CD/EP/LP

STORMKEEP – Tales of Othertime (2021)

STORMKEEP (Estados Unidos)
“Tales of Othertime” – CD 2021
Ván Records – Importado
10/10

Há uns 20 anos atrás seria quase impensável falar que uma banda com essa sonoridade viria de uma cidade como Denver, no estado americano do Colorado. Essa sonoridade construída em torno de um majestoso melodic black metal seria mais comum em bandas europeias. Mas felizmente o metal extremo, incluso aí o black metal, se espalhou mundo afora e foi se desenvolvendo em um sem número de abordagens musicais diferentes umas das outras.

Onde se encontraria mais brutalidade e crueza, agora se encontra bandas como o STORMKEEP, que lançou há apenas alguns dias atrás esse petardo intitulado “Tales of Othertime”, o primeiro álbum oficial da banda, que foi formada em 2017 e só havia lançado uma demo e um EP.

Esse primeiro trabalho da banda é realmente um álbum com todos os predicados possíveis. Obviamente que as influências giram em torno de bandas mais climáticas e melódicas como o Dissection, Sacramentum, Borknagar (principalmente nos vocais), algo de black metal mais sinfônico como o Dimmu Borgir ou algo mais cru como o Satyricon dos primeiros trabalhos. Até mesmo o black metal helênico se faz presente. O trunfo do STORMKEEP é conseguir misturar tudo isso de forma a criar um trabalho que já mostra uma banda madura e com uma música que definitivamente conquista o ouvinte devido a sua grande qualidade.


A primeira faixa é longa, mas passa como um raio diante dos seus olhos. Desde o início acústico até a explosão distorcida em meio a teclados majestosos, riffs totalmente cheios de emoção, a música tem de tudo. É um belíssimo cartão de apresentação para aqueles que não os conhecem. Se apenas essa música fosse apresentada já seria suficiente para me convencer da qualidade do que estou ouvindo nesse momento. “The Citadel” vem a seguir e já mostra uma outra faceta da banda, a de criar composições de um dungeon synth que soam épicas e com uma roupagem quase medieval. Resultado interessante, até mesmo porque ela se conecta com a próxima música, a cadenciada e sensacional “A Journey Through Storms”. Essa faixa me lembrou, sem sombra de dúvidas, um pouco “Mourning Palace” do Dimmu Borgir. Tem uma atmosfera bem semelhante. Faixa matadora pois ela vai crescendo, passando por diversas dimensões musicais e se torna uma explosão em brutalidade.

“The Serpent´s Stone” tem mais energia e investe pesado nos climas criados pelo teclado e em temas de guitarra mais melódicos e épicos. Há uma velocidade controlada. Os vocais cantados aqui são um plus grandioso. A curta “An Ode to Dragons” é uma singela peça de violão simples, mas de melodia agradável e a antesala da bélica última faixa do álbum intitulada “Eternal Majesty Manifest”, uma pedrada que tem todo aquele clima obscuro da mais do que clássica “Nemesis Divina”, dos noruegueses do Satyricon. Difícil apontar alguma faixa como favorita, mas essa aqui briga pelo posto com força total. Creio ser fácil encaixar esse álbum na lista dos melhores do ano nessa linha musical. Alguma chance de uma versão brasileira do álbum ? Quem dera… ficaremos na torcida.

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