CD/EP/LP

MUNICIPAL WASTE – Electrified Brain (CD 2022)

MUNICIPAL WASTE (Estados Unidos)
“Electrified Brain” – CD 2022
Nuclear Blast Records – Importado
10/10

Para mim, esses americanos do estado da Virgínia são uma das melhores, se não a melhor, banda de thrash crossover em muitos anos a surgir na cena mundial. A primeira coisa que chama a atenção ao ouvir o som deles é que soa absolutamente orgânico. Não me soa um thrash forçado ou datado. Obviamente as influências de grandes nomes do estilo está ali, principalmente do thrash metal americano e algo do Canadá. O MUNICIPAL WASTE é tudo isso junto e soa como uma avalanche de riffs e peso.


O lado crossover da banda é incrivelmente poderoso, já que desencadeia uma reação em cadeia em que pura energia se espalha por todos os lados. É como pegar um D.R.I., unir a um Exhorder, adicionar doses cavalares de hardcore e punk, dosar mas não muito elementos do thrash metal americano clássico e tudo isso feito com um puta talento. “Electrified Brain” é o primeiro álbum completo da banda desde 2017, quando foi lançado o seu antecessor “Slime and Punishment”.

O novo trabalho é bem equilibrado, com músicas mais pesadas e com riffs e momentos que grudam nos ouvidos e outras que unem esses elementos à ataques de riffs nervosos. Só posso imaginar o caos que o som desses caras deve causar em um show ao vivo. A vontade de bater cabeça é imediata. Ouça por exemplo a rápida e grudenta “Last Crawl”. Desde a faixa de abertura, a própria “Electrified Brain”, a energia não baixa. Essa primeira já é um tapa na orelha daqueles de deixar o sinal ocupado. “Demorilizer” tem um riff inicial que me lembrou o canadense Sacrifice. Riffs matadores nessa faixa, o que se repete em “Grave Dive”, uma música para causar lesões graves na coluna cervical. A curta “The Bite” soa bem nervosa e como algo que o magistral Nuclear Assault faria. Isso é muito foda. São 1:38 de rifferama e porradaria.


“High Speed Steel” me faz lembrar o speed/thrash do início da carreira do Suicidal Tendencies, quando a banda era mais rápida. Uma das minha favoritas é contaminante “Thermonuclear Protection”. A parte pesadona com guitarras chutando bundas é destruidora. Mais a frente, a rápida “Ten Cent Beer Night” é curta e direta, com palhetadas certeiras. Outra que eu posso favoritar é a porradeira de “Putting on Errors”, música crossover perfeita.


A faixa que encerra o álbum não deixa o nível cair e “Paranormal Janitor” é talvez a melhor faixa do álbum, com seu nervosismo… A capa do álbum traduz muito bem o tipo de efeito que esse álbum causa. É como ter uma guitarra enfiada no seu cérebro vomitando riffs e solos. Valeu à pena esperar por esse novo material, que além de tudo está com uma produção excelente. Obrigatório.

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