CD/EP/LP

WOLFLUST – Satanic Megatons (MCD 2020)

WOLFLUST (Brasil)
“Satanic Megatons” – MCD 2020
Hammer of Damnation – Nacional
10/10

Ao unir dois veteranos da cena extrema nacional o resultado não poderia ser diferente: música tocada de forma absolutamente brutal. Mas quando esses dois músicos resolvem soltar um MCD como esse “Satanic Megatons” aí as coisas se tornam ainda mais sérias e a proximidade de uma hecatombe nuclear passa a ser ainda mais plausível.

O WOLFLUST já vinha criando uma grande expectativa com os vídeos liberados nos últimos meses e sua mistura da selvageria do metal extremo brasileiro com o death/black metal visceral de bandas como Angel Corpse, Revenge, Impiety, Order from Chaos, Sárcofago, entre outras, não poderia render nada além do poder de fogo de “Satanic Megatons”. Obviamente que influências não dizem muito se os músicos forem inaptos, mas aqui a situação é simplesmente o oposto. Mr. Trojillo comanda sua bateria como se fosse um panzer indo direto para a grande batalha de blindados de Kursk.

Já Cernunnos Legion realmente surpreende com guitarras cortantes e uma vocalização soberba e totalmente calcada no que o Angel Corpse fazia. Para mim não há nada a ser mudado nesse vocais. São totalmente fudidos. Perfeição vinda da destruição. “Prelude to Nuclear Genocide” é apenas uma Intro, aquela que não dá muita pista do que virá. Esse papel sobra para a desgraça intitulada “Under Satan´s Command”, faixa que não deixa pedra sobre pedra. O riff é capaz de ensurdecer ouvidos mais sensíveis. “Morbid Crucifixion” é um pouco mais contida e me lembrou um pouco o velho Morbid Angel, antes do “Altars of Madness”, mas mais brutal e com vocais vindos do inferno da mais pura rispidez. Essa é um composição de alto nível.

A chibata volta a castigar os posers ao se iniciar “Bestial Desecration” que não precisa de muito para ser compreendida. BRUTALIDADE e selvageria pura. Se pudermos falar em um metal extremo tipicamente nacional com toda aquela aura dos velhos tempos essa seria uma música a ser considerada. “March of the Infernal Legions” se inicia sem deixar muito espaço para que o ouvinte respire. Pelo contrário. Há algumas passagens que quebram o ritmo e abraçam um som mais cadenciado e com grande clima. Grande música.

A banda resolveu fazer um homenagem ao patriarca do black metal mundial e detonou uma versão anabolizada de “Sacrifice”, que realmente surpreendeu, já que oferece uma versão totalmente WOLFLUST de um clássico atemporal e funcionou de forma perfeita. A pegada mais rápida me fez lembrar um pouco do Impaled Nazarene em seu primeiro álbum. Rápido, sujo e direto, mas com um toque quase punk em sua essência.

Mas não se engane. Isso aqui não pode ser tocado na festinha de 15 anos da sua prima crente… ela seria arrastada em um turbilhão de profanidades e caos. A produção é excelente e a parte gráfica realmente perfeita, um digipack envernizado que ficou muito bonito. O WOLFLUST deixa sua marca na cena nacional e todos na expectativa do debut álbum.

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