act I) que em seus mais de dez minutos é um testemunho da qualidade desse material. O mais foda é perceber características musicais que nos remetem imediatamente aos velhos filmes de faroeste (isso se você tiver essas referências). “The Iron Horse (Gallows Frontier, Act II)” tem um feeling gigantesco. “Fire & Gold” soa quase gótica em sua estrutura e com o orgão ao fundo.

A próxima faixa traz o peso de volta e é uma das melhores do álbum. “Masquerade of the Gunslingers” é outra faixa cadenciada que se destaca pelos bons climas criados. Finalizando um grande trabalho vem “Vaudeville”, outra música longa e que foca na construção de uma atmosfera teatral e melancólica. O WAYFARER é um nome que irei acompanhar mais de perto a partir de agora.