Quando você junta caras como Ulgnor (Echelon, Demiurg, Ribspreader), Tapir (Crypticus, Gods Forsaken, Just Before Dawn), Lasse (Hooded Menace, Phlegethon) e chama Kam Lee (Massacre, Death, Denial Fiend) a coisa fica séria, muito séria. Lógico que sempre há uma possibilidade de caras com esse background extremo se unirem e fazer algum disco de música chata e desnecessária, mas não foi o caso aqui. DEATH METAL é o negócio apresentado aqui e da mais alta qualidade.
A banda não investe em velocidade o tempo todo, mas na dinâmica de um som mais calcado na velha escola do estilo e os vocais característicos de Kam Lee fazem uma grande diferença aqui, deixando tudo matador. Mesmo tendo sido lançado originalmente em 2011, “The Plague Rituals” chega agora em 2020 ao mercado brasileiro e trás como bônus o EP “Remains”, de 2013. Sobre o primeiro álbum músicas como “The Plague Rituals” são uma mensagem clara do que você vai ouvir em todo o material. É uma música muito diversificada, com partes rápidas, mudanças de ritmo interessantes, vocais poderosos, bons solos de guitarra e velocidade (essas partes me lembraram o Monstrosity do álbum “Imperial Doom”. A gravação é muito parecida). Existe algum groove aqui e ali e são as partes que menos me agradam, mas felizmente são poucas e não ditam as regras.
“Dead Shed” soa até um pouco como o velho Massacre, mas com mais energia e uma pegada death/thrash mais presente. Faixa matadora é “Ancient Sacred Evil” que coloca toda as suas cartas no peso e numa interpretação mais climática. Que música foda. A quase punk “Deadwind” também se destaca e traz mais adrenalina à audição. O álbum é fechado com a rápida “Vengeance Sewn”, faixa que gostei muito pela pegada mais porrada em meio a todo o trampo que é feito. Dois anos depois sairia “Remains” e por incrível que pareça, a produção é praticamente idêntica ao do debut álbum. Quase não há diferença na passagem de um para outro e musicalmente falando há uma continuidade natural na música da banda. Achei o som mais cheio, mas fora isso, o death metal deles permanece intacto.
“Once Upor a Murderess” abre o EP e é uma excelente música com várias partes mais rápidas. “The Fetid Ones” tem mais peso e groove. Gostei bastante dos arranjos, simples mas efetivos. “The Screaming Skull” tem uma gravação muito diferente e pode muito bem ser uma versão demo tape, mas é uma grande música, mais direta. “The Screaming Skull” é outra faixa mais contida e pesadona. Há também uma faixa nunca lançada chamada “Misshappen” que tem um riff principal muito foda, simples, mas foda. Aqui os vocais do Lee estão mais podrões.
A versão nacional foi lançada em formato digipack e traz as letras e as capas de ambos os materiais. Ótima pedida para a galera que não conseguia achar esses discos, agora estão os dois juntos disponíveis aqui no Brasil. É só correr atrás.