CD/EP/LP

KROLOK – Funeral Winds and Crimson Sky (2021)

KROLOK (Eslováquia)
“Funeral Winds and Crimson Sky” – CD 2021
Osmose Productions (França) – Importado
8,5/10

Lembro bem da visita que eu fiz à Bratislava, capital da Eslováquia, em 2011. Cidade de pequeno porte, com o centro muito antigo e belíssimo, comida boa, cerveja ótima, muita cultura a ser absorvida e um povo muito bonito e, em geral, acolhedor. Na época eu não conhecia nenhuma banda de metal extremo de origem eslovaca. Mais tarde, passei a conhecer algumas poucas.

 O KROLOK é uma delas, e coincidentemente, foi formada naquele mesmo 2011, em Bratislava. Acompanho os caras desde 2017, quando eles lançaram o primeiro álbum “Flying Above Ancient Ruins”, por sinal um trabalho muito bom. O som dos caras é um Black Metal que une qualidades da fundamental primeira onda, e com fortes elementos atmosféricos e influência direta de bandas polonesas.

 No final do ano passado, saiu pela “Osmose Productions”, da França, o segundo álbum de estúdio, intitulado “Funeral Winds and Crimson Sky”. Motivado pela qualidade do primeiro e de alguns EPs anteriores, fui conferir o novo, e não me decepcionei.

 Começando pela produção, poderia ter ficado melhor. Em se tratando de Black Metal Atmosférico, o trabalho se beneficiaria de uma ambientação mais densa, com mais punch. Guitarras, teclados e baixo soam fortes e bem balanceados. A bateria oscila, e acaba subaproveitada em alguns momentos.

 Também há uma influência crust punk interessante, que se escancara em faixas como “Unveiled Subterranean Treasures”, a qual ganha adiante uma passagem bastante climática e densa, com uma vibe Doom Metal de ótimas guitarras, que transmite bem a vibração que a banda parecia almejar. Puta som.

 Fiquei pensando como teria ficado absolutamente foda a primeira “Black Lore of the Fens” se a produção fosse um pouco melhor. Os vocais soam algo distantes, mas são muito bons (ainda que não sejam tão extremos), e se encaixam bem à proposta.

 “Towards the Duskportals” tem as guitarras mais à frente, mais agressivas e potentes. Aqui, os riffs remetem diretamente ao Black Metal primitivo da primeira onda e até ao Speed Metal dos anos 80, e contagiam com uma energia excepcional, sombria e totalmente sinistra.

 “Reptile Abyss Beneath Dowina” tem uma aura maligna e doentia certeira. A bateria torna-se mais presente, com performance destacada, e transforma a faixa em um dos destaques individuais do disco. É Black raiz com a pegada atmosférica de excelência.

 O álbum se encerra com a grandiosa faixa título, um monstrengo de quase nove minutos. A banda dá aula de como empregar bem os teclados, no intuito de incrementar um clima sombrio e blasfemo. Rolaria fácil como uma trilha de filme de terror, a atmosfera é perfeita.

 Ótimo segundo disco do KROLOK. Teria sido ainda melhor com outra música no lugar da insossa instrumental “Path to the Haunted Ruins” e com uma produção com mais sangue nos olhos. Atenção: É disco pra ser ouvido com fones. A experiência é totalmente outra. Recomendável aos fãs de VELES (POL), GRAVELAND (POL), CULTES DES GHOULES (POL), MASTER’S HAMMER (CZE), ROOT (CZE), CELTIC FROST (SUI), NECROMANTIA (GRE) e MALOKARPATAN (SLK)

 Tracklist abaixo, duração total de 36:11 minutos:

1 – “Black Lore of the Fens”

2 – “Towards the Duskportals”

3 – “Reptile Abyss Beneath Dowina”

4 – “Path to the Haunted Ruins” (Instrumental)

5 – “Unveiled Subterranean Treasures”

6 – “Funeral Winds & Crimson Sky”

Related posts

FREJA – Tides (2022)

Daniel Bitencourt

A THOUSAND SUFFERINGS – Stilte (2021)

Fábio Brayner

HAIL SPIRIT NOIR – Fossil Gardens (CD 2024)

Fábio Brayner