Entrevistas

PAIN OF SOUL – Uma pura manifestação do doom metal brasileiro

A banda catarinense de doom metal, PAIN OF SOUL acabou de lançar o seu terceiro full lenght, autointitulado “Gray Bird Melody” (2024), de forma independente e em breve estará saindo a versão física  dessa obra-prima. Fomos conversar com a baixista Aline Bonates e ela nos dá mais detalhes sobre a banda.

Aline Bonates: Eu que agradeço pelo espaço e oportunidade! O convite surgiu após a saída do antigo baterista Luís, pois o Follmer que no tempo era o baixista da banda assumiu as baquetas no lugar do Luís e me fizeram o convite para tocar com eles.  No primeiro momento foi um impacto, pois eu já era fã da banda e nunca esperava tal convite, pois nunca havia tocado baixo anteriormente! O que acabou sendo um baita desafio…

Aline Bonates: Sim, o Follmer foi para a bateria e eu assumi o baixo, o Mailon entrou na banda em 2017… Os meus primeiros ensaios foram de adaptação, confesso que foi bem difícil, pois nunca eu havia tocado instrumentos de cordas, me dediquei muito, foram por muitos meses para poder chegar no momento de tocar em shows e de gravar o CD… Nesse meio tempo fomos tocando em algum shows e ensaiando muito para que ficasse legal para todos!!

Aline Bonates: Sim meu instrumento principal foi o teclado por longos 11 anos, hoje tocar baixo acaba sendo desafiador, mas estou me empenhando a cada dia para melhores resultados. O Doomsday foi incrível, pois tocar em um evento exclusivo com bandas do mesmo estilo é único… Foi uma honra para nós dividir o palco com a Helllight e Eternal Sorrow e ainda mais em Curitiba, o público compareceu em massa e foi muito receptivo!

Aline Bonates: Com certeza cada integrante tem sua própria característica de tocar, seja na pegada, na cadência e muitas vezes na forma de composição… Acredito que cada integrante tenha contribuído de forma excelente e tenha feito o seu melhor na gravação do novo álbum.

Aline Bonates: Sim, todos contribuiram nas composições das melodias e intrumentos em geral, nas composiçõies de letras todas são da Dani, exceto a Past Winters que é do Joel.

Aline Bonates: Na real as influências sempre foram muito Candlemass, Paradise Lost antigo e afins, mas sempre tentamos deixar com a nossa própria identidade e sem muita aparência de outras bandas para assim termos uma característica mais nossa mesmo. Sobre as linhas de violão, o Mailon como um bom professor de violão clássico que é, não deixou por menos, levou muito à sério e maestrou nas cordas do Violão!

Aline Bonates – Temos muitos ótimos exemplos para falar quando se trata de produção pelo Sebastian Carsin, um desses exemplos é o dos nossos irmãos da Symphony Draconis (RS) que conhecemos muito bem e sabemos que foram ótimas produções e muitas outras bandas também… O Seba além de fazer um ótimo trabalho, ele entende o que faz, os ajustes finais nas composições das melodias sempre são muito sugeridos por ele e sem contar que é uma baita pessoa, se tornou um grande amigo  e parceiro para nós.

Aline Bonates: Particularmente gosto muito da Serenity e Past Winters. Os arranjos são lindos na Serenity, sem contar o solinho do baixo e da seguitarra… Já a Past Winter é muito emocionante ouvir as duas vozes juntas, a Dani com o lírico e o Joel com o gutural por trás da voz dela, é de arrepiar!

Aline Bonates: A arte da capa foi feita pelo artista Marcos Marques. Não, não tem a ver com os integrantes e  ele está só, e mesmo assim canta… um canto de tristeza para ele, mas de uma beleza extraordinária para quem contempla sua melodia. Triste, porém bela!

Aline Bonates: Sim, foi independente!  É sim, será lançado em 2025 e já temos proposta para lançarmos em parceria com um selo bem conhecido da cena, mas isso saberão no lançamento!

Aline Bonates: Sim, foi muito boa a aceitação e repercutiu muito bem! Estamos muito felizes!

Aline Bonates: Em Fevereiro faremos um evento em comemoração aos 25 anos da Pain of Soul, já temos o cast pronto e dentro de alguns dias iremos divulgar. O que ainda posso falar é que contará com 4 bandas e será na Wox em Pomerode. Fora isso, ainda não temos agenda para 2025.

Aline Bonates: Sim, sou de Manaus. Existe sim a possibilidade, aguardamos contato de produtores para possíveis parcerias, seria fantástico!

Aline Bonates: Foi fantástico, um dos melhores shows que já fizemos. A galera pediu música, cantou junto e apoiou muito no merchandising… A Dani e o Joel disseram que foi o melhor em 25 anos, é muito compensatório ver a galera acompanhar as letras das músicas e ver a emoção deles!!

