CD/EP/LP

LUVART – Until the Void (CD 2023)

LUVART (Brasil)
“Until the Void” – CD 2023
Drakkar Productions South American Division – Nacional
9,5/10

“Until the Void” é talvez um dos melhores álbuns do LUVART. O que primeiramente chama a nossa atenção quando a primeira música começa, é a qualidade da produção desse material. Pesada, com uma excelente mixagem e masterização. Mas isso não seria suficiente para colocar “Until the Void” como um dos trabalhos de referência desses mineiros de Juiz de Fora/MG.

O black metal do grupo, que eu arrisco dizer que adquiriu também nuanças de death metal, vem nesse álbum com uma pegada que imediatamente nos remete ao início dos anos 90, quando bandas como o Samael, Acheron, Varathron, e muito do melhor que o metal extremo nacional produziu, estavam vivendo suas melhores fases.  O LUVART bebe dessas fontes com inteligência e cria composições que não são apenas um amontoado de riffs e bases. Há um forte feeling que as conecta e direciona.  

O ouvinte é imediatamente atingido por uma composição assassina com “A New Darn Rising”, a faixa escolhida para abrir o álbum. As linhas de teclado são puro metal negro dos velhos tempos. “Fall of Man” vem a seguir e é outra música com grandes ideias. Os riffs e andamentos tem um puta feeling, assim como os teclados. Com duas músicas iniciais desse nível a expectativa se torna alta a respeito de como o álbum inteiro vai soar.

Outra coisa que eu achei muito foda foi o fato de que há na música do LUVART muito do metal brasileiro mais subterrâneo que era feito nos velhos tempos. Então se aquelas bandas e demo tapes tivessem uma excelente produção, era assim que soariam.  Ouça a incrível “Towards A Splendor Lifeless” para entender essa colocação. Acho que o uso dos teclados é uma das coisas que mais trazem essa sensação de nostalgia com aquela sonoridade underground de tantos anos atrás.

Mas há espaço para uma volta ainda maior no tempo quando a música “Blessed Are the Dead” se inicia. Os primórdios do black metal se materializa aqui. É uma faixa que traz uma pegada do velho Samael e do metal grego em vários momentos. Mas tem sua própria alma com um grande peso que é adicionado. É a melhor música do álbum com toda a certeza.

Quando “Death Has a Plan for All” se inicia é impossível não lembrar de “Rotting” do Sarcófago. Há uma semelhança nas duas bases, apesar da execução diferenciada. Mas a semelhança para por aí e logo que esse início passa, a música segue caminhos bem diferentes.  Já “Seed and Destroy” se inicia com uma sonoridade completamente death metal, com um riff cheio de feeling e algo que me lembrou os primórdios do Death.

A música que mais carrega o odor de enxofre da velha cena de Minas Gerais é “Curse the Flesh”, com um riff matador.  A última música do álbum é “When Two Worlds Collide” que também tem uma atmosfera forte do metal da morte. O riff principal é muito foda e esse andamento faz com que essa seja outro destaque do álbum.

O LUVART realmente lançou aqui um álbum muito bom e infelizmente ficará como o álbum que trará a última performance do baixista Necromayhem, que faleceu meses atrás, durante a gravação do álbum. Então “Until the Void” é o testemunho final de uma formação que produziu aqui um trabalho realmente de respeito.

Tracklist:

– A New Dawn Rising

– Fall of Man

– Towards a Splendor Lifeless

– Blessed Are the Dead

– Death Has A Plan For All

– Seed and Destroy

– Curse the Flesh

– When Two Worlds Collide

LUVART (Brazil)
“Until the Void” – CD 2023
Drakkar Productions South American Division – Brazilian Edition
9,5/10

“Until the Void” is perhaps one of LUVART‘s best albums. What first catches your attention when the first song starts is the quality of the production. Heavy, with excellent mixing and mastering. But that wouldn’t be enough to place “Until the Void” as one of the reference works of these miners from Juiz de Fora/MG.

The group’s black metal, which I would venture to say has also acquired death metal nuances, comes through on this album with a feel that immediately takes us back to the early 90s, when bands like Samael, Acheron, Varathron, and much of the best that Brazilian extreme metal has produced, were living through their best phases.  LUVART drinks from these sources with intelligence and creates compositions that aren’t just a pile of riffs and bases. There is a strong feeling that connects and directs them. 

The listener is immediately hit by a killer composition with “A New Darn Rising”, the track chosen to open the album. The keyboard lines are pure old-time black metal. “Fall of Man” follows and is another song with great ideas. The riffs and tempos have a great feeling, as do the keyboards. With two opening songs of this calibre, expectations are high as to how the whole album will sound.

Another thing I found really cool was the fact that LUVART‘s music contains a lot of the more underground Brazilian metal that was made in the old days. So if those bands and demo tapes had excellent production, this is what they would sound like.  Listen to the incredible “Towards A Splendor Lifeless” to understand this. I think the use of keyboards is one of the things that most brings that feeling of nostalgia for that underground sound of so many years ago.

But there’s room to go even further back in time when the song “Blessed Are the Dead” begins. The beginnings of black metal materialise here. It’s a track that has a touch of old Samael and Greek metal at various times. But it has its own soul with a lot of weight added to it. It’s the best song on the album for sure.

When “Death Has a Plan for All” starts it’s impossible not to think of “Rotting” by Sarcófago. There is a similarity in the two bases, despite the different execution. But the resemblance stops there and as soon as this beginning passes, the song takes very different paths.  “Seed and Destroy” begins with a completely death metal sound, with a riff full of feeling and something that reminded me of the early days of Death.

The song that most carries the odour of sulphur from the old Minas Gerais scene is “Curse the Flesh”, with a killer riff.  The last song on the album is “When Two Worlds Collide”, which also has a strong death metal atmosphere. The main riff is very catchy and the tempo makes it another highlight of the album.

LUVART have really released a very good album here and unfortunately it will go down as the album that will feature the last performance of bassist Necromayhem, who passed away months ago during the recording of the album. So “Until the Void” is the final testimony to a line-up that has produced some truly respectable work.

Tracklist:

– A New Dawn Rising

– Fall of Man

– Towards a Splendor Lifeless

– Blessed Are the Dead

– Death Has A Plan For All

– Seed and Destroy

– Curse the Flesh

– When Two Worlds Collide

Related posts

MAUSOLEUM/ANATOMIA – split CD (2021)

Fábio Brayner

DJEVELKULT – Drep Alle Guder (Adv. CD 2022)

Daniel Bitencourt

EXODUS – Persona Non Grata (2021)

Fábio Brayner