CD/EP/LP

VORTEX OF END – Abhorrent Fervor (2021)

VORTEX OF END (França)
“Abhorrent Fervor” – CD 2021
Osmose Productions – Importado
9,5/10

O VORTEX OF END é um dos nomes mais fortes do cenário black/death metal francês e lançou ontem esse excelente “Abhorrent Fervor”, um álbum que lida de forma extremamente eficiente com diversas faces da brutalidade, unindo o black metal francês caótico com uma faceta do death metal mais tradicional, criando uma sonoridade raivosa e que, ainda assim, abre espaço para experiências sonoras que somam muito à sonoridade de sua música.


A faixa de abertura “Perdition Whorl” já faz isso com maestria. É uma faixa que começa em pura selvageria e vai abrindo espaço para vocalizações diferenciadas, climas mais envolventes e ainda assim sem perder a agressão. Já “Sovereign Wrath” é puro caos. Me lembrou um pouco a energia descontrolada do Impaled Nazarene antigo. Os vocais buscam uma performance que fujam do apenas rasgado ou gutural e trabalham a loucura em sua interpretação, o que faz tudo se tornar ainda mais claustrofóbico e efetivo. O VORTEX OF END oferece mais do que apenas o tradicional e isso é o seu grande trunfo. Ao inserir elementos externos de forma totalmente orgânica, a banda faz sua música ir para outro nível.

“Golden Fragments” é sobre o que o metal extremo trata. Grande música. A brutalidade aqui dá o braço à melodia e cria, talvez, a melhor música do álbum. O que me chamou muito a atenção foi o peso descomunal que é criado pelas linhas de baixo. A próxima faixa também vem cercada por enxofre e brutalidade. “Cascades of Epiphanes” é uma música poderosa e o uso de vocais mais épicos em alguns momentos foi um acréscimo realmente matador. Aqui é possível perceber um pouco da influência do death metal em algumas melodias criadas. O trabalho do baterista NKR é irretocável. Aliás, todos os membros da banda dominam com sangue seus instrumentos e o resultado é esse álbum incrível.

Começando de forma mais ortodoxa vem a penúltima música “Stygian Epiphanes”. Da velocidade insana a momentos cadenciados, essa faixa é completa em sua estrutura. Finalmente, a faixa escolhida para fechar esse novo trabalho já prenuncia a dor e a tortura com o fogo crepitando abaixo da fogueira da expiação. “Putrid Fluids” se constrói a partir do clima que vai crescendo como se fosse a contagem regressiva para a explosão que vem aos cerca de dois minutos e quinze. Aliás, essa é a faixa mais longa do álbum, com mais de dez minutos que passam desapercebidos. Grande composição ! Esse é o quarto álbum de estúdio da banda e a energia aqui é contagiante. Um material para se ter na coleção de qualquer forma.

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