CD/EP/LP

GAAHLS WYRD – GastiR – Ghosts Invited (2022)

GAAHLS WYRD (Noruega)
‘’GastiR – Ghosts Invited’” – CD 2022
Misanthropic Records/Black Hearts Records/
Cianeto Discos/Mindscrape Music –

Nacional

Review by Giovan Dias

Há muito tempo não tenho os olhos voltados para a fria e outrora polêmica, Noruega. As bandas “clássicas” me prendem ao que fizeram no passado e quase nada me traz de boas audições pelo que fazem agora. Entre elas está o Gorgoroth que sempre tenho o nome atrelado ao polêmico Gaahl, odiado por uma grande parcela de um seguimento cultural que prega uma suposta liberdade, sempre citando o “faz o que tu queres”, mas que execra a orientação sexual que difere do que está escrito na bíblia (!!!!!!!) Envolvido também em problemas com agressões e direitos autorais, Gaahl cria a banda GAAHLS WYRD em 2015 junto com músicos experientes do seu país e curiosamente seu primeiro registro é um CD ao vivo tocando composições de suas outras e antigas bandas; Trelldom e God Seed.

Dois anos depois lançam “GastiR-Ghost Invited” que agora é relançado no Brasil pelos selos Misanthropic Records, Black Hearts Records, Cianeto Discos e Mindscrape Music, formato slipcase em uma qualidade já conhecida em seus lançamentos. O CD inicia com a faixa ‘Ek Erilar’ com velocidade e bases simples sobre um vocal “fantasmagórico”. Os timbre de guitarra não dão tanto peso, mas fazem o papel pela qual se impõem. Ao passar da faixa notamos umas variações de tempo até chegar num dedilhado e um vocal quase sussurrado. 

 ‘From The Spear’ chega como uma lança rasgando a carne com uma bateria de Spektre “truncada” com tempos quebrados e um vocal de Gaahl com mais ira. Essa é uma música que mais me chamou atenção não pela sua totalidade, mas por momentos em que nos apresenta uns riffs bem feitos, puro Heavy Metal com uns solos encaixados na medida. Mas as experimentações na música do GAAHLS WYRD ultrapassa as fronteiras do puro Metal e temos aqui algo de avantegarde, Black e Dark Metal como se em busca de algo singular.

‘Ghosts Invirted’ que dá nome uma parte do nome ao CD tem o vocal de Gaahl ainda mais empírico, sobrepondo-se ao instrumental com batidas rápidas e bases, ora retas, ora cavalgadas feitas por Lust Kilman. Em seguida ouvimos ‘Carving The Voices’ com um cadenciamento ainda não escutado nesse trabalho. O tempo vai emergindo aos poucos mais sem sair de uma melodia fria e bela. A vocalização de Gaahl chega a me lembra algo de Aaron do My Dyng Bride até mesmo algo de Bauhaus. Uma composição com sentimento e que trás um astral melancólico enquanto o refrão fica latejando em nossos ouvidos.

‘Veiztu Hve’ surge com guitarras distorcidas e vocais gritado , um som veloz e ríspido. Tem seus momentos para bater cabeça enquanto percebemos o quanto os vocais foram experimentados neste álbum, entre monólogos, sussurros e gritos. As variações dentro de uma mesma música é destaque, como essa que do meio para seu final me fez recordar algo de Enslaved , InThe Woods e de todo aquela essência nórdica inclusive em alguns trabalhos do Bathory

Ainda contamos com as faixas ”The Speech and the Self” envolta nas variações já citadas anteriomente e nas partes melódicas que são ótimas, ‘Through and Past and Past’ que arrisca umas bases mais Thrash Metal no início e sustenta sua intenção de diversas variações no decorrer da música, tanto no instrumental quanto nos vocais. Tem umas bases bem interessantes.

E por fim, ‘Within the Voice of Existence’ que se resume em sussurros, vocais limpos, instrumentos acústicos e experimentações no melhor ar esotérico que a banda quis trazer para seus ouvintes. GAALS WYRD adentrou-se neste trabalho num extremismo musical , num território desconhecido para muitos e que precisa ser explorado com atenção e livre de pré-julgamentos , sem se preocupar pelo que a turma radical da esquina pode falar.

Confiram a faixa ‘From The Spear” ao vivo:

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