Lançado em 10/02/2023
A Polônia e o black metal andam juntas e aquele país há muito tempo produz nomes realmente maléficos dentro de estilo e agora tive a oportunidade de receber segundo álbum do grupo TERRESTRIAL HOSPICE, da cidade de Gdańsk, e meus caros, isso é BLACK METAL puro.
“Ódio”, “Destruição”, “Niilismo” e “Misantropia” são os temas abordados por essa dupla de demônios e se isso não for o que nós esperamos de um grupo de black metal, não saberia mais dizer o que deve ser então.
O TERRESTRIAL HOSPICE foi criado em 2018 e fez sua estreia em lançamentos nesse mesmo ano, com o EP “Universal Hate Speech”. O debut álbum veio em 2020 e tem o curioso título de “Indian Summer Brought Mushroom Clouds”. Após dois singles, lançados em 2022 e 2023, a banda finalmente grava e lança “Caviary to the General”, um tributo musical de alta qualidade à sonoridade mais crua e direta que o metal negro tem a oferecer.
Não há vocais “bonitinhos”, climas festivos ou abordagens fantásticas. A crueza, maldar e riffs diretamente do Hades comandam esse espetáculo regado a sangue e enxofre. “In the Streams of Phlegethon” é um excelente cartão de visitas, um daqueles que fere mortalmente ouvidos mais sensíveis e se baseia em selvageria. A faixa de abertura, “Rat in a Burning Cage” é ainda mais primitiva e coloca em evidência alguns riffs matadores que me fizeram lembrar bandas como Bestial Warlust e Destroyer 666 (em seus primórdios). Após isso, o black metal mais do que tradicional toma senta em seu trono e comanda as hordas infernais com maestria e maldade.
“December Night” equilibra bem a repetição e melodias muito interessantes, fazendo dessa uma grande composição. A mesma receita é seguida em “Extinction Delight”, que impõe mais velocidade. Música que explode na sua face com total crueza.
Outra música que eu destaco é a direta “Memoir”. Não há invenções aqui, alías, você não encontra isso em nenhum momento do álbum inteiro. Tudo soa cru, direto e abismal. Black metal da velha escola nórdica que te atinge sem piedade. Eu definitivamente amo diversas sonoridades que fujam do habitual, mas acabo sempre me rendendo a algo que é criado com a tradição em suas veias.
Um álbum e uma banda a serem respeitados por um black metal que honra suas origens e entrega isso com extrema qualidade. Não é original, mas nem sempre precisamos de originalidade. Que os velhos demônios da tradição continuem possuindo as almas impuras desse plano.
Tracklist:
- Rat in a Burning Cage
- In the Streams of Phlegethon
- December Night
- Extinction Delight
- Verminous Spawn
- The Last Dance
- Memoir
- Path to Mahasamadhi
- Ars Moriendi