CD/EP/LP

Úlfúð – Of Existencial Distortion (2023)

Úlfúð (Islândia)
“Of Existential Distortion” – CD 2023
Dark Descent Records – Importado
9/10

Lançado em 17/03/2023

A Islândia, apesar de ser um país pequeno, produz música de alta qualidade em uma proporção que deixa qualquer um realmente abismado. Musicalmente falando, o país consegue criar experimentos musicais do mais alto nível e com uma boa dose de originalidade. E isso se refere a diferentes estilos musicais.

Na música extrema isso também se aplica e o Úlfúð é um excelente nome a ser colocado nessa análise. Apesar de ter sido formado em 2015, somente agora em 2023 a banda chegou ao seu debut álbum, o excelente “Of Existencial Distortion”. Antes disso, havia apenas o EP “First Sermon”, lançado há cinco anos atrás.

Ainda que exista aqui e ali elementos do death metal, a música do Úlfúð (que significa animosidade ou hostilidade e é pronunciado “ool-wooth”) é calcada realmente no black metal com altas doses fantasmagórica melodias e agressividade usada em momentos chave para as composições.

O álbum abre com “Where Strange Lights Dance”, um excelente cartão de visitas para a música da banda. A veia melódica é profunda e a atmosfera criada é fria e envolvente, com riffs e bases que concebem cores diferenciadas à música. É o tipo de música que faria qualquer um que aprecie essa sonoridade querer ouvir imediatamente o álbum. A qualidade de composição chama a atenção.

“Tears of Terra” soa quase o melodic death metal sueco em seu início, mas isso se dissipa quando a violência irrompe. O trabalho desempenhado pelas guitarras aqui são um ponto crucial e tudo se desenrola de forma mais pesada. “Mockery Theatre” tem uma roupagem moderna em alguns aspectos, mas não ao ponto de descarecterizar a proposta da própria banda.

Uma das melhores faixas do álbum é a pesada e cadenciada “Faceless”. Mesmo não sendo uma das mais rápidas, essa música tem algo a dizer e o diz de forma eficiente. Mais black metal é a visceral “Gods Left Behind”, que possui arranjos matadores de corais e uma atmosfera quase épica em alguns momentos.

“Questions” tem um início que lembra os suecos do Dissection, com um andamento mais cadenciado e guitarras melódicas que se dobram e criam um clima mágico. Grande faixa. Na mesma linha vem “An Elegy to a Paradise Out of Reach”.

Com mais dissonância e profundidade, a última faixa “Leviathan Dreams” fecha o álbum e é a faixa mais diferente em termos de melodias, riffs e bases de guitarra. Isso acaba fazendo essa composição ser uma das mais interessantes. Você não sabe o que vem pela frente. A música cresce a cada audição, encerrando em alto nível um trabalho extremamente competente feito por esses caras.

Tracklist:

  1. Where Strange Lights Dance
  2. Tears of Terra
  3. Mockery Theatre
  4. Faceless
  5. Gods Left Behind
  6. Questions
  7. An Elegy to a Paradise Out of Reach
  8. Leviathan Dreams

ENGLISH VERSION:

Úlfúð (Iceland)
“Of Existential Distortion” – CD 2023
Dark Descent Records – Import
9/10

Released in 03/17/2023

Iceland, despite being a small country, produces high quality music at a rate that really blows anyone’s mind. Musically speaking, the country manages to create musical experiments of the highest calibre and with a good dose of originality. And this applies to different musical styles.

In extreme music this also applies and Úlfúð is an excellent name to put in this analysis. Although the band was formed in 2015, it was only in 2023 that they released their debut album, the excellent “Of Existential Distortion”. Before that, there was only the EP “First Sermon”, released five years ago.

Although there are elements of death metal here and there, Úlfúð‘s music (which means animosity or hostility and is pronounced “ool-wooth”) is really grounded in black metal with high doses of ghostly melodies and aggression used at key moments in the compositions.

The album opens with “Where Strange Lights Dance”, an excellent calling card for the band’s music. The melodic vein is deep and the atmosphere created is cold and enveloping, with riffs and bases that give the music different colours. It’s the kind of music that would make anyone who appreciates this sound immediately want to listen to the album. The quality of the songwriting stands out.

“Tears of Terra” sounds almost like Swedish melodic death metal at first, but that dissipates when the violence erupts. The guitar work here is a crucial point and everything unfolds in a heavier way. “Mockery Theatre” has a modern edge in some respects, but not to the point of mischaracterising the band’s own proposal.

One of the best tracks on the album is the heavy, driving “Faceless”. Even though it’s not one of the fastest, this song has something to say and says it effectively. More black metal is the visceral “Gods Left Behind”, which has killer choral arrangements and an almost epic atmosphere at times.

“Questions” has a beginning reminiscent of Sweden’s Dissection, with a slower tempo and melodic guitars that bend and create a magical atmosphere. Great track. Along the same lines comes “An Elegy to a Paradise Out of Reach”.

With more dissonance and depth, the last track “Leviathan Dreams” closes the album and is the most different track in terms of melodies, riffs and guitar bases. This makes it one of the most interesting. You don’t know what’s coming. The song grows with each listen, rounding off an extremely competent piece of work by these guys.

Tracklist:

  1. Where Strange Lights Dance
  2. Tears of Terra
  3. Mockery Theatre
  4. Faceless
  5. Gods Left Behind
  6. Questions
  7. An Elegy to a Paradise Out of Reach
  8. Leviathan Dreams

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