PENTAGRAM CHILE – Eternal Life of Madness (CD 2024)

O PENTAGRAM Chile, uma das forças pioneiras da cena death thrash metal na América Latina, retorna com “Eternal Life of Madness”, um álbum que reafirma seu legado ao mesmo tempo em que amplia seus limites sônicos. Formada em meados dos anos 80, a banda há muito tempo é considerada uma das principais contribuintes para o início do cenário do metal sul-americano, influenciando inúmeras bandas com sua abordagem crua e agressiva do death thrash. Não é incomum ver vários membros de bandas extremas mundo afora citando os chilenos como uma referência em termos de metal latino-americano. Os caras vem criando uma música da mais alta qualidade desde seus primeiros lançamentos, ainda nos anos 80.

Com esse novo lançamento, eles pretendem solidificar sua posição como veteranos que ainda podem oferecer um metal intenso e relevante na era moderna. Felizmente para o público brasileiro, essa é a primeira vez que a banda tem um trabalho seu lançado em versão nacional e isso é um motivo de grande comemoração, já que é inaceitável perdermos essa conexão com a cena latino-americana. Todos os méritos vão para o selo brasileiro Black Hole Productions e sua iniciativa.

Um dos elementos mais marcantes de “Eternal Life of Madness” é como ele consegue se manter fiel às raízes do PENTAGRAM Chile e, ao mesmo tempo, incorporar elementos novos. O álbum oferece um ataque implacável de riffs rápidos e intrincados que lembram a agressividade de seus primeiros dias, mas a produção é moderna e polida, aprimorando a brutalidade sem perder a essência crua que os fãs apreciam. A proficiência técnica dos membros da banda está em plena exibição, com uma bateria firme, um trabalho de guitarra afiado e vocais ameaçadores que são apresentados com a mesma intensidade de sempre.

Músicas como “Tomb of the Undead” e “Slaves of the Dark” mostram a capacidade da banda de misturar velocidade alucinante com seções carregadas de groove, criando um fluxo dinâmico em todo o disco. A faixa “Ritual of Chaos” se destaca por sua atmosfera misteriosa e passagens mais lentas, do tipo doom, demonstrando a disposição da banda em experimentar sem se afastar muito de seu som principal. Em termos de letras, o álbum explora temas sombrios de loucura, morte e desespero existencial, mantendo a estética estabelecida pela banda. Algo que me chamou muito a atenção nesse novo álbum é a maldade que emana de várias músicas, algo que é uma criação mortal das guitarras aqui apresentadas. Há muito do velho Slayer em vários momentos. Até mesmo os nossos brasileiros do Sepultura podem ser percebidos em alguns riffs.

O sólidos trabalho de Anton Reisenegger, o vocalista e a força criativa da banda, garante que o álbum mantenha a autenticidade que os fãs esperam. Seus gritos estão mais poderosos do que nunca, e sua composição continua a equilibrar agressividade e reflexão. Os outros membros não são apenas uma força de apoio. Cada um deles mostra o domínio de seus instrumentos e toca com raiva, com a experiência de quem sabe o que está fazendo. Criam o som da banda como ele deve soar.

“Eternal Life of Madness” também é reforçado por uma produção nítida e vigorosa que permite que todos os instrumentos brilhem sem sobrepujar a energia crua e primordial que é essencial ao estilo da banda.

Além disso, eu acredito que, embora a produção seja moderna, alguns fãs do som mais cru e não polido de seus primeiros trabalhos podem achar que o som mais limpo tira um pouco da garra que inicialmente definiu o PENTAGRAM Chile. Independente dessa produção mais limpa, o álbum traz sim um banda que honra seu legado, mantém suas raízes bem firmes e oferece um álbum que é intenso, poderoso e matador.

Com “Eternal Life of Madness”, o PENTAGRAM Chile prova que continua sendo uma força vital no cenário. O álbum não apenas honra seu legado, mas também demonstra que eles ainda podem competir com bandas mais jovens em termos de intensidade e musicalidade. Em um gênero em que a autenticidade e a história são importantes, a presença contínua do PENTAGRAM Chile é um lembrete das raízes do death thrash metal e de seu poder duradouro.

Em conclusão, “Eternal Life of Madness” é um retorno forte, se não inovador, do PENTAGRAM Chile. Ele oferece muitos momentos de metal puro e implacável que agradarão aos fãs de longa data, além de servir como um testemunho da influência duradoura da banda no cenário do metal latino-americano. Para qualquer pessoa interessada na evolução do death thrash ou na história do metal extremo na América do Sul, esse álbum é essencial.

A versão brasileira do álbum vem com um slipcase que destaca mais uma vez a bela arte da capa, feita pelo artista Santiago Caruso, um trabalho obscuro e perturbador.

Nos resta agora ficar na torcida de que esse material seja bem divulgado e vendido e que isso proporcione o lançamento de outros materiais da banda, como o debut álbum e seus antigos materiais, corrigindo uma lacuna no acesso à discografia de um nome como o PENTAGRAM Chile.

Tracklist:

1.El Imbunche
2.Possessor
3.Omniscient Tyrant
4.The Portal
5.Eternal Life of Madness
6.Icons of Decay
7.Devourer of Life
8.State of Grace
9.The Seeds of the Deed
10.Deus est Machina
11.No One Shall Survive

ENGLISH VERSION:

PENTAGRAM Chile, one of the pioneering forces of the death thrash metal scene in Latin America, returns with “Eternal Life of Madness”, an album that reaffirms their legacy while pushing their sonic boundaries. Formed in the mid-1980s, the band has long been considered one of the main contributors to the beginnings of the South American metal scene, influencing countless bands with their raw and aggressive approach to death thrash. It’s not uncommon for members of extreme bands around the world to cite the Chileans as a benchmark in terms of Latin American metal. The guys have been creating music of the highest quality since their first releases back in the 80s.

With this new release, they aim to solidify their position as veterans who can still deliver intense, relevant metal in the modern era. Fortunately for the Brazilian metal community, this is the first time the band has had their work released in a national version and this is a cause for great celebration, as it is unacceptable to lose this connection with the Latin American scene. All credit goes to the Brazilian label Black Hole Productions and their initiative.

One of the most striking elements of “Eternal Life of Madness” is how it manages to stay true to PENTAGRAM Chile‘s roots and, at the same time, incorporate new elements. The album offers a relentless onslaught of fast, intricate riffs that recall the aggression of their early days, but the production is modern and polished, enhancing the brutality without losing the raw essence that fans appreciate. The technical proficiency of the band members is on full display, with tight drumming, sharp guitar work and menacing vocals that are delivered with the same intensity as always.

Songs like “Tomb of the Undead” and “Slaves of the Dark” show the band’s ability to mix breakneck speed with groove-laden sections, creating a dynamic flow throughout the record. The track “Ritual of Chaos” stands out for its mysterious atmosphere and slower, doom-like passages, demonstrating the band’s willingness to experiment without straying too far from their core sound. In terms of lyrics, the album explores dark themes of madness, death and existential despair, while maintaining the band’s established aesthetic. Something that really struck me about this new album is the viciousness that emanates from many of the songs, something that is a deadly creation of the guitars presented here. There’s a lot of old Slayer in many moments. You can even hear our Brazilian Sepultura in some of the riffs.

The solid work of Anton Reisenegger, the vocalist and creative force behind the band, ensures that the album retains the authenticity that fans have come to expect. His screams are more powerful than ever, and his songwriting continues to balance aggression and reflection. The other members are not just a supporting force. Each of them shows mastery of their instruments and plays with anger, with the experience of someone who knows what they’re doing. They create the band’s sound as it should be.

“Eternal Life of Madness” is also reinforced by a crisp, vigorous production that allows all the instruments to shine without overpowering the raw, primal energy that is essential to the band’s style.

Furthermore, I believe that although the production is modern, some fans of the rawer, unpolished sound of their early work may find that the cleaner sound takes away some of the grit that initially defined PENTAGRAM Chile. Regardless of this cleaner production, the album is a band that honors its legacy, keeps its roots firmly in place and delivers an album that is intense, powerful and killer.

With “Eternal Life of Madness”, PENTAGRAM Chile prove that they are still a vital force on the scene. The album not only honors their legacy, but also demonstrates that they can still compete with younger bands in terms of intensity and musicality. In a genre where authenticity and history are important, PENTAGRAM Chile‘s continued presence is a reminder of death thrash metal’s roots and its enduring power.

In conclusion, “Eternal Life of Madness” is a strong, if not groundbreaking, comeback from PENTAGRAM Chile. It offers many moments of pure, relentless metal that will please longtime fans, as well as serving as a testament to the band’s lasting influence on the Latin American metal scene. For anyone interested in the evolution of death thrash or the history of extreme metal in South America, this album is essential.

The Brazilian version of the album comes with a slipcase that once again highlights the beautiful cover artwork by artist Santiago Caruso, a dark and disturbing work.

All we can do now is hope that this material is well publicized and sold and that this will lead to the release of other material from the band, such as the debut album and their old material, correcting a gap in access to the discography of a name like PENTAGRAM Chile.

Tracklist:

1.El Imbunche
2.Possessor
3.Omniscient Tyrant
4.The Portal
5.Eternal Life of Madness
6.Icons of Decay
7.Devourer of Life
8.State of Grace
9.The Seeds of the Deed
10.Deus est Machina
11.No One Shall Survive