Joel Sebold: Em 2011 o Felipe estava “emprestado” para a Sodamned, e eles estavam fechando uma euro tour… conversamos e chegamos à conclusão que seria uma experiência incrível, além de haver a divisão dos gastos… Foram 30 dias inesquecíveis, tocamos em casas muito boas, conhecemos lugares memoráveis… o público nos recebeu muito bem, e inclusive mais para o final da tour, a banda Vometro (SP) também dividiu palco conosco. Alguns shows foram agendados através da agência Insano, e outros pelo nosso motorista, Vladimir, da Croácia. Recebemos desde cachês até a experiência de “passar o chapéu” enquanto cada banda tocava para juntar dinheiro e nos manter ao longo dos dias. Portas se abriram, inclusive tivemos a oportunidade de conhecer Harris Johns, em Berlin, o que acabou culminando com a gravação do cd “The Rustle of the Leaves” com ele.

Aline Bonates: Sim, vim morar no Sul em 2020 e atualmente moro em Blumenau/SC. A minha adaptação foi muito boa, fui muito bem recebida pelos amigos do metal e já até gosto quando o clima fica mais friozinho!!! Falar da cena Norte/Nordeste será sempre um orgulho para mim, primeiro por ser do Norte, também por ter morado no Nordeste e ter muitos amigos lá. A cena lá é muito forte, muitas bandas boas e com aquela antiga essência do metal negro, minhas maiores inspirações na hora de compor são de bandas da minha cidade natal Manaus e também de algumas do Nordeste, aquele arrepio de ouvir as músicas das bandas de lá sempre acontece, é um povo com muita garra, com muita honra e principalmente muita honestidade!!! Eu sempre serei suspeita em falar do Norte e do Nordeste.

Aline Bonates: A banda se chama Sons of Satan, sai da banda entre 2017/2018 e passei longos 11 anos tocando com eles até sair, mas a banda já existia desde 2005, foi um tempo bem legal onde pude amadurecer com música e conhecer muita gente também! A Sons of Satan gravou um cd demo chamado Encantos Libertinos, está disponível no spotify e demais plataformas digitais, chegamos a lançar material físico na época mas não sei se alguma distro ainda tem alguma cópia perdida por aí…Hoje em dia não sei dizer se estão na ativa…

Aline Bonates: A cena tem evoluído bastante, muita gente empenhada em divulgação, páginas como Lux fex Magazine, Loudness Videocast e todos os outros canais de comunicação tem expandido muito a divulgação das bandas… Bem como todos os zines que representam muito bem, inclusive o seu… é difícil citar nomes neste momento, pois são tantos e não quero correr o risco de esquecer de alguém! Ainda sobre a cena, os shows tem acontecido em massa em todas as regiões do Brasil, ótimos produtores fazendo acontecer e honrando com o compromisso do início ao fim, isso me deixa muito feliz! Eu tenho escutado muito as bandas Pactum, Labar Oculto, Alocer, Symphony Draconis, Pantáculo Místico, Do Fundo Abismo, In Nomine Belialis, Denied Redemption, essas sempre estão na minha playlist… e tem mais, só não dá tempo de pôr todo mundo aqui rsrsrsrs… Destaco ainda a banda Finita de Santa Maria-RS, estão com uma baita proposta, músicas muito bem elaboradas e tudo com muita qualidade, tive a oportunidade de vê-los esse ano em Blumenau/SC, foi foda!! Também não poderia deixar de falar da Deep Memories, essa eu escuto quase todos os dias, sou muito fã deles, as composições são coisas de outro mundo, da onde que surge tanta inspiração, né?! Pra mim a melhor banda do Brasil atualmente, é uma perfeição sem tamanho!

Aline Bonates: Os álbuns de Black Metal que mais me influenciaram na vida foi o Host do Inferus, Odes ao Oculto do Hecate e Nas Sombras de Boêpea-Ponim do Desejo Impuro… Já no Doom Metal por ordem de mais ouvidos e que mais contém minhas inspirações é Astral Door Ways do Oráculo, Remembrance do Silent Cry e claro o Rebuilding the Future do Deep Memories.

Aline Bonates: Eu e a Pain of Soul estamos muito lisonjeados e gratos pela oportunidade. Agradeço por poder falar sobre a banda e compartilhar um pouco da minha trajetória pessoal na cena underground. Em um mundo onde a internet domina a propagação de informações, fico muito feliz que ainda existam zines como o The Old Coffin Spirit, pois a essência nunca deve morrer. Sei que suas matérias e entrevistas são confiáveis e têm fontes seguras! Parabéns pelo excelente trabalho e por continuar levantando a bandeira do nosso underground.

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