WIEGEDOOD é uma banda belga de Black Metal ativa desde 2014, originária da cidade de Ghent, na região de Flandres, majoritariamente falante de holandês. O nome da banda pode ser traduzido livremente para “Morto no berço”.
Os três integrantes são bastante experientes, e participam de diversos outros projetos, como AMENRA e OATHBREAKER: “Levy Seynaeve” (Vocais e Guitarra), “Gilles Demolder” (Guitarra) e “Wim Sreppoc” (Bateria). Não há um baixista na formação, a banda não utiliza o instrumento, o que torna o seu som estranhamente único.
“De doden hebben het goed III” é o terceiro álbum de estúdio, lançado internacionalmente em 2018 via Century Media Records. O título equivale a algo como “Os mortos estão bem” em português. Pela primeira vez, teremos em solo brasileiro uma versão nacional de um disco do WIEGEDOOD, a deste disco, a qual será lançada via Mindscrape Music (Curitiba/PR), em conjunto com a Xaninho Discos(Ananindeua/PA) e a Equivokke Records (São Paulo/SP).Os CDs estarão disponíveis em breve, no formato Slipcase, com a arte original.
O Black MetalAtmosféricoproduzido pelo trio é extremamente interessante, costumo dizer que a banda é uma resposta Belga mais brutal ao WINTERFYLLET (Reino Unido). A sonoridade também tem forte apelo aos fãs de MGŁA (Polônia), TAAKE (Noruega), WOLVES IN THE THRONE ROOM (Estados Unidos), ASH BORER (Estados Unidos), DRAGGED INTO SUNLIGHT (Reino Unido) e DRUDKH (Ucrânia). Como característica própria, os elementos atmosféricos são leves e mais escassos que de outras bandas do estilo. Consequentemente, seus discos são mais agressivos, ríspidos e intensos que a média.
“Prowl” abre o trabalho com intensidade máxima, riffs cativantes tomam a frente enquanto a bateria marca o ritmo beligerante e acelerado com alguns blasts muito bem-posicionados. O Black Metal é genuíno e imaculado ao longo de praticamente 5 minutos, quando elementos mais Atmosféricos e Folk aliam-se ao som extremo com total afinidade, marca registrada do WIEGEDOOD.
“Doodskalm” mantém a pegada agressiva irredutível, com ênfase nos vocais agudos e atormentados de “Levy Seynaeve”,que se enquadram perfeitamente à sonoridade da banda. A seção climática dessa faixa é lenta, pesada e desencadeia uma carga emocional insana.
“De dodenhebbenhetgoed III” é a faixa título, e a mais extensa do álbum. Seu início climático prepara o ouvinte para mais uma jornada épica e altamente impetuosa. Os riffs principais do tema (Leitmotif) persistem com efeito hipnótico. A retomada das partes mais extremas após a passagem atmosférica do meio para o final da música é triunfante.
“Parool” tem a missão de encerrar a obra. Sem tempo a perder, materializa uma tempestade brutal de percussão e riffs espetaculares, carregados de ótimas melodias. A seguir, uma pegada mais militar, com a bateria criando o clima conflituoso e as guitarras duelando ferozmente. Justamente na reta final da faixa, a banda oferece um dos melhores riffs do álbum, que conduz a música até o seu abrupto final.
Memorável trabalho, fica aquela sensação de ter passado rápido demais, e o desejo de que houvesse ao menos mais uma ou duas músicas. Por outro lado, há foco total no material disponibilizado, e com aproveitamento integral, zero firulas.
Relação das quatrofaixas que compõem o disco, totalizando33:54 minutos:
1 – “Prowl”
2 – “Doodskalm”
3 – “De doden hebben het goed III”
4 – “Parool”
Destaques: A faixa que divide o título do álbum é ótimo single. Dada a curta duração do disco, recomenda-se que o leitor priorize a audição completa, é o tipo de trabalho que cresce a cada audição, com novas camadas e profundidade se apresentando à medida em que o nível de absorção pelo ouvinte se aprimora